Toda pessoa que experimentou o amor por alguém especial e que já se foi gostaria, mesmo que por um pequeno intervalo de tempo, poder demonstrar uma obra de bondade, pedir perdão, oferecer um ato de carinho ou gratidão para com essas pessoas. Velas, flores e visitas aos cemitérios são formas de estar mais próximos a memória daqueles que se ama. Contudo, não é só isso. Na celebração de finados, a Igreja convida todos, principalmente, à meditação do mistério da salvação e a reforçar o espírito de confiança, orando e intercedendo pelas almas.

Para a Igreja, esse não é um dia de comemorar a morte ou a tristeza causada pela saudade, mas, sim, é um momento de renovar a esperança no Ressuscitado, no Deus que é autor e princípio da vida, e jamais da morte. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?” (Jo 11, 25-26)

A fé católica não se resume somente na existência terrena. Longe disso. Na profissão de fé dizemos: “creio na ressurreição da carne, na vida eterna, amém!” Essa é a meta que cada um que luta nessa vida deseja alcançar, a vida eterna, a plenitude da felicidade, que se encontra com Deus e que Ele tem reservado aos eleitos.

Na celebração de todos os fiéis falecidos, a tarefa designada para os batizados que caminham nessa terra rumo ao céu é a oração pelas almas de todos os irmãos, que já passaram pela vida terrena, mas estão a caminho da morada eterna. A dor da perda, o sofrimento , tudo passará, e isso já nos foi garantido:Enxugará as lágrimas de seus olhos e a morte já não existirá. Não haverá mais luto, nem pranto, nem dor, porque tudo isso já passou” (Ap 21,4).

Mesmo marcado pelo silêncio, respeito e devoção, que todo esse dia confirme em cada coração a esperança e certeza da ressurreição, para todos que confiam em Deus. “Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão” (I Cor 15, 20-21).