Por Carmen Elena Villa

A passagem bíblica do jovem rico (Lc 18, 18-27) foi o tema central da celebração que se realizou nessa quinta-feira na praça de São Pedro para comemorar os 25 anos da Jornada Mundial da Juventude.

Bento XVI, diferentemente de outros eventos, não tinha um discurso escrito. Mas quis responder a três perguntas que jovens lhe fizeram, alusivas à passagem do jovem que questiona Jesus sobre o que deve fazer para ganhar a vida eterna.

O pontífice assegurou que é importante “buscar conhecer a Deus. Assim, saberemos que a vida não existe por casualidade. Minha vida é querida por Deus desde toda a eternidade”.

Em meio ao anoitecer de primavera em Roma, o ambiente da praça de São Pedro era o da festa de fé. Cerca de 75 mil jovens de diversas paróquias movimentos eclesiais e oratórios de Roma, de diferentes cidades italianas e alguns representantes de outros países estavam celebrando o aniversário da JMJ.

Os jovens esperaram o Papa entre cantos. O átrio da basílica de São Pedro foi o cenário do evento. Alguns convidados partilharam com o público suas experiências em anteriores JMJ. Entre eles estavam os esposos Enrico, da Itália, e Mari Paz, da Espanha, que se conheceram há 25 anos em Roma, na primeira edição da Jornada. Hoje eles têm cinco filhos.

“Eu tinha 20 anos. Partimos a Roma com o desejo imenso de saber o que Deus queria para nós”, disse Mari. “Três meninas que estavam conosco decidiram ser religiosas e cinco jovens descobriram sua vocação ao sacerdócio”. Os jovens aplaudiram efusivamente ao escutar a experiência desta mulher que hoje tem 46 anos.

“Não tenham medo”, exortou Mari Paz aos jovens. “Jesus Cristo não quer complicar a vida de vocês. Quer fazê-los felizes”.

Depois subiu ao palco a atriz italiana Beatrice Fazi. Ele deu o testemunho do encontro que teve com o Senhor graças à JMJ de Tor Vergata (Roma, 2000).

“Regressava a Roma de umas férias na montanha e me encontrei com uma multidão. Não sabia que em Tor Vergata havia este encontro, que me incomodou um pouco.”

Ela contou que observou os jovens e passou a querer algo que eles tinham. Então entrou em uma igreja. “Deus estava me acolhendo e com humildade reconheci que ali começava uma belíssima história de amor com Deus”, disse.

Depois dos testemunhos, às 20h30, Bento XVI chegou no papamóvel. Em sua conversa com os jovens, Bento XVI baseou-se no questionamento do jovem rico, “que devo fazer para ganhar a vida eterna?”

“É muito importante não desperdiçar a vida que temos”, afirmou o Papa. “Deus tem um projeto comigo na totalidade da história. Minha vida é importante e necessária”.

Bento XVI assegurou que elementos como a família, o respeito à vida, o ordenamento da sexualidade e a relação entre homem e mulher explicam “o caminho do amor, como realmente amar e encontrar um caminho seguro”.

Quanto às renúncias para encontrar a própria vocação, o Papa precisou que estas “têm um porquê, como os atletas que se preparam para as olimpíadas, sabendo que vale a pena o esforço”.

O encontro terminou pouco antes das 22h. A alegria e o ambiente festivo se conjugaram com o recolhimento e a reflexão sobre o sentido da vida e sobre o caminho particular que Deus quer para chegar a um único fim, a vida eterna.

Fonte: Zenit