“Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.” (Lc 18, 16)
Em alguns momentos na Sagrada Escritura, Jesus usa a criança como um exemplo a ser seguido. Diante das muitas possibilidades de interpretação, podemos dar atenção a três características de uma criança que vão nos auxiliar em nossa reflexão: precisamos aprender a sermos receptivos, observadores e a capacidade de buscar algo, de sonhar, de almejar. Ao usar a figura de uma criança, Jesus está nos dizendo que, para encontrarmos Deus, precisamos ter um coração espontaneamente aberto à vida de oração.
Há uma frase de Santa Terezinha do Menino Jesus que diz: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria”. Essa frase introduz no Catecismo da Igreja Católica o capítulo chamado “O que é oração?”. Para responder a essa pergunta, a Igreja nos ensina que a oração é um dom de Deus, sendo necessária a humildade para receber gratuitamente esse dom; a oração também é uma aliança, pois “é uma relação de aliança entre Deus e o homem em Cristo” (CIC, 2564); e, por fim, a oração é comunhão, ou seja, “a relação viva dos filhos de Deus com o seu Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo” (CIC, 2565). Como não amar, então, a vida de oração que é presente de Deus; uma aliança com Ele e que nos leva à comunhão?
Como toda relação de amor é um processo que vai sendo construído, o amor à vida de oração é um passo por vez, assim como as crianças aprendem a andar. Após o aparente medo de ficar em pé e dar os primeiros passos, a criança se delicia com a liberdade do caminhar. Assim também pode acontecer conosco: a cada instante que nos colocamos em atitude de oração, aprenderemos a ter um imenso amor que purifica a alma e gera frutos.
Assim deve ser o coração de um intercessor disposto a dar passos significativos nessa relação de amor que é a oração. Com nosso amor, queremos alegrar Jesus todos os dias da nossa vida, realizar o que Ele quer, assumirmos a Vida No Espírito como um viver do Amor, sermos amor para os outros e transbordar amor em nossas orações. Pensando nisso, como é bom descobrir que a nossa vocação é o chamado ardente na alma de rezar pela salvação de todos! Como dizia Santa Madre Teresa de Calcutá: “Tudo o que fazemos, o fazemos por amor, com amor e por Jesus.”. Sendo assim, precisamos viver esse imenso amor sem medidas, não reclamar das coisas temporais que nos acontecem e não permitir que isso nos abale profundamente, afinal não podemos calcular o valor da oração pelo irmão.
O amor a vida de oração nos faz desejar o céu e buscar viver a santidade sem medidas. Nosso coração, nosso corpo e nossa alma se purificam, pois só temos hoje para rezar, amar, abraçar, querer bem o outro. A cada segundo temos a oportunidade de uma decisão de amor: orar, levantar súplicas pelos irmãos e, sem medo, sermos verdadeiros na intercessão como profetas do amor.
O profeta do amor contempla, na hora da intercessão, a face adorável do Senhor. Sendo a oração uma relação com Deus, que intercessor que não quer ter amor à vida de oração? Na oração, o nosso coração se move, o céu se abre e o milagre pode acontecer. Assim como Moisés na sarça ardente, nós adentramos o lugar sagrado (Êxodo 3,1-6); tiramos as sandálias dos pés (o desânimo, o medo, a incerteza, a mágoa, a solidão e a ingratidão); somos profetas do Altíssimo. Santa Teresinha dizia: “Minha vida é só um instante e logo vai passar. Tu sabes, oh meu Deus, eu tenho hoje para te amar.” Sendo assim, queridos intercessores, nós existimos para amar a Deus de todo coração e alma. Deus conhece o nosso “hoje”. O que fazemos hoje tem garantido a nossa identidade de cristãos, carismáticos e intercessores? O nosso hoje é sinônimo de amor a Deus e à vida de oração? O nosso hoje tem sido um tempo favorável de conversão?
