Nossa vida está sempre envolvida em situações e acontecimentos, sejam eles tristes ou alegres, que muitas vezes nos surpreendem. Os fatos tristes tendemos a não aceitá-los ou não acreditar no que acontece. Já os momentosalegres, ficamos surpresos, parecendo não ser verdade o que nos atinge e envolve.

Assim aconteceu há quase dois mil anos. Os discípulos de Jesus foram envolvidos em um acontecimento que os abalou, a morte do Mestre. Tristeza, sofrimento e dor; tudo parecendo o fim, como quando perdemos um ente querido que amamos. Muitas vezes não aceitamos a morte de alguém ou até nos custa acreditar no que estamos vivenciando. Esta é uma realidade muito presente em nossa vida, pois a mesma não se constitui apenas de acontecimentos felizes ou alegres e sim, também, de momentos tristes.

A Ressurreição de Cristo é um fato que parece fábulaoulenda! Como acreditar em algo tão inesperado e, até então, nunca acontecido? O túmulo estava vazio, era a constatação imediata de Maria Madalena: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram (João 20,2b)!”  De início, poderiam ter chego a uma conclusão mais racional, ou seja, roubaram o corpo de Jesus!

Podemos então nos perguntar: O que significa um túmulo vazio? Pode ser apenas um túmulo vazio! Mas encontraram algo no túmulo: “Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou (João 20,5)!” Não era apenas um túmulo vazio e sim, algo a mais que os ligava ao Mestre, que eram os panos com os quais Jesus fora envolvido antes de o sepultarem. Mas, muitos poderiam continuar dizendo, “eram apenas os panos que o envolviam”!

Diante da dor e do sofrimento da “perda” do Mestre, teriam os discípulos dificuldades em acreditar na ressurreição. Hoje, muitas pessoas custam a superar a dor da perda de alguém que amam, apesar de terem fé e de acreditarem na ressurreição. Esta realidade ocorreu com alguns dos discípulos, com mais ou menos intensidade, como percebemos em São Tomé:“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei (João 20,25b)!” Não podemos dizer que esta atitude foi a falta de fé, mas que a dor pela morte do Mestre o tomou de tal forma, que não acreditou no que os outros disseram, Vimos o Senhor!”. Situaçãosemelhante que hojemuitos ainda vivem.

Mas temos uma grande notícia! Algo extraordinário aconteceu, que nem parece verdade! Jesus Cristo RESSUSCITOU! Ele está vivo! A mortenão tem poder sobre Ele e sobre os que Nele creem! O Ressuscitado aparece junto aos seus: “Vede minhas mãos e meus pés; sou eu mesmo”(Lucas 24, 39a).Amados irmãos, eis a grande notícia, o grande testemunho que recebemos dos apóstolos: Jesus está vivo! Não há mais sofrimento, o calvário passou! O Cristo venceu a morte! Cantemos o Aleluia! Exaltemos a Deus, pois Seu Filho Jesus triunfou sobre a morte! O túmulo não é o fim!

 Já ouvi algumas pessoas me dizerem: “Padre, o fim de todos é o cemitério”! NÃO! Nosso fim não é o túmulo! Nosso fim é a vida eterna, a Ressurreição! Nós cremos na Ressurreição! Cremos no Ressuscitado que passou pela Cruz!

Unidos pelo Batismo e pela Eucaristia ao Cristo vivo, vencemos a morte, atravessamos o mar desta vida terrena rumo ao Pai. Eis a Páscoa! Eis a razão para cantarmos, Aleluia! A tristeza é transformada em alegria. Anunciemos pois, a todos os que nos rodeiam: JESUS RESSUSCITOU! ALELUIA! Queres encontrá-lo? Saia do seu comodismo, da frieza espiritual, da vida morna, e ide ao encontro Dele, que lhe espera na Eucaristia!

Páscoa do Senhor de 2018.

 

 

Pe. Leandro José Rech

Arquidiocese de Florianópolis