Na manhã desta quarta-feira, Papa Francisco refletiu sobre a “catolicidade” da Igreja. No início da catequese, o Pontífice explicou que a palavra católico, que deriva do vocábulo grego “kath’olòn”, quer dizer “segundo o tudo”, a totalidade. E durante o ensino ressaltou três significados fundamentais deste termo para a Igreja.

O primeiro ponto fundamental citado pelo Papa é que a Igreja é católica porque é a casa onde a fé é anunciada em sua totalidade. Segundo ele, “a Igreja nos faz encontrar a misericórdia de Deus que nos transforma, porque nessa está presente Jesus Cristo, que lhe doa a verdadeira confissão de fé, a plenitude da vida sacramental e a autenticidade do ministério ordenado”.

O Pontífice também comparou a Igreja com a vida em família: “Não se pode crescer sozinho, não se pode caminhar sozinho, isolando-se, mas se caminha e se cresce em uma comunidade, em uma família. E assim é na Igreja!”.

Refletindo sobre a característica familiar da Igreja, convidou a cada um a se perguntar: “como eu vivo na Igreja? Participo da vida de comunidade ou vou à Igreja e me fecho nos meus problemas isolando-me do outro?”. E completou: “Neste primeiro sentido, a Igreja é católica porque é a casa de todos. Todos são filhos da Igreja e todos estão nesta casa”.

Já o segundo significado da palavra católico, segundo Papa Francisco, é a Igreja ser universal: “está espalhada em toda parte do mundo e anuncia o Evangelho a todo homem e a toda mulher”. O Pontífice ainda disse que “a Igreja não tem trancas” e que está presente até nas menores partes dela mesma.

Diante desta universalidade, ele diz que nós católicos precisamos “sentir-nos em comunhão com todas as Igrejas, com todas as comunidades católicas pequenas ou grandes do mundo! É bonito isto! E depois, sentirmos que estamos todos em missão, pequenas ou grandes comunidades, todos devemos abrir as nossas portas e sair pelo Evangelho”.

No terceiro ponto fundamental, Francisco afirmou que “a Igreja é católica porque é a “Casa da harmonia” onde unidade e diversidade se combinam para ser uma riqueza”. Comparando a Igreja a uma orquestra, o Papa disse que numa sinfonia, todos os instrumentos tocam em harmonia sem que um timbre ou outro seja cancelado. “A peculiaridade de cada um, antes, é valorizada ao máximo!”.

“É uma bela imagem que nos diz que a Igreja é como uma grande orquestra na qual há variedade. Não somos todos iguais e não devemos ser todos iguais. Todos somos diversos, diferentes, cada um com as próprias qualidades. E este é o bonito da Igreja: cada um leva o seu, aquilo que Deus lhe deu, para enriquecer os outros”, refletiu o Pontífice.

Encerrando a catequese, Papa Francisco questionou: “nas nossas comunidades vivemos a harmonia ou brigamos entre nós? Na minha comunidade paroquial, no meu movimento, onde eu faço parte da Igreja, há fofocas? Se há fofocas, não há harmonia, mas luta. E isto não é Igreja”. E completou: “a uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade e quando queremos colocar esta uniformidade sobre todos, matamos os dons o Espírito Santo”.

E finalizou convidando: “Rezemos ao Espírito Santo, que é propriamente o autor desta unidade na variedade desta harmonia, para que nos torne sempre mais “católicos”, nessa Igreja que é católica e universal!”.

A catequese na íntegra está disponível no site do Vaticano, no idioma italiano.