Estamos em maio, MÊS DE MARIA. Comemoramos também com muito reconhecimento e emoção o DIA DAS MÃES. Comove-nos pensar, lembrar, rezar e homenagear nossas mães em clima de família, onde recebemos, particularmente através delas, a vida, o carinho, o amor e a educação.
Maria é Mãe de Jesus e nossa mãe: Do alto da cruz, “Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulos que ele amava, disse à mãe: ‘Mulher, eis o teu filho!’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe!’ A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu”(Jo 19, 26-27). No Discípulo amado, Maria foi também proclamada nossa mãe. Como é surpreendente e bela esta declaração de Jesus! Maria é chamada de “mulher”. É uma “senha” que brota do profundo diálogo entre Jesus e Maria sobre o mistério da salvação. (Pense-se em sua longa convivência em Nazaré!) Pode-se, assim, citar a presença da mulher (a nova Eva) na redenção da humanidade enganada pela “serpente”: “Porei inimizade entre ti e mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça” (Gn, 3, 15). Na morte e ressurreição de Jesus se realizou esta predição: a Descendência da mulher – Jesus – morreu por causa do pecado. E saiu vitorioso. Todos nós fomos salvos por Ele, inclusive Maria, salva por antecipação: ela, a cheia de graça, conforme o anúncio do Arcanjo Gabriel.
Na anunciação, Maria é a Discípula do Senhor. Ela compreendeu, como os profetas interpelados por Deus, a missão a que Deus a estava chamando: ser a mãe do Filho de Deus. E na linha dos profetas, respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc. 1, 38).
Grávida do Filho de Deus, Maria “partiu apressadamente” (Lc 1, 39) à casa de Isabel, que precisava de sua ajuda. Ela se torna Missionária: assume o jeito de ser de Deus que é ir ao encontro de quem precisa de ajuda! Nas bodas de Caná, notando a falta de vinho, dirigiu-se a Jesus: “Eles não têm vinho”. E, tendo ouvido – e compreendido! – a resposta de Jesus, “sua mãe disse aos que estavam servindo: Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 3-5).
É o grande ensinamento de Maria à Igreja. Ela estava presente no Cenáculo, com os Discípulos, quando desceram sobre eles a “chama” e o “sopro” do Espírito Santo que os levou a anunciar Jesus em todo o mundo. De resto, ao longo da história, Maria sempre se faz presente animando a missão, com suas “aparições”em Guadalupe, Aparecida, Lourdes, Fátima, por exemplo .
“Fazei tudo o que Ele vos disser” é o pedido de Maria à nossa Igreja hoje:
– Na 47ª Assembléia Geral da CNBB, os bispos do Brasil tiveram uma programação intensa. Este apelo de Maria soou, em primeiro lugar, no retiro dos participantes da Assembléia que refletiram sobre o Apóstolo Paulo e a Missão do Bispo: o segredo é viver a vida EM CRISTO! Fez-se significativa celebração penitencial e vigília de adoração à luz de velas – um Lucernário. O retiro terminou com uma bela peregrinação à Catedral de São Paulo, com a concessão da indulgência plenária.
– O tema central tratou dos desafios e diretrizes na formação presbiteral para os dias de hoje, um documento que define os rumos da formação inicial e permanente dos presbíteros.
– Temas prioritários da Assembléia também foram: a) – a iniciação à vida cristã, b) – o ano catequético e c) – a missão continental proposta pela Conferência de Aparecida. Várias atividades já estão se desenvolvendo na linha missionária. No Brasil, propõem-se uma visita missionária à Amazônia (a semana da Amazônia) e uma atenção aberta e fraterna aos povos indígenas. Na América Latina e no Caribe, prospecta-se uma atividade intensa com a organização e participação do CELAM. Foi aprovado um documento sobre a Iniciação da Vida Cristã.
– Foi comemorado festivamente o centenário do nascimento de Dom Hélder Câmara: um exemplo de cristão e bispo. Os corredores da Casa de Itaici estavam repletos de cartazes com imagens e frases muito significativas de Dom Hélder. Uma homenagem em sua honra foi realizada, numa noite, com discurso de Dom José Maria Pires, coral e vídeo narrando suas realizações e sua oração famosa a Maria (“Mariama”).
– A assembléia, ainda, refletiu sobre a conjuntura social brasileira e internacional e sobre a conjuntura da Igreja e sua ação na Conferência Nacional do Bispo do Brasil. Notas foram emitidas pelo Dia do Trabalhador, em defesa da vida e manifesto em favor da família.
– As celebrações Eucarísticas foram muito participadas e vivas cada dia com motivação particular: na abertura da Assembléia com a presença do Núncio Apostólico. Outras intenções foram a catequese; a prece pelos bispos eméritos e pelos bispos falecidos; pela missão continental; pela assembléia das CEBs e celebrações ecumênicas.
O impulso missionário de nossa Assembléia se alimentou com a meditação sobre o Apóstolo Paulo, que recebeu uma iluminação especial no caminho de Damasco, pela qual passou da prática da Lei de Moisés ao encontro com Cristo. Ponto de partida e centro gravitacional da apostolicidade de Paulo, o encontro com Cristo deve vir a ser também ponto de partida do ser cristão, de recomeço da Igreja e de sua missionariedade. O Documento de Aparecida afirma que a todos nos toca recomeçar a partir de Cristo. “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (DA, 12).
É a realização do que nos ensina a Mãe Maria: “Fazei tudo o que Ele vos disser!” Que a invocação do Espírito Santo na celebração da Solenidade de PENTECOSTES nos oriente decisivamente a viver em Cristo. Para todos nós se torne realidade o que diz o Apóstolo Paulo: Para mim viver é Cristo.