Patti Gallagher Mansfield, uma das pioneiras da RCC no mundo pregou o segundo tema do ENF 2019, “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5), mesmo tema do ano para a RCCBRASIL, e, logo no início, deixou clara a sua alegria em estar conosco, declarando que ama o Brasil mais do que qualquer outra nação no mundo. Ao dizer que o batismo no Espírito Santo é uma experiência abundante do amor de Deus, deu o exemplo de São Felipe Neri, sobre quem o amor de Deus foi derramado no seu coração pelo Espírito Santo. De forma diferente, ela também foi batizada no Espírito, ao pedir ao Pai que pudesse amar como Jesus ama. “Ele quer que sejamos cheios de amor”.
Patti repetiu várias vezes que tudo tem a ver com o amor. Comentou, ainda, ver como um carinho de Deus aos brasileiros o fato das leituras das missas de antes e durante o ENF serem sobre o amor de Deus. Em seguida, passou a seguinte tarefa para este Jubileu de Ouro: ler todo o capítulo 5 do livro de Romanos, que começa falando sobre como fomos justificados por Jesus, continua a respeito de uma vida vivida na virtude, até a ajuda que o sofrimento pode nos trazer.
A respeito de Santa Catarina de Sena, Patti apresentou a visão descrita no livro “O Diálogo”, que segundo ela, foi inspiração de Deus para aquele momento da pregação. A visão conta sobre um rio de pecados que pode nos destruir e tirar a nossa vida, caso nos afoguemos nele. Mas o Senhor construiu uma ponte, que é Jesus, para unir o céu e a terra. Nessa ponte existem três degraus. O primeiro são os pés de Jesus, onde é possível ser entregue tudo ao Senhor, mas ainda falta intimidade. O segundo degrau, o lado de Cristo, suas chagas e o seu Sagrado Coração. Neste amor, o pecado foi rompido, e começamos a amar verdadeiramente para agradá-lo. O terceiro é a boca de Jesus, que com o seu beijo nos traz a paz. Pela boca de Cristo, começamos a gostar do alimento que Ele come: a vontade do Pai, a Cruz. “Se formos nesse degrau, tudo o que quisermos será da vontade de Deus”, disse Patti, também citando Santa Faustina: “De agora em diante, eu não quero mais fazer a minha própria vontade”.
“Sem amor, eu nada seria”
Na primeira carta aos Coríntios, nos capítulos 12 a 14, em que São Paulo fala sobre os dons carismáticos, Patti chamou atenção para o capítulo 13, sobre a caridade. “Cuidado!”, exortou ela, ao dizer que às vezes podemos dar a resposta certa, mas estarmos errados, quando falta amor em nós. Deixou bem claro que “se você não exercitar os carismas com amor, eles poderão ter efeito, mas você não estará agradando a Deus”. No ano jubilar da RCC no mundo, o Senhor a corrigiu muito, por isso nos disse em sua pregação que neste nosso ano jubilar, Ele também nos corrigirá, porque nos ama. Então passou um outro exercício: que cada um coloque o seu nome no lugar de “amor” ou “caridade” em 1Cor 13, e fazer disso um exame de consciência.
Em seguida, Patti falou sobre os dois inimigos do amor. O primeiro, ciúmes ou inveja, e o segundo, competição. Com bastante ênfase, e ao citar Santa Madre Teresa de Calcutá, motivou-nos a não invejar ou competir com os irmãos, nem mesmo desejar ter a vida de outra pessoa, pois Deus vai precisar da missão que é somente nossa. “Você não pode fazer o que eu faço, e eu não posso fazer o que você faz. Mas, juntos, podemos fazer algo muito bonito para Deus” (Madre Teresa de Calcutá). Cada um tem sua própria história e missão, e é chamado a “permanecer em sua própria rota”, sem desejar ultrapassar os irmãos. Isso tudo é motivado por uma necessidade maior que nossos caprichos, a evangelização. “Neste tempo de jubileu, de nova evangelização, Deus precisa de todos!” Comentou também que não cabe a nós julgar as intenções no coração de quem prega, pois o que importa é que Cristo seja anunciado.
Por fim, partilhou um conselho recebido por um diretor espiritual, para resistir à tentação de construir uma reputação, de se autopromover e de fazer seu nome se tornar conhecido. A promoção vem Deus. “Se Ele quiser que vocês sejam conhecidos, Ele fará”, frisou Patti, também ao dizer que Deus precisa de nossa pobreza e da nossa fraqueza mais do que qualquer outra coisa.
Após este chamado do Senhor à humildade e a nos reconhecermos pecadores, rezamos a renovação das promessas do Batismo, dirigidas por Dom Alberto Taveira, assessor espiritual da RCCBRASIL e Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Belém-PA. Em seguida, rezamos a consagração à Nossa Senhora, criada pelo bispo.