Na manhã de 22 de julho, segundo dia do Encontro Nacional de Formadores, os membros do Ministério de Formação foram acolhidos no Auditótio Padre Noé Sotillo, que fica no subsolo do Santuário Nacional, local onde as pregações e atividades do encontro vão acontecer. Um terço em benefício do encontro e um momento de comunhão e de animação deu o tom de como seria o dia. 

MANHÃ

1ª PREGAÇÃO

Logo em seguida, às 9h, Padre Mariano, sjs, realizou a primeira pregação do Encontro com o tema: “Eu os tomei pelos braços, mas não conheceram que eu cuidava deles”. Logo na abertura de sua fala, Padre Mariano confessou que quase desistiu do convite, afinal estaria de férias e precisava muito de um descanso, mas ao se deparar com a sugestão de tema para a pregação, disse que foi atraído pelo Senhor.

“A formação me possibilita a cada dia mais tornar o evangelho vivo na humanidade.”

Padre Mariano, Sjs

Dedicando toda sua pregação a discutir e refletir sobre o papel fundamental dos formadores em um processo de formação, padre Mariano lembrou e reforçou o tempo todo que Deus deve ser a base e a verdadeira inspiração. Citando Santa Teresa que dizia que ‘o verdadeiro formador é Deus, o único a conhecer cada homem singular e em profundidade’, padre Mariano disse que “os formadores humanos são apenas instrumentos de Deus nesse processo”. Com essa afirmação, ele criticou posturas autoritárias, cheias de vaidade e que, por vezes, podem disseminar distorções daquilo que Deus quer.

Padre Mariano encerrou sua pregação falando sobre a importância de uma formação integradora. Nesse sentido, primeiro o formador precisa se conhecer, entender seu próprio processo para, só assim, entender o processo do outro. “É preciso respeitar o processo de cada formando, se não nós matamos aquilo que Deus está transformando”, encerrou o padre.

2ª PREGAÇÃO

A segunda pregação do dia, intitulada “Nós não anunciamos teorias e opiniões privadas, mas a fé da Igreja da qual somos servidores”, ficou a cargo do Professor Felipe Aquino. Ele começou fazendo uma reflexão sobre os desafios de evangelizar diante da crescente desinformação sobre a doutrina e os dogmas Igreja. 

“Hoje, na Igreja, existe muito relativismo moral e teológico. Por isso, a segurança que a gente precisa é a do Catecismo da Igreja que pode fornecer o aprofundamento na Doutrina”.

Professor Felipe Aquino - Escritor e Teólogo

Segundo o professor, é esse aprofundamento no Catecismo que permite o discernimento entre o bem e o mal e que para se tornar um bom formador é preciso este conhecimento aprofundado. “Assim como o bebê, que na primeira infância apenas se alimenta de leite, e com o passar do tempo passa a consumir alimentos sólidos, também o formador precisa passar da primeira etapa, deixar o leite para trás e se aprofundar, consumir alimentos sólidos”, comparou ele. 

A base de toda a pregação do professor Felipe Aquino girou em torno da importância de conhecer e respeitar o Catecismo da Igreja, que ele é a arma principal do formador, onde ele vai encontrar raízes profundas e sólidas no exercício de sua missão, de seu ministério. Mas, assim como padre Mariano na primeira pregação, também afirmou que a coisa mais importante para o formador é a humildade. “Deus resiste ao soberbo, mas ele dá a sua graça para o humilde”, citou ele parafraseando ainda Santa Teresa D’Ávila ao dizer que ‘ser humilde é ser fiel a realidade, aquilo que você é”.   

TARDE

Na parte da tarde Daiana Rehbein, coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASIL, fez a primeira pregação com o tema “Formação não é aula”. Segundo Daiana, é preciso entender que uma formação não se trata somente de transmissão de conteúdo como em uma escola.

“Não é apenas aprender os conteúdos e a doutrina. É preciso também uma formação humana que nos faça enxergar como filhos de Deus. Que se relaciona com o outro de maneira fraterna, trabalhando a dimensão da espiritualidade.”

