“Portanto, deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48)

 

Queridos amigos, hoje ao celebrarmos o primeiro santo brasileiro, São Frei Galvão (1739-1822), a chamada do Senhor Jesus, se faz ecoar novamente em nossos corações: “sede santos como o vosso Pai celeste é santo”! Conhecido como homem da paz e da caridade, o Santo de Guaratinguetá/SP, soube em tudo viver o Evangelho de Cristo, tornando-se pela graça do Espírito Santo, ele próprio, Cristo, para todos que o buscavam.

Homem “adorador da Eucaristia, prudente e sábio orientador das almas e de grande devoção a Imaculada Conceição de Maria, de quem considerava filho e perpétuo escravo” (Bento XVI, homilia, 11 de maio de 2007) vem nos interpelar neste dia com sua vida e exemplo: “E vós tendes buscado a santidade? Deus tem sido o vosso tudo? Vossa razão de viver”? Eis o grande grito de Deus, por meio de São Frei Galvão para nossa nação brasileira! Eis o grande desejo do Pai desde toda eternidade: erguer “um povo sacerdotal e uma nação santa” (cf. Ex 19, 6). Um povo que coloca o Senhor no centro de toda realidade.

Chegou a hora Brasil! O tempo oportuno da graça, o Kairós de Deus para nós! Não desperdicemos a graça da Efusão do Espírito a nós doada dia após dia pela Eucaristia. Ele é o Santificador das almas e deseja santificar também a nossa. Nunca se precisou tanto de santos como na contemporaneidade e “vós sós a raça escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, povo que ele conquistou, a fim de que proclameis os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (cf. I Pd 2, 9). Não nos enganemos “só dos Santos, só de Deus provém à verdadeira revolução, a mudança decisiva do mundo” (Bento XVI, homilia, 20 de agosto de 2005) e consequentemente a mudança do Brasil. Deus conta conosco e nos ordena: “Ide, sê santo e santificai a todos os povos com vossa vida”!

Mas se hoje perguntares: como ser santo? Como seguir o exemplo de São Frei Galvão? O Papa Francisco em sua Exortação apostólica Gaudete et Exsultate nos escreve e responde dizendo que ser santo “é viver em união com Cristo os mistérios de sua vida; consiste em associar-se de uma maneira única e pessoal à morte e ressurreição do Senhor, em morrer e ressuscitar continuamente com Ele” (nº 20). Fora o que São Frei Galvão fizera, entregando-se com coragem dia após dia nas mãos de seu Senhor, morrendo para as suas vontades, permitindo que Cristo vivesse nele, e por meio dele tocasse e salvasse os necessitados que acorriam ao seu encontro. É o que nós precisamos fazer, sem medo, sem receio, sem reservas, pois o único medo que deve existir em nós é o de não ser santo. Coragem Brasil! Coragem Renovação Carismática Católica! Deus deseja elevar nossa nação à glória da santidade!

Que a exemplo do primeiro santo brasileiro elevado às honras dos altares, se levante em nossa nação homens e mulheres rendidos (as) ao Senhor, submetidos à sua vontade e configurados à sua Paixão. Homens e mulheres destemidos e desejosos em instaurar no mundo uma nova civilização do amor com sua própria vida. Não tenhais medo! Deus vos chama como chamou Frei Galvão a ser um apóstolo da paz e da caridade, sabedores de que ambas são frutos de uma íntima união com Ele.  Que a Virgem Imaculada, a quem São Frei Galvão se consagrou e imitou, interceda por nós.

 São Frei Galvão, rogai por nós!

 

Seminarista André Luiz dos Santos

Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ)

Coordenador Nacional do Ministério para Seminaristas.