O Papa Francisco dedicou o 52º Dia Mundial das Comunicações – celebrado em 13 de maio – para que todos os fiéis da Igreja reflitam sobre o tema “A verdade vos tornará livres (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz”.O Santo Padre começa sua mensagem recordando que “no projeto de Deus, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão”. A indústria das notícias falsas vai contra este princípio. Não busca o bem, tampouco a unidade; ao contrário, procura dividir, enganar e manipular as pessoas fazendo circular notícias falsas, distorcidas e até adulteradas. Empresas de tecnologia, cumprindo interesses escusos, difundem este tipo de informação, principalmente em sites e mídias sociais como o Facebook, Twitter e WhatsApp.

É uma preocupação da Igreja, chamada a anunciar a verdade que liberta, isto é, Jesus Cristo. Mas também preocupa autoridades à medida que afeta a vida em sociedade. Nos processos eleitorais dos EUA, da França e no referendo sobre a saída da Inglaterra da União Europeia foi comprovado o bombardeio de notícias falsas e o impacto dessas na decisão dos eleitores. Há um risco que o mesmo aconteça aqui no Brasil.

altO Papa Francisco, na Mensagem, fala sobre a responsabilidade pessoal de cada um na comunicação da verdade. Muitas vezes, por termos fácil acesso às novas tecnologias – potencializadas pelo uso dos celulares smartphones – banalizamos a comunicação. O WhatsApp é um exemplo de que hoje em dia todos podem se comunicar, mas nem sempre agimos sob a ação do fermento da Unidade. Estamos em muitos grupos e conectados a muita gente. Mas estamos comprometidos com a verdade e a comunhão?

Francisco também nos alerta a redescobrir o valor do exercício do bom jornalismo para a sociedade. Neste aspecto, fica uma dica valiosa para não compartilhar fake news: checar a fonte, conferir de onde a notícia vem. A imprensa ainda é uma importante garantia de acesso à informação confiável. O site, o link (endereço) é confiável? Se a notícia for de um veículo conhecido, já é um bom começo!

Outra boa dica é duvidar sempre. Isso mesmo, seja cético (a) quanto ao que você lê, não acredite em tudo. Até mesmo com relação à Igreja. Muitas informações parecem corretas, mas às vezes são “ataques” ao Santo Padre, à Igreja e ao próprio Cristo. E a data de publicação da notícia? Muitas delas estão circulando como se fossem novas, quando, na verdade, são notícias antigas compartilhadas para gerar conflito em determinado contexto. Se até aqui está tudo certo, pode ser bom compartilhar a notícia, mas ainda é preciso saber quais efeitos essa informação vai gerar.

Você já ouviu falar do “princípio do fruto”? Pois é algo que deveria ser praticado por todos os Cristãos. Jesus disse que “pelo fruto se conhece a árvore” (cf. Mt 12,33). Portanto, é preciso refletir quais os frutos que uma ação nossa pode gerar. No caso do compartilhamento de uma mensagem nas redes sociais, é preciso refletir se a difusão da informação pode agredir alguém, denegrir a imagem de uma pessoa ou mesmo da Igreja. Se pergunte sempre: essa mensagem vai gerar comunhão na comunidade? É para a unidade do Corpo de Cristo, do Grupo de Oração? Caso a resposta seja sim, pode ser bom compartilhar. Na dúvida, não compartilhe e peça ao Espírito Santo sabedoria!  

 

Por Jersey Simon

Coordenador Nacional do Ministério de Comunicação Social

Grupo de Oração Sagrados Corações