Daiana Rehbein, coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASIL

Por fim, a pregadora fez um resumo dos quesitos essenciais para uma formação frutífera:

FORMAÇÃO: estudo dos conteúdos, da Doutrina;

DINÂMICAS: oficinas práticas para vivenciar o que foi aprendido;

IDENTIDADE CARISMÁTICA: espiritualidade, prática dos carismas, orar carismaticamente;

VIVÊNCIA FRATERNA: momentos de partilha e convivência com os irmãos.

 

4ª PREGAÇÃO

A quarta pregação foi conduzida por Mário Lúcio, coordenador nacional do Ministério de Formação. Com o tema “Formar é Amar”, Mário Lúcio falou sobre a necessidade vital de o formador amar verdadeiramente o seu formando durante o processo de formação. Ele lembrou que, quando uma pessoa é batizada, ela recebe em primeiro lugar o amor de Deus. 

“Por isso o formador carismático, quando recebe um novo membro que passou pela experiência do batismo no Espírito Santo recentemente, deve amar o seu formando ainda mais”

Mário Lúcio, coordenador nacional do Ministério de Formação

Com base na passagem de Deuteronômio (11,13 -17), sobre a promessa do Senhor de enviar chuvas de semeadura para aqueles que o servirem de todo coração, o pregador disse que assim também é durante o processo de formação. “Para frutificar a formação, meu Ministério, é necessário que eu faça a experiência do amor a Deus. Se eu amar o Senhor verdadeiramente, no tempo em que eu estiver formando Ele vai derramar chuvas de benção, chuvas de semeadura que vão frutificar a minha formação”, comparou.

NOITE
DISCÍPULOS COMO MARIA MADALENA

A Santa Missa deste sábado reuniu os participantes dos encontros de formadores e pregadores no Centro de Eventos. Presidida por Pe. Micael de Moraes, sjs, a celebração recordou a memória de Maria Madalena.

Em sua homilia, Pe. Micael salientou que Maria Madalena foi enviada para anunciar a notícia que deve ser o centro de qualquer pregação: “Jesus Cristo morto e ressuscitado”.

Referindo-se ao fato de Maria Madalena ser lembrada como a mulher pecadora, o sacerdote exclamou: “Como é consolador pra nós ter Maria Madalena como exemplo daquela que prega, anuncia e é verdadeira discípula”. E acrescentou que “para sermos aqueles que guiam alguém, precisamos ser discípulos como Maria Madalena foi”.

Pe. Micael ainda afirmou que o fracasso faz parte do caminho de formadores e pregadores, assim como Maria Madalena: “Temos que aprender dela a lidar com o fracasso. Ela estava aos pés da cruz, estava no túmulo para cuidar do corpo de Jesus. Ela foi verdadeiramente fiel ao Senhor. (…) E, na medida em que perdoados somos, nós conseguimos ir até os pés do Senhor”.

5ª QUINTA PREGAÇÃO

A última pregação da noite foi ministrada pelo Padre Eduardo José, com o tema “Voltai para mim e Eu vos darei a minha força”. Nesse sentido, ele disse que quando se preparava para a pregação, ouviu do Senhor: “Eu quero que meu povo experimente a força das minhas águas”.

Segundo o pregador, “com o olhar sedutor, Ele nos pega pela mão e nos faz voltar. Voltar para dentro de Si, porque tudo foi criado para fora, mas o homem foi criado para viver dentro da Trindade” e quando o pregador e o formador se voltam para a intimidade de Deus, “eles deixam de obedecer às ordens e passam a participar das decisões de Deus”, evidenciou.

Disse ainda que o pregador, assim como o formador, só repete aquilo que ouve do céu, mas que quando sai da intimidade de Deus, corre o risco de virar uma atração de circo em cima do palco porque deixa de falar da Palavra de Deus e passa a falar de si. “Nós somos servos da Palavra, não é a Palavra que está a nosso serviço”, repreendeu ele.

A noite terminou com um momento de escuta profética em que o Padre Eduardo convidou os membros dos Ministérios estaduais de cada região do país para se ajoelharem diante de Cristo e proclamarem as visualizações e moções inspiradas a eles por Deus.