Para essas respostas, recorremos ao exemplo também de Santa Terezinha: sejamos pequenos em cada situação de nossa vida. Ser pequeno como a criança e correr para os braços seguros do Senhor, como os pássaros livres a voar, como a rosa a nascer. Assim, somos cada um de nós no momento da oração. O amor à vida de oração convida-nos a não sermos orgulhosos, não pensarmos em coisas superiores. Coloquemos, então, nossa esperança no Senhor e aprendamos a viver com misericórdia. Não permitimos que nossas culpas passadas nos façam desistir da vida de oração. Deixemos as lembranças do passado, as culpas, qualquer vestígio na infinita misericórdia de Jesus. Ele nos refaz como um grande tesouro em vaso de argila e nos molda a cada oração, pois todos esses momentos são perfumes preciosos que se elevam ao céu. Cada intercessor é chamado a ser misericordioso assim como o Pai. (Lucas 6, 36).
Essa misericórdia se revela na simplicidade da nossa relação com Deus. Devemos agir com a maior simplicidade, falando com Ele francamente e de maneira simples, implorando sua assistência em nossos assuntos na medida em que ocorrem. Esta deve ser a atitude de um intercessor que ama e tem constância na vida de oração: fazer tudo por amor a Deus!
São João Crisóstomo dizia: “Assim como o corpo não pode viver sem a alma, a alma sem a oração está morta e exala mau odor.”. Sem uma vida de oração constante seremos assim. O tempo nos apressa. Não há lugar para atrasos. Nossas almas estão em jogo. Na vida espiritual precisamos avançar a todo instante. O Espírito Santo nos ajuda a avançar sempre para águas mais profundas.
Intercessores, sejamos singelos e puros como a Virgem Maria e peçamos sua intercessão para vivermos na humildade, obediência, confiança e perseverança como escolhidos de Deus. Todas essas graças não são obtidas sem a oração humilde, confiante e perseverante. Com ela, tudo se alcança. Já nos ensinava Santa Tereza de Ávila que aquele que ama muito, reza muito. Intercessor, reze porque seu coração está cheio de amor… é o Amor que motiva.
Portanto, jamais deixemos de orar e isso disse o nosso Salvador muitas vezes: “Importa orar e não cessar de o fazer.” (Lucas 18, 1). Ah, grande graça é o espírito de prece, isto é, a graça que Deus concede a alma para sempre orar!
Jucimara Elizeu Malta Martins
Coordenadora Estadual do Ministério de Intercessão da RCC Alagoas
INTENÇÕES PERMANENTES
1. Pela Santa Igreja, pelo Santo Padre, o Papa Francisco, pelos Bispos, pelos Sacerdotes, Diáconos, Religiosos (as) e pelos Seminaristas;
2. Por todas as vocações, para que o chamado de Deus seja assumido com amor e fidelidade;
3. Pelos membros do Serviço Internacional para a Renovação Carismática Católica – CHARIS;
4. Pelos membros do Serviço Nacional de Comunhão do CHARIS;
5. Pelo Presidente do Conselho Nacional, Vinícius Simões e sua família, e todos os membros do Conselho Nacional;
6. Pelas reuniões dos Conselhos Estaduais e Diocesanos;
7. Por todos os Grupos de Oração do Brasil;
8. Por todos os Ministérios da RCC em nível nacional, estadual, diocesano e de Grupo de Oração;
9. Pelas necessidades espirituais e financeiras dos escritórios diocesanos, estaduais e nacional da RCC;
10. Pela casa de missão da RCCBRASIL no Marajó e pelos missionários e missionárias;
11. Pela construção da Sede Nacional da RCC do Brasil e pelos seus colaboradores;
12. Pelos eventos de evangelização da RCC no Brasil;
13. Pela situação política, econômica e moral em nosso País;
14. Para que cesse a violência no Brasil e no mundo;
15. Pela libertação e paz do povo Venezuelano;
16. Pela erradicação dos vírus causadores da Febre Amarela, Dengue, Zika e Chikungunya.
INTENÇÕES DO MÊS
– Pelo Encontro Nacional do SBCC (Serviço Brasileiro de Comunhão do CHARIS), de 30 julho a 01 de agosto;
– Pela Conferência Nacional do Ministério de Intercessão, de 09 a 12 de agosto;
– Pelo fim da pandemia do Coronavírus no Brasil e no mundo;
– Pela reabilitação das pessoas pós Covid;
– Pelos desempregados do Brasil, para que tenham a oportunidade de um trabalho digno.