“Então, o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem” (Gn 2, 21-22).

A última criação de Deus foi a mulher, tirada do homem. Com que delicadeza Deus a formou!  O Papa Francisco em uma de suas homilias disse: 

“O homem estava só, então o Senhor lhe tirou uma costela e fez a mulher, que o homem reconheceu como carne de sua carne. Mas antes de vê-la, a sonhou! Para entender uma mulher é necessário antes sonhá-la. Muitas vezes, quando nós falamos das mulheres falamos de modo funcional: mas ela foi criada para fazer isto, quando – ao invés – ela traz uma riqueza que o homem e toda a criação e todos os animais não têm. A mulher traz harmonia à Criação, somente com a mulher Adão podia ser uma única carne”

Papa Francisco

A mulher carrega consigo a graça da humanização e do amor, capaz de nos fazer experimentar a ternura, a misericórdia e a beleza do nosso Deus.  Sua missão é fazer com que a humanidade não se distancie das belas coisas da vida, percebendo a presença de Deus no ordinário da vida, que muitas vezes passa despercebido por nós.

Sabemos que o marco do dia da mulher foram as lutas de mulheres para reivindicar melhores condições de trabalho, reconhecimento. Vemos aqui a força, a garra dessas mulheres, que marcaram a história. Na Sagrada Escritura temos uma grande mulher que fez a diferença também: Maria. Foi pela sua intercessão que Jesus realizou o primeiro milagre naquela festa de casamento, transformando a água em vinho (cf. Jo 2, 1-12). Ninguém falou que faltava vinho, mas ela percebeu a agitação e angústia daqueles serventes.

Enquanto o homem é mais razão, vê o macro, a mulher é mais coração, ela percebe os detalhes. Nosso papel enquanto mulher não é brigar para ser igual ao homem, mas é assumir nosso papel, nosso chamado, que não é ser mais nem menos que o homem, mas ser a beleza de Deus, mostrar essa face de amor e de misericórdia, cultivar aquilo que Deus colocou em nós: a afetividade e a capacidade de amar.

O Papa Paulo VI dizia que a mulher traz o primado do coração. E o homem traz consigo o primado da razão. Sem o homem a mulher cai no sentimentalismo, e sem a mulher o homem corre o risco de congelar na aridez e no lado mais racional, técnico das coisas. Por isso, um completa o outro.

Nosso grande exemplo de mulher é Maria, suas virtudes precisam ser imitadas por nós. A obediência, a docilidade, a entrega total. Mulher corajosa, guerreira e determinada, ela foi até o fim em sua missão, a Cruz. A mulher traz em si a delicadeza, mas também a força e a garra para ir até o fim.

Como podemos ver os traços, as virtudes de Maria em nossas mulheres carismáticas! Em nossos Grupos de Oração, temos a grande presença das mulheres, mulheres que foram batizadas no Espírito Santo e descobriram o verdadeiro sentido da vida. Antes uma vida triste, vazia, com sonhos mundanos, uma preocupação exagerada com aquilo externo e passageiro. Mas que, depois do encontro pessoal com Jesus, passam a escolher a melhor parte, o que realmente não passa. Mulheres que, como Maria, rapidamente se colocam a serviço do Reino de Deus.

Quantas mulheres que hoje doam a vida pela obra do Senhor em nossos Grupos de Oração! Vemos mães e esposas, que além da sua missão em sua casa ainda se esmeram em serem instrumentos de amor na vida de tantas famílias; vemos moças, meninas, que em sua juventude, descobriam o verdadeiro amor em Jesus e renunciam as alegrias do mundo, para servir ao Senhor.

Parabéns para todas essas mulheres carismáticas! Que a força do alto faça das suas vidas cada vez mais um testemunho autêntico do amor de Deus!

Daiana Bellei Rehbein

Coordenadora da Comissão Nacional de Formação