A Igreja celebra, no dia 8 de setembro, o nascimento da Virgem Maria, Mãe de Jesus o nosso Salvador. Diferente da festa dos santos, em que se comemora a data da morte que é considerada o dia da entrada para a vida eterna, a festa da Natividade de Nossa Senhora, é celebrada nove meses após a Festa da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
A escolha de Maria como Mãe do Salvador veio revelar a toda humanidade que ela é intercessora e mãe a quem podemos recorrer, como declarou o papa Paulo VI no documento Marialis Cultus em 1972: que a festa da natividade nos faça relembrar essa história tão especial, com os olhos agradecidos diante de Deus e daquela que soube dizer sim e se submeter totalmente a vontade do criador. Através do seu “fiat”, Maria tornou-se a mãe não somente de Jesus, mas de toda a humanidade.
O nascimento de Maria, marca o início do cumprimento da promessa do Pai para a salvação da humanidade. Ela, que foi escolhida por Deus de forma única, sublime, sem a mancha do pecado original, e que foi comparada com a “pomba”, por ter como principal característica sua uma visão unifocal, só tinha os olhos para Ele, só olhava em sua direção como nos revela o Cântico dos Cânticos (6,9-10):Uma porém, é a minha pomba, uma só a minha perfeita; ela é a única de sua mãe, a predileta daquela que deu à luz. Ao vê-la, as donzelas proclamam-na bem-aventurada (…). Quem é esta que surge como aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como exército em ordem de batalha?” E a igreja reconhece que ela é Maria, a Mãe de Jesus.
O Verbo Divino se fez carne pelo ventre de Maria. A salvação anunciada pelos profetas se cumpriu quando ela disse sim ao anjo Gabriel (Lc 1,26-38). Por esse sim, recebemos a salvação (At 4,11-12). Maria também é considerada como a Medianeira de todas as graças, como aconteceu na festa de casamento nas bodas de Caná (Jo 2,1-11); quando faltou o vinho, ela intercedeu e o Filho atendeu, destacando o papel de intercessora da Mãe.
Até hoje, Nossa Senhora continua sendo a mediação entre o homem e Jesus. Muitos católicos, em momentos de dor e sofrimento, recorrem à sua intercessão. Milhares de testemunhos confirmam o poder intercessor daquela que foi escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador. Ela também foi declarada pelos fiéis devotos como corredentora, por ter dado à luz ao redentor da humanidade (At 4,12). Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus veio ao mundo, e é também com Ela que deve reinar”. Assim, São Luis Maria Grignon de Montfort resumiu a doutrina católica a respeito da importância de Maria na redenção da humanidade.
A alegria da Natividade de Maria, o sim ao anjo Gabriel, a encarnação do Verbo Divino que se fez carne para habitar entre nós, completa os planos de Deus para a Salvação da humanidade. Tudo isso, pela graça e providência do Senhor, deixa-nos agradecidos porque temos um Pai que nos ama infinitamente e uma mãe que olha e intercede sempre por nós.