Apresentamos as palavras do Papa Francisco, pronunciadas neste domingo (14), desde a janela do Palácio Apostólico, na Praça de São Pedro, Vaticano, por ocasião da tradicional oração do Regina Coeli.
Caros irmãos e irmãos, bom dia!
Gostaria de deter-me primeiramente na página dos Atos dos Apóstolos que está na liturgia deste terceiro Domingo de Páscoa. Este texto relata que a primeira oração dos Apóstolos em Jerusalém encheu a cidade da notícia que Jesus era verdadeiramente ressuscitado, segundo as Escrituras, e era o Messias anunciado pelos profetas. Os sumos sacerdotes e os chefes da cidade buscaram bloquear o nascimento da comunidade de credentes em Cristo e aprisionaram os Apóstolos, ordenando a eles de não ensinarem mais o Seu nome. Mas Pedro e os outros onze responderam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus… Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador … E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (At 5, 29-32). Então flagelaram os apóstolos e deram novamente a ordem de não falarem mais no nome de Jesus. E eles partiram, assim diz a Escritura, “Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afrontas pelo nome de Jesus” (V. 41)
Eu me pergunto: onde os primeiros discípulos encontravam forças para este testemunho? Não apenas: de onde vinha a alegria e a coragem deles para o anúncio, apesar dos obstáculos e das violências? Não esqueçamos que os Apóstolos eram pessoas simples, não eram escribas, doutores da lei, nem faziam parte da classe sacerdotal. Como podiam, com os seus limites e com oposição das autoridades, encherem Jerusalém com seus ensinamentos (cfr At 5, 28)? É claro que somente a presença com eles de Jesus Ressuscitado e a ação do Espírito Santo poderia explica este fato. O Senhor que era com eles e o Espírito que os empurrava para a pregação explica este fato extraordinário. A fé deles se baseava em uma forte experiência pessoal com Cristo morto e ressuscitado, que não tinham medo de nada nem de ninguém, e até mesmo viam as perseguições como um motivo de honra, que lhes permitia seguir os passos de Jesus e assemelhar-se a Ele, testemunhando com a vida.
Esta história da primeira comunidade cristã nos diz uma coisa muito importante, que vale para a Igreja de todos os tempos, até para nós: quando uma pessoa conhece verdadeiramente Jesus Cristo e crê Nele, experimenta a Sua presença na vida e a força da Sua Ressurreição, e não pode ficar sem comunicar esta experiência. E, se essa pessoa encontra incompreensões ou adversidades, se comporta como Jesus na Sua Paixão: responde com o amor e com a força da verdade.
Rezando juntos o Regina Coeli, peçamos a ajuda de Maria Santíssima a fim que a Igreja em todo o mundo anuncie com franqueza e coragem a Ressurreição do Senhor e dê um eficaz testemunho com sinal de amor fraterno. O amor fraterno é o testemunho mais próximo que podemos dar de que Jesus está conosco vivo, que Jesus ressuscitou. Rezemos de modo particular pelos cristãos que sofrem perseguições, neste tempo existem tantos cristãos que sofrem perseguições, tantos, tantos, em tantos países: rezemos por eles, com amor, do nosso coração. Sinta a presença viva e confortante do Senhor Ressuscitado.
(Depois do Regina Coeli)
Ontem, em Veneza, foi proclamado Beato Don Luca Passi, sacerdote de Bérgamo, do século XIX, fundador da secular Santa Dorotéia e do Instituto das Irmãs de Santa Doroteia. Damos graças a Deus pelo testemunho deste Beato!
Hoje, na Itália se celebra o Dia da Universidade Católica do Sagrado Coração, com o tema “As novas gerações além da crise”. Esta Universidade nasceu da mente e do coração do padre Agostino Gemelli e com um grande apoio popular, formou milhares e milhares de jovens para serem cidadãos competentes e responsáveis, construtores do bem comum. Convido sempre a apoiar esta Universidade, para que continue a fornecer uma excelente educação à geração mais jovem, para enfrentar os desafios do tempo presente.
Saúdo com afeto todos os peregrinos presentes, de vários países! As famílias, grupos das paróquias, movimentos, jovens. Em particular, saúdo os peregrinos da diocese de Siena-Colle di Val d’Elsa-Montalcino, com o Arcebispo Buoncristiani. Um pensamento especial para os meninos e meninas que estão se preparando para a Crisma.