Conheça o testemunho de Idma de Souza Tavares Santos, de Pinheiros/ES, que depois de 24 anos longe do seu pai, reencontrou-o durante o Encontro Nacional de Formação 2013, em Aparecida/SP.

Sou natural de São Paulo, onde vivi com meus pais até os 6 anos de idade, quando eles se separaram.Depois disso, passamos por dias difíceis de sofrimento e angústia. Logo em seguida, minha mãe faleceu de complicações respiratórias. Meu grau de sofrimento após a morte dela era muito grande, quem seria minha companheira na hora do parto de minhas pequenas, aquela que me ajudaria a organizar minha vida como mãe e mulher? Nós, eu e meu irmão, nos mudamos para Pinheiros/ES para morar com nossa avó, que foi quem nos criou.

Quando conheci Jesus, ele foi me curando desses traumas em longos anos de seminários, de experiências, encontros, retiros, vigílias. Fui me aproximando de Deus para preencher o vazio que ficou quando, de repente, meus pais foram tirados de mim. Sem pais, éramos eu e meu irmão. Lembro do desejo de minha família de preencher esse vazio, meus tios, meu padrinho, assumindo o papel de segundo pai. Deus constituiu nossa família.

Mais adiante conheci Gilcimar, que mais tarde tornou-se meu esposo, e tivemos nossa filha, Alice. O dia que mais senti a falta do meu pai, foi quando vestida de noiva, ao subir a escada da igreja, eu estava sozinha. Senti o vazio, a solidão de uma vida inteira, ali, em cinco segundos. O padre que nos casou, disse: “Você não está só, Gilcimar sempre estará contigo”. E ele, meu esposo, foi me buscar para entramos juntos naquela cerimônia que foi para nós a mais perfeita e verdadeira, o nosso casamento.

Os anos se passaram e eu tinha certeza da morte do pai.  Lembro que nunca coloquei a intenção de missa pela alma de meu pai, todas as vezes que ia colocar eu rabiscava o nome, Deus me mostrava que tinha sua mão nessa historia.

Anos se passaram e fui discernida a coordenar o nosso Grupo de Oração, Nova Semente, foi um chamado de Deus para assumir esse graça na minha vida. Começaram as batalhas, foram inúmeras lutas, todas com a vitória escrita pelas mãos do Senhor. Ele me permitiu conhecer a mim, como eu não me conhecia.

Em oração, Deus disse essas palavras a mim e a Gilcimar: herança e prosperidade. Logo depois da oração do núcleo novamente: herança e prosperidade. Incomodou meu coração e comecei a analisar o que poderia ser. Passou uma semana e, nos afazeres, de casa Deus disse a mim: herança e prosperidade. Perguntei a Deus: “mas como Senhor, não tenho meus pais e como prosperar se minha vida está tão difícil financeiramente, desculpa Senhor, não compreendo”.

E ele me disse: Pai.

Fui para o computador, faltando alguns minutos para o núcleo, numa terça-feira. Digitei o nome do meu pai no Facebook e sua foto apareceu.

Quando meu esposo chegou e me viu em meio as lágrimas, perguntei se era meu pai e ele disse: “pelas fotos, sim é seu pai”. Foi como se Deus ressuscitasse aquele que, para mim, estava morto, eu pensava.

Fui na oração do núcleo, partilhei com meus irmãos o que Deus estava fazendo em mim e não consegui dormir naquele noite em busca de notícias. Enfim, passaram alguns dias e veio a confirmação, sim, era meu pai. Jair Conceição Tavares.

Em uma ligação telefônica que durou horas, sua voz dizia: “minha filha, todo esse tempo te procurarei, a você e a seu irmão, Fábio”. Quase sem palavras, disse pela primeira vez depois de 24 anos: “a bênção, pai”.

Então, me dei conta que meu pai não me conhecia, não conhecia minha família. Rezei e pedi a Deus que devolvesse tudo que foi nos tirado. No dia de Nossa Senhora Aparecida, recebo a ligação dele me perguntando: “minha filha você é evangélica?” E eu disse: “não pai,sou católica”. E imediatamente ele disse: “Valei-me, Nossa Senhora Aparecida, posso ir pagar minhas promessas, filha, que fiz a ela todos esses anos”. Pela intercessão dela, meu pai me encontrou.

Não sei por que motivos meu pai não conseguiu ir a Aparecida no feriado de 12 de outubro. E eu só iria lá nas férias do meu esposo, mas Deus cuidou de tudo. Veio o ENF de 2013 e sem condições financeiras, eu não teria como ir, mas Deus providenciou e logo pensei que poderia ir encontrar meu pai. O encontro seria em Canas, mas por causa das chuvas passou para Aparecida. Perguntei a meu irmão, quanto tempo seria de viagem até a casa de nosso pai e ele disse que seriam 3 horas de carro, mas que o pai, estava com viagem marcada para Aparecida no dia 25 de janeiro,bem no dia do ENF.

Ali foi nosso reencontro. Depois de 24 anos de uma vida inteira, a promessa de Deus se cumpriu em nossas vidas. Ao abraçá-lo em meio a choro e lágrimas, meu coração louvava a Deus, na mais grandiosa adoração.

Eis a nossa vitória, a nossa fé !

Só posso terminar dizendo: “Se creres, verás a glória de Deus!’ (Jo 11,40)

Obrigado meu deus pela Renovação Carismática Católica  e a Mãe Aparecida, infinitas graças vos damos soberana rainha!!