No dia 16 de julho, a Igreja celebra a festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo. Esta comemoração foi instituída para celebrar a aparição da Virgem Maria a Simão Stock em 16 de julho de 1251. A celebração teve início na Inglaterra, no final do século XIV, e tinha como objetivo agradecer à Virgem Maria pelos benefícios concedidos nos tempos difíceis dos primeiros anos da Ordem do Carmo.
Seu nome remete ao monte Carmelo, localizado na Palestina, conhecido por sua beleza e importância religiosa. Foi lá que o profeta Elias se reuniu com alguns homens para defender sua fé contra os sacerdotes do deus Baal. (1Rs 18, 20-45)
Inspirados no profeta Elias, muitos cristãos se dirigiam para o monte para fugir das cruzadas durante a Idade Média. Por meio de uma lenta formação, deram início à atual Ordem Carmelita fundada em 118. Quem viaja ao oriente não deixa de visitar o formoso mosteiro a quinhentos metros sobre o nível do mar, com uma belíssima igreja. Debaixo do altar, há uma gruta chamada de Elias, onde são celebradas missas.
Durante o século XIII, os monges carmelitas foram expulsos pelos sarracenos muçulmanos e receberam uma regra aprovada pelo Papa Honório III em 1226, conhecida como a Regra de São Alberto. Os carmelitas, liderados por Santo Alberto, bispo de Vercelli na época, estabeleceram vários mosteiros no Ocidente após sua expulsão do Monte Carmelo, principalmente na Europa. Esta migração e estabelecimento de mosteiros no Ocidente foram fundamentais para a expansão e consolidação da Ordem Carmelita.
Segundo a tradição carmelita, em 16 de julho de 1251, a Virgem Maria teria aparecido a Simão Stock em Cambridge, na Inglaterra, entregando a ele um escapulário. Simão Stock era de fato o superior geral dos Carmelitas na época e é considerado um santo pela Igreja Católica.
Há uma antiga tradição chamada “privilégio sabatino”, que afirma que as almas devotas que morrem usando o Escapulário Carmelita serão liberadas do purgatório no primeiro sábado após a morte. Em 11 de fevereiro de 1950, Pio XII enfatizou a importância do Escapulário, incentivando os fiéis a colocá-lo em primeiro lugar entre as devoções marianas.
O Escapulário começou como uma peça de roupa usada por monges beneditinos no trabalho e depois se tornou um símbolo usado pelos frades. Com o surgimento das Ordens Terceiras, que eram grupos religiosos para leigos associados a uma ordem monástica maior, as pessoas começaram a usar escapulários como um sinal de que faziam parte desse grupo religioso.
É importante enfatizar que o Escapulário não deve ser visto apenas como um objeto milagroso ou como um amuleto de sorte. Seu uso requer a disposição do católico em cooperar com a graça de Deus, evitando o pecado e observando os Mandamentos. O Escapulário é um símbolo de devoção e proteção, mas sua eficácia está intrinsecamente ligada à fé e à prática da vida cristã.
Oração
“Ó Virgem do Carmo, Virgem do Escapulário,
livrai-nos de todo mal, de toda doença maligna
e das perseguições do inimigo.
Assim como nos ajudai a viver
intimamente unidos a ti e ao teu filho, Jesus.
Amém!”