O ser humano feito a imagem e semelhança de Deus, almeja a felicidade, o amor, no profundo do coração há uma necessidade íntima de amar e ser amado em plenitude.

“O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si mesmo um ser incompreensível, sua vida é destituída de sentido se não se lhe revelar o amor, se não se encontrar com o amor, se não o experimentar apropriando-se dele, se não participar dele vivamente”. (Papa João Paulo II no tríptico Romano p. 9)

Essa é a maior necessidade de nossas vidas, viver o amor de forma que ele nos plenifique. Em vista disso, o nosso maior medo é passar pela vida e não vive-la feliz, é a frustração de uma vida infeliz, sem amor. Os relacionamentos afetivos (em especial o namoro) são os que mais preocupam, inquietam, tomam o nosso coração e mente.

Então, surgem diversos questionamentos, como vivenciar algo duradouro, que não passe apenas pela vista, que venha como um relance e nos deixe marcas, feridas, dores emocionais? Como experienciar um amor que permaneça e me faça crescer?

Para isso, detemos neste dia a refletir sobre o namoro segundo a perspectiva cristã, pois ele nos acrescenta, nos faz exercitar o amor humano em sua plenitude, nos constrói mutuamente no amor.

O namoro cristão é um relacionamento fundamentado em Cristo, tem por centro Jesus,“alicerçado nos valores do evangelho e em vista do matrimonio” (livro Sentinelas da Manhã 3, pág. 73), busca a vivência do amor autêntico.

“Como namorados estais a viver uma fase única, que abre para a maravilha do encontro e faz descobrir a beleza de existir e de ser preciosos para alguém, de poder dizer um ao outro: tu és importante para mim. Vivei com intensidade, gradualidade e verdade este caminho. Não renuncieis a perseguir um ideal alto de amor, reflexo e testemunho do amor de Deus!” (Bento XVI aos namorados)

É um relacionamento que me faz viver a santidade, a verdade, o respeito, o conhecimento mútuo, o diálogo, a oração, a gradualidade (aqui salientamos a necessidade de um caminho gradual, não queimando as etapas), a castidade.

Como falamos anteriormente, nos faz vivenciar o amor humano, um exercício para o matrimônio,  fundamentado no amor (a decisão diária de se doar ao outro, como Cristo fez pela Igreja, um amor esponsal), que “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera e tudo suporta (1 Cor 13, 7).

Amor que desculpa

É compreender o(a) outro(a) como ele(a) é de verdade, enxergando os defeitos e qualidades. Um amor que valorize o outro, auxiliando na construção de uma nova pessoa sempre. Como São João Paulo II:“O amor concentrado no valor da pessoa faz que a amemos como ela é verdadeiramente, não a ideia que dela fazemos, mas o seu ser real”.

Amor que crê

Possui os mesmos anseios, projetos, sonhos, sobretudo, uma confiança viva na pessoa de Jesus. Um amor que crê também no outro, que cresce em uma confiança na pessoa e acima de tudo em Cristo. Quando o casal diz um para o outro e aos outros, com fala e atitude:“nós cremos”.

Amor que espera

Tudo ao seu tempo, em especial a relação sexual, que foi feita para o matrimônio.  Pois “uma pessoa não pode doar nada maior a outra do que a si mesma. “Eu amo-te significa, para ambas, “eu quero-te somente a ti, quero-te totalmente e quero-te para sempre!” Porque assim é, não se pode dizer “eu amo-te” apenas por um período de tempo ou por uma prova, mesmo que seja apenas com o corpo” (Youcat, 407). E somente no matrimônio o casal está disposto a dar-se plenamente, a partilhar toda sua vida.

Amor que suporta

Provações, dificuldades, distâncias, enfermidades. Que é suporte para o outro, como uma moleta, sempre a sustentar os passos quando já não temos mais forças, em direção ao céu.

Podemos assim afirmar, é possível nos tempos de hoje viver um namoro cristão, somos testemunhas vivas deste percurso valioso de crescimento e amor. Foram cerca de cinco anos e meio até chegarmos ao altar, o precioso sim, hoje esperamos o primeiro fruto do nosso amor.

Contudo, peçamos o auxílio da Santíssima Virgem Maria, Mãe Amorosa, para que nos ajude, enquanto casais cristãos a sermos autênticas testemunhas de Cristo com os nossos relacionamentos.

 

Isaú Morais Medeiros Teixeira e Ruvia Lourena Lopes Santos Medeiros

Grupo de Oração Maranathá – Diocese de Caicó (RN)

Coordenador Estadual do Ministério Jovem e Coordenadora Estadual do Ministério Universidades Renovadas