Desde a minha infância ouvi minha avó materna falar sobre Nossa Senhora do Bom Parto. Ela sempre recomendava às mulheres grávidas: “Que Nossa Senhora do Bom Parto te dê uma boa hora”.

Hoje, casada há nove anos, sendo mãe de sete filhos, sinto profundamente e vejo com mais clareza o cuidado de Nossa Senhora em minha vida, caminhando comigo em minha maternidade. Em todas as gestações, sem dúvidas, Ela foi a medianeira de todas as graças que precisei, pois, todos os meus partos foram cesarianos, o que para a medicina era “loucura”, mas diante de Deus se traduz em “graça”.

Ouvi inúmeros comentários e críticas, até mesmo durante um dos partos, quando uma anestesista me intimidou na mesa de cirurgia dizendo que um dia eu sentiria o peso de tudo isso. Confesso que senti muito medo, mas pedi a Nossa Senhora que segurasse em minha mão, desde o momento da anestesia até o final da cirurgia. Pela intercessão de Nossa Senhora tudo ocorreu muito bem para a glória de Deus.

É importante dizer que meu esposo e eu chegamos até aqui com o devido acompanhamento médico e direção espiritual, buscando, no exercício da paternidade responsável, responder ao chamado de Deus no Matrimônio que é acolher e educar todos os filhos que o Senhor nos enviar. Todas as áreas da nossa vida precisam estar na presença de Deus e nos levar à santidade. Por isso, as decisões não podem ser tomadas apenas racionalmente, mas iluminadas pela fé.

Toda mulher com o dom de gerar um filho deve viver esse encorajamento: o nosso corpo é uma oferenda viva. Não podemos limitar em dar a Deus somente o nosso coração, mas ofertar o sacrifício vivo do nosso corpo. A força que temos não reside em nós, mas vem do Alto.

Há uma passagem na Sagrada Escritura na qual São Paulo diz: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Rm 12, 1-2).

Nesse dia especial, peço à Nossa Senhora do Bom Parto que interceda por todas as mulheres, em especial as que estão gerando uma vida, mas também por aquelas que querem e não podem, e aquelas que ainda não se abriram a esse dom sobrenatural de participar da criação com Deus.

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Viviane Albuquerque
Grupo de Oração Rainha da Paz – Diocese de Juína (MT)
Coordenadora Estadual do Ministério para as Famílias