A Paz de Jesus e o Amor de Maria!

Sou Irmã Sandra Mara de Paula Bandeira, CMES (Carmelita Mensageira do Espírito Santo), tenho 48 anos e há 22 anos pela graça de Deus faço parte desta família religiosa.

Venho de uma família simples e humilde, de uma pacata cidade do interior de São Paulo chamada, Barra do turvo. Meu amado pai se chama Oraci e minha amada mãe Tereza, tenho quatro irmãos e duas irmãs, uma delas também religiosa no mesmo Instituto Carmelita Mensageira do Espírito Santo, atualmente na missão na Itália, em Roma. Tenho também 14 sobrinhos lindos.

 

Como aconteceu o meu chamado?

Meu chamado à vida Religiosa aconteceu depois de três anos caminhando no Grupo de Oração da Renovação Carismática Católica. Dentro de mim havia uma sede muito grande das coisas de Deus, participava da acolhida, intercessão, Ministério de música, todas as sextas-feiras procurava um grupo para fazer vigílias, mas parecia que me faltava algo. Fui então perguntando a Deus o que Ele queria de mim, pois não compreendia essa insatisfação, eu tinha tudo para me sentir realizada. Todas as vezes que buscava na Palavra a resposta só falava de renúncia, de chamado. Veio então em meu coração que o Senhor me chamava para ser uma Missionária e comecei a participar de Grupo de Oração em vários lugares diferentes para que Ele me dissesse a através de seus servos, e eu sempre sentindo que Ele me queria, mas meu desejo era constituir uma família, como toda mulher. Partilhava com minha mãezinha espiritual essa inquietação. E, ao rezar por mim ela teve uma visualização de Jesus mostrando sua mão chagada e ao abrir Sua mão uma aliança e dizia para mim: “Tenho contigo um pacto de amor. Você fez comigo este pacto!” Vou lembrá-la… Neste momento, veio como um filme a minha primeira experiência do amor de Deus. Na minha primeira experiência do repouso experimentei um amor tão grande, tão verdadeiro, tão intenso que eu desejei, a partir daquele momento, pertencer somente a Ele. Chorei muito não sabia definir meus sentimentos. Ela sabiamente me disse, vamos pedir para que o Senhor confirme na Palavra o que Ele quer de você, e assim aconteceu (Eclo 45,30), tomei posse dela e comecei minha busca. No dia seguinte, a mesma pessoa que havia orado por mim disse que tinha conhecido umas irmãzinhas carismáticas num congresso em Aparecida (SP).

Comecei a desafiar o Senhor, meu primeiro desafio era que só iria para o convento se de fato existisse convento carismático, porque eu temia que não existisse algum com a espiritualidade da Renovação Carismática. Segundo, só iria se meus pais dessem a bênção e tudo foi acontecendo muito rápido. Meu chamado aconteceu no dia 15 de agosto de 1997, dia da Assunção de Nossa Senhora. No mês de setembro, fiz o meu primeiro encontro e foi amor à primeira vista, ao ver a fundadora  Madre Maria José, me transmitia algo que não eu sei explicar até hoje, parecia que ela estava falando tudo de mim e para mim neste encontro vocacional e me apaixonei pelo carisma carmelitano e carismático – Contemplar para Evangelizar, a alegria das irmãs. Encontrei o que meu coração buscava. Em novembro, mais um encontro para decisão e no dia 30 de janeiro de 1998, eu já estava ingressando no convento para a honra e glória de Deus.  Confesso que deixar tudo não foi fácil, meus pais, sobrinhos e amigos, minha “liberdade”, eu era independente fazia o que queria, como queria. Porém quando nos colocamos na vontade de Deus, Ele vai aos poucos nos moldando e a maior liberdade que temos é fazer a vontade de Deus, só nos realizamos fazendo a vontade de Dele. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida! Porque dentro de um chamado nasce outro chamado, Ele vai revelando aos poucos o seu Amor, porque não somos capazes de suportar tudo de uma vez. Quando deixei minha casa, para ir para o convento das Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espirito Santo, pensei que talvez não poderia participar de Grupo de Oração como antes, mas, pra minha surpresa dentro do convento tínhamos dois Grupos de Oração; um a tarde outro a noite e mais, tinha também uma vez ao mês um Grupo de Oração Magnificat só para Religiosas. Meu Deus! Estava que em casa, glória a Deus! E assim nunca deixei de participar de Grupo de Oração.

Em abril de 2006, vim em missão para Pomerode, onde estou até hoje, 14 anos de missão aqui em Santa Catarina, onde conquistei muitos amigos e filhos espirituais. Onde tive também a alegria de participar do Ministério para Religiosas e Consagradas Celibatárias estadual da RCC, a qual foi um grande presente de Deus para mim. Depois de algum tempo, o Senhor me fez o chamado para coordenação estadual por três anos, como disse, sempre tem um chamado dentro de outro chamado, fez também o chamado para a coordenação Nacional deste Ministério. É uma responsabilidade muito grande, porém muito maior é a graça de Deus que nunca falta. Aceitei essa missão, primeiro porque era vontade Dele e segundo pela Gratidão à Ele, por tudo o que realizou na minha vida através deste Ministério. Sou imensamente grata ao Senhor pelo chamado à Vida Religiosa, gosto muito de cantar, rezar o Magnificat o canto de Maria: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão Bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é Santo” (Lc1,46).

Quero na minha pequenez, simplicidade e muita alegria poder servir ao Senhor na Igreja, através da minha vocação unindo meu carisma em comunhão com o Movimento da Renovação Carismática Católica do Brasil, na qual estou à serviço neste tempo com muita alegria e gratidão. Este Ministério é para as Religiosas e Consagradas Celibatárias, seja leiga ou de comunidade de vida que simpatizam ou que vivem a espiritualidade da RCC. É importante saber que não interfere no carisma ao contrário, ele nos leva a viver com mais fervor nossa consagração e nosso carisma. Vale a pena conhecer!

Minha vocação é fruto do Grupo de Oração, onde aprendi a amar a Palavra de Deus, Nossa Senhora e a amar a Igreja Católica, porque uma coisa é você dizer que é católico outra é conhecer, viver  e seguir a sã doutrina deixada por Cristo.

Sou imensamente grata à Deus pelo chamado, pela minha Vocação Religiosa. Importante ressaltar que toda vocação é bela, nenhuma é mais importante que a outra, pois do matrimônio, nascem outras vocações padres, religiosas. O sacerdote que traz Cristo a terra, a vida religiosa que renuncia família, filhos biológicos para gerar filhos espirituais para Deus. É importante viver na santidade a vocação dada por Deus.

Diz Santa Edith Stein – “Responder ao chamado de Deus é uma aventura, porém Deus merece esse risco”. E a Vida  Religiosa é essa uma aventura.

 

Irmã Sandra Mara de Paula Bandeira, CMES
Carmelita Mensageira do Espírito Santo
Coordenadora Nacional do Ministério para Religiosas

 

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