Maria Teresa Martin, nasceu em 2 de janeiro de 1873, em Alençon, na França, era filha de Zélia Guérin e Luís Martin. Deste casal nasceram nove filhos, sendo que três deles faleceram e as demais, todas meninas, tornaram-se religiosas. Santa Teresinha, a caçula da família ficou órfã de mãe aos quatro anos de idade. Cresceu num ambiente de amor puro e de fé, era chamada de “minha rainha” por seu pai. Com 15 anos recebeu do papa Leão XIII a permissão de entrar no Carmelo de Lisieux. Ela não fez nada de extraordinário, apenas cumpriu bem seus deveres de monja enclausurada ensinando o caminho da santidade. Seu testemunho foi fazer com amor as pequenas coisas, isso revelou o papel do amor como chave de toda a espiritualidade e apontou seu caminho da infância espiritual. Passou seus últimos anos de vida com uma terrível doença e faleceu consumida de amor dizendo: “Oh meu Jesus, eu te amo!”. Teresinha havia prometido que, que após sua morte, faria descer sobre a Terra uma chuva de rosas (graças celestes). Ela continua a realizar esta promessa depois de sua entrada no céu com um incalculável número de milagres.

O mês de outubro é conhecido como mês missionário e Santa Teresinha é a padroeira das missões, podemos nos perguntar como se tornou a padroeira? Sendo que desde seus 15 anos viveu enclausura num convento, a resposta é simples: ela vivenciou o amor e mesmo vivendo no Carmelo viveu sua identidade missionária rezando pelas vocações. Na Renovação Carismática Católica temos a Missão Marajó, localizada no município de Afuá, no estado do Pará. Há 11 anos pessoas de diversos estados são enviados em missão para dedicar um tempo de suas vidas e ser uma “Igreja em saída”, a pedido do nosso Papa Francisco. Em Afuá, os missionários se dedicam exclusivamente atendendo os mais necessitados, principalmente na evangelização das crianças. Eu tive essa oportunidade única, que foi doar um ano da minha vida na missão, em 2018, e posso afirmar que foi o tempo que mais senti a presença de Deus, um Jesus tão próximo, que falava comigo nas coisas simples, desde a natureza exuberante, que só aquele lugar tem, como num olhar e gesto de carinho de um povo acolhedor e de uma fé invejável, não tinha nada materialmente, mas, tinha a alegria no rosto de ser filho de Deus, e a certeza de que Ele não esquece nenhum de seus filhos e que com eles não seria diferente.

Por Santa Teresinha tive devoção desde criança, até mesmo por saber que era a padroeira das missões, era Deus já com seus propósitos em minha vida. Achava bonita aquela santinha das rosas. Participo da RCC desde criança, mas, sempre com o desejo de ser missionária, porém, sem precisar sair da Renovação para isso, foi então que conheci através de um vídeo a Missão Marajó, que para mim foi a confirmação de Deus, ser missionária sem precisar sair do Movimento que sempre participei. Eu creio que tudo pela intercessão da minha amiga do céu, Santa Teresinha do menino Jesus, a padroeira das missões, que para mim sem dúvida foi modelo, exemplo e o motivo para que eu não desistisse nas primeiras dificuldades. Busquei como cristã, a exemplo dela dar continuidade a missão de Jesus aqui na terra, tentei pôr em prática seus ensinamentos, tudo devia ser feito com amor, até mesmo as pequenas coisas, os pequenos gestos, as obrigações diárias, ela diz que: “Sigamos o caminho da simplicidade. Entreguemo-nos com todo nosso amor. Em tudo busquemos fazer a vontade de Deus, o zelo pela salvação das pessoas devore nosso coração”.

Busquei sempre mostrar as pessoas que é preciso amar o Amor, isto é, amar a Jesus de todo coração e a todas as almas, até aquelas mais difíceis. No ENF deste ano de 2019, Patti Gallagher Mansfield fez uma pregação voltada a Santa Teresinha, “Amar Jesus como Ele nunca foi amado”, este pensamento da Santa ajudou a aprofundar na temática do encontro “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Patti afirmou que Teresinha tem muito a ensinar aos carismáticos. Ela citou três expressões dos escritos da Santa, fazendo um resumo de sua espiritualidade, como carismáticos nós devemos imitá-la.

1 – Eu me alegro em ser pequena:Só as crianças e quem se considera pequeno, terá espaço reservado no banquete celeste. Patty sugeriu para que toda a RCC lesse o livro A história de uma alma, nesse ano jubilar. Fez um convite a retornar ao sacramento da reconciliação, o que a entristece é quando ouve que tem pessoas no Movimento se achando tão santas que não precisam se confessar, se estamos verdadeiramente andando no Espírito Santo temos que ter a consciência de que somos pecadores e pequenos.

2 – Eu escolho tudo:tudo o que o bom Deus tem para nós. A mensagem de Santa Teresinha para nós carismáticos é esta: Fiquem perto de Jesus crucificado, não há Jesus sem cruz, não existe outro caminho para a santidade, somente através de Jesus crucificado. Patti faz a seguinte pergunta: Sabe por que muitos não gostam da Renovação Carismática? Eles acham que somos superficiais, é só louvor e alegria, eles não sabem que seguimos Jesus crucificado na Renovação Carismática e que Ele está formando em nós, não como um dever, mas, por amor o desejo de dizer livremente: “Eu escolho tudo, as coisas boas, agradáveis, mas também as difíceis, os sofrimentos, não importando como a cruz está sendo apresentada para nós, nós escolhemos tudo!”.

3 – Minha vocação é o amor:Santa Teresinha sentia um desejo enorme de ser missionária, mas, para ela uma só missão não era o suficiente, tinha o desejo de estar em todos os lugares ao mesmo tempo e Deus ouviu sua oração.

O amor de Santa Teresinha por Jesus é como o amor apaixonado de uma noiva para com seu amado. Ela pegava a bíblia, levava dentro do hábito, perto do coração por tanto amar a palavra de Deus. Em seus escritos são encontradas mil citações bíblicas, ela alimentava a alma com a palavra foi em coríntios 13, onde ela exclamou: “finalmente eu descobri minha vocação, é o amor”. Na RCC devemos estar completamente convencidos o que somos, que a nossa vocação é o amor por Jesus, como ela o amava amar nossos irmãos e irmãs, o Senhor nos deu o poder do Batismo no Espírito Santo, não só para nossa alegria e satisfação, mas, para a salvação do mundo.

Que pelo poder do Espírito Santo, nos tornemos santos e nos impulsione a evangelizar. Santa Teresinha nunca deixou o convento e foi uma das maiores missionárias, nós carismáticos somos convidados a ser missionários em todas as circunstâncias das nossas vidas, em nossa casa, entre os amigos, ambiente de trabalho etc. Sejamos ousados como Santa Teresinha, que pediu aos anjos do céu uma porção dobrada do amor deles por Jesus, digamos a Jesus que queremos amá-Lo como ele nunca foi amado, queremos ser santos e que nos alegramos em ser pequenos. Jesus, queremos ser missionários do amor e nos unimos a Santa Teresinha, temos convicção de que a Renovação Carismática Católica é uma resposta de Deus a Santa Teresinha, somos pequenas almas que anseia pela santidade e pelo céu!

 

Aline Vanessa Fernandes de Sousa
Grupo de Oração Nova Semente – Arquidiocese de Teresina (PI)
Coordenadora Estadual do Ministério da Promoção Humana