Camilo de Lellis nasceu em Chieti, nos Abruzos (Itália), em 1550; seguiu primeiramente a carreira de militar, e quando se converteu, consagrou-se ao cuidado dos enfermos. Terminados os estudos e ordenado sacerdote, fundou uma congregação destinada a construir hospitais e atender os doentes. Morreu em Roma, no ano 1614. (liturgia das horas, 2000, p. 1423)

Inflamado do Espírito Santo e pela virtude da caridade, São Camilo fez um encontro pessoal com Jesus na pessoa do pobre e sobretudo do enfermo. Foi fiel, ouvinte e praticante da palavra: Eu estava doente e cuidastes de mim (Mt 25,36), Em verdade eu vos declaro, que todas as vezes que os fizestes a um destes mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes. (Mt 25,40). Estendeu os braços, com o coração movido por compaixão aos enfermos e desprezados, e esse encontro com Jesus foi sua via de conversão, santidade e salvação.

Ter a sensibilidade de ver na doença, na fragilidade do irmão um caminho de santidade é um chamado desafiador nos dias de hoje. Vejo que existem duas vias de santidade através da doença. Primeiro para a própria pessoa enferma, que se configura com as dores e a paixão de Cristo. Aceitar e ter maturidade espiritual para santificar-se por esta via é um grande desafio. E podemos crer que, a dor como oração é aceita como oblação e intercessão para a conversão dos pecadores. A outra via de santificação vem por parte dos cuidadores que amparam e zelam pelas pessoas que estão doentes. Na necessidade explicita de ter compaixão pelo próximo. Na coragem de “tocar na ferida” do irmão doente. Que é o próprio Cristo. Essa via passa por atitudes concretas de cuidado (dar banho, fazer curativos, dar remédios…), carinho, respeito, paciência e amor.

São Camilo Lellis enxergava nos doentes terminais, rejeitados e repugnantes o próprio Cristo. Mas não bastou vê-los, foi morar com eles, viveu com eles e por eles. Mais belo e puro fica esse ato por saber que ele era portador de uma doença incurável no pé, um tumor. Realmente um estupendo testemunho para nós, ao vermos que mesmo enfermo cuidava de outros enfermos. E hoje, eu e você? O que podemos fazer? Onde estão os braços estendidos? Onde estão os corações movidos por compaixão, assim como ele foi?

Oremos: Ó Deus, que inspirastes a são Camilo de Lellis extraordinária caridade para com os enfermos, dai-nos o vosso espírito de amor, para que, servindo-vos em nossos irmãos e irmãs, possamos partir tranquilos ao vosso encontro na hora de nossa morte. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Deus lhes abençoe e lhes guarde!!!
 
Padre Odirlei da Silva Fernandes
Diocese de Lorena – Paroquia Santo Antônio, Arapeí (SP)
Associação Jesus na Quadra