Na Catequese desta quarta-feira (16), Papa Francisco refletiu sobre significado de a Igreja ser “Apostólica”. Primeiramente, afirmou ser um termo que destaca a “ligação constitutiva” que a Igreja possui com os Apóstolos. Depois, recordou o chamado semelhante que os membros destas possuem com os primeiros apóstolos.

Segundo o Pontífice, o apóstolo é uma pessoa enviada a fazer algo. “Os Apóstolos foram escolhidos, chamados e enviados por Jesus para continuar a sua obra, para orar. Este é o primeiro trabalho de um apóstolo. O segundo, anunciar o Evangelho”, disse.

Partindo disso, o Papa afirmou que os sucessores dos Apóstolos, na Igreja, incluindo Bispos e ele mesmo, devem se perguntar: “este sucessor primeiro reza e depois anuncia o Evangelho?”. “Isto é ser Apóstolo e por isso, a Igreja é apostólica”, concluiu.

Depois de refletir sobre a pessoa do Apóstolo, Francisco ressaltou três significados do termo “apostólico” para a Igreja.

O primeiro aspecto ensinado pelo Papa é que “a Igreja é apostólica porque é fundada na pregação e na oração dos Apóstolos, sobre a autoridade que foi dada a eles pelo próprio Cristo”. Tomando a Palavra de Éfesios 2,19s, “sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus”, explicou que a Igreja é fundada nos Apóstolos mas, a pedra fundamental na qual é tudo apoiado, é Jesus.

O outro significado citado pelo Pontífice está no parágrafo 857 do Catecismo da Igreja Católica e diz que a Igreja é apostólica porque “protege e transmite, com a ajuda do Espírito Santo que nela habita, o ensinamento, o depósito precioso e as salutares palavras ouvidas da boca dos Apóstolos”.

Segundo ele, a Igreja é responsável por conservar o precioso tesouro que é a Sagrada Escritura, a doutrina, os Sacramentos e o ministério dos Pastores, de forma que os católicos possam ser fiéis a Cristo e participar de sua própria vida. Francisco ainda comparou: “é como um rio que flui na história, desenvolve-se, irriga, mas a água que escorre é sempre aquela que parte da fonte e a fonte é o próprio Cristo: Ele é o Ressuscitado!”.

O último significado, o Papa apontou como a missão de levar o Evangelho a todo o mundo, o que mantém o mesmo chamado feito aos Apóstolos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).

Diante disso, Francisco entende a necessidade e reafirmou: “Insisto neste aspecto da missionariedade, porque Cristo convida todos a “ir” ao encontro dos outros, envia-nos, pede-nos para nos movermos e levar a alegria do Evangelho!”.

Pensando na missionariedade, o Pontífice afirmou que a Igreja que se fecha em si mesma e no passado trai a própria identidade. E disse que a Igreja Católica tem “firme consciência” do envio que Deus faz a ser missionária. “A Igreja tem as suas raízes no ensinamento dos Apóstolos, testemunhas autênticas de Cristo, mas olha para o futuro”.

A catequese foi encerrada por Papa Francisco com o convite: “redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica! E lembrem-se: Igreja apostólica porque rezamos – primeira tarefa – e porque anunciamos o Evangelho com nossa vida e com nossas palavras”.

A catequese na íntegra está disponível no site do Vaticano, no idioma italiano.