“Um Deus aniquilou-se por mim! Que pensamento! Eu não sou nada; e Deus, que é tudo, quis fazer-se semelhante a mim e fazer-se meu irmão, tão grande o Seu amor deseja a união comigo”. ( Beata Elena Guerra)

 

Hoje, 23 de junho, fazemos memória da festa da natividade daquela que, por sua vida, tornou-se o expoente da vida no Espírito Santo para nossos tempos. Elena Guerra nasceu numa família estimada pelos moradores de Lucca, Itália. Sua mãe, Faustina, tinha uma saúde muito debilitada, logo, o nascimento de Elena veio a ser prematuro, por ter sido uma gestação de risco. Ela foi batizada no mesmo dia do seu nascimento. Uma das suas maiores alegrias! Poder ter recebido o Divino Amigo tão logo em sua vida! Outros momentos que marcam também sua espiritualidade de devoção ao Espírito foi quando aos 8 anos de idade  recebeu o crisma e primeira comunhão.

Elena foi marcada por momentos de cruz quando teve que passar oito anos de cama para suportar uma enfermidade inexplicável. Nisso, sua vocação floresce pela força do Espírito Santo. Dizia de si mesma que sua aparência não tinha nada de particularmente agradável, mas era no seu interior que se encontrava o belo e fecundo jardim que Deus havia plantado. Sua vida foi o grande legado que deixou. A riqueza interior que descobriu dentro de si e que, com tanto amor e afinco, cultivou e fez amadurecer, foi a razão do seu anúncio e motivo no qual canalizou todas as suas forças, de forma que todos pudessem também descobrir. 

Sua vida, obra e legado continuam presentes e participando de forma atual dos nossos dias. Sem sombra de dúvida, este é um sinal da graça especial que os santos recebem – a graça de um testemunho tão forte e verdadeiro que transpassa gerações, que ecoa através do tempo e do espaço como a corrente caudalosa de um rio que atravessa todos os obstáculos. Elena sempre projetou sua vida à amizade ao Espírito Santo, e, de tão genuíno e autêntico que foi o seu testemunho e anúncio, levam consigo uma multidão de filhos (amigos) que, convencidos pela autenticidade do seu “ser cristão”, abraçam esse mesmo “estilo” de vida, vindo a entrar nesta espiritualidade do Cenáculo Universal.

Pelo Brasil e pelo mundo, são inúmeros os amigos que a Beata Elena Guerra já conquistou! Seja através de seus escritos ou das Capelinhas do Espírito Santo, o fato é que Deus continua suscitando novos apóstolos do Espírito Santo em todos os lugares. E era este o desejo de Elena! Que o Cenáculo se alargasse, que cada um que se encontrasse com o Doce Espírito de Deus se tornasse uma centelha viva a espalhar pela Terra o Fogo do Divino Amor! Continuar seu apostolado, profetizar o Novo Pentecostes com a vida, com as obras, com o amor! Eis a missão que Deus também nos confiou!

Elena encontrou-se com o Espírito de Deus! Este era o seu valioso Tesouro, mas um Tesouro que logo descobriu que não podia ficar guardado, mas deveria ser conhecido por todos, adorado por todos, invocado por todos. E, então, Elena tornou esta a missão de sua vida. Dali em diante, tudo o que fizesse, tudo o que sofresse, tudo o que alcançasse seria por Ele, para Ele! Incansável, ousada, persistente! Uma mulher à frente do seu tempo! De textos inspirados sobre o Espírito Santo à correspondências para o Papa Leão XIII! Não podia se conter, nem se conformar com a ingratidão de tamanho esquecimento do Espírito Santo, que é a Alma da Igreja, o Senhor que nos dá a vida! Somos hoje, pelos nossos novos Cenáculos, ao qual ela chamava, os Grupos de Oração, a levar essa mesma ousadia de tornar conhecido, amado e invocado o Espírito Santo. Devemos também hoje dedicarmo-nos a tornar o Espírito mais conhecido, amado e invocado. É de um Novo Pentecostes que o mundo precisa, ela dizia. E, para isso, o mundo devia se tornar um Cenáculo permanente de oração, um Cenáculo Universal!

Neste 23 de junho, nos importa recordar a sua vida em vista do que somos chamados como Movimento Eclesial. Recordar para nos inspirar novamente, para nos motivar a, ainda mais, dar continuidade ao apostolado que um dia, em um lugar distante daqui, Elena começou! Mas, como já foi dito, o testemunho verdadeiro transpassa o tempo e o espaço, e nós, sabemos bem disto! Descobrindo seus escritos, conhecendo a sua vida e obra, dela nos tornamos íntimos, por graça do mesmo Espírito que a inspirou e que, hoje, nos inspira e anima. A espiritualidade que Elena viveu continua sendo fonte de inspiração para uma missionariedade mais ousada, pois continua sendo mestra, continua seu apostolado, agora com ainda mais força, pois habita, na morada eterna, no Coração de Deus.

Mas, certamente, Elena Guerra não desejaria que as atenções se voltassem a ela mesma, por si mesma. A imagem dela que conhecemos deixa isto muito claro. Estamos na expectativa de que logo ela chegue à honra dos altares como Santa Elena de Lucca. Mas sua vida aponta para o Alto, aponta para o Espírito Santo. E, todos que descobriram na sua espiritualidade o seu modo próprio de também se relacionarem com Deus, a todos que, através dela, se tornaram Amigos do Espírito Santo, como eu: “Tome esta chama, este Fogo; deixa que te invada e te leve a doá-Lo para todos, todos… Pela Profecia do Novo Pentecostes, um retorno ao Cenáculo! Um Pentecostes sem fim!”

Veni Sancte Spírito! UPA- Unidos pelo Avivamento!

 

James Apolinário de Almeida

Grupo de Oração – Nossa Senhora de Pentecostes

Obra Servos do Cenáculo