Neste mês vocacional a Igreja é convidada a rezar pela missão de cada fiel, reconhecendo a fecundidade do chamado de Deus. O casal Isaú Medeiros e Lourena Lopes, pertencem ao Grupo de Oração Maranathá, da Diocese de Caicó (RN) e partilham um pouco do despertar para vida matrimonial.
“O desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto incentiva a Igreja”. Como resposta a esse anseio, “o anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia”. (Exortação Apostólica Amoris Laetitia § 1)
Nos detemos em proclamar a Boa Nova da vocação Matrimonial, nesse mês dedicado as vocações, percorrendo nossa história de vida.
Hoje para muitas pessoas, em especial para os jovens, falar sobre vida matrimonial é loucura ou ainda assunto ultrapassado, numa sociedade que vive o descartável, o prazer pelo prazer, o individualismo. Embora no tempo presente Deus tem suscitado no coração de seu povo o desejo ao matrimônio.
Desde a nossa vida mais tenra trazíamos em nossos corações a aspiração de construir uma família, eu (Isaú) no anseio de ser esposo, pai e a Lourena de ser mãe, cuidar dos filhos, da casa, mas por motivo de uma vida sexual desregrada, já no inicio da nossa juventude, como também, as marcas do vício do adultério nas gerações das nossas famílias, esse anseio foi sufocado dando espaço ao relativismo e o feminismo tão disseminados na sociedade contemporânea.
Morávamos na mesma cidade, interior do Rio Grande do Norte, nos conhecíamos mas não éramos amigos, porém, através do Grupo de Oração “Servos do Senhor”, as nossas vidas tomaram um novo sentido, tivemos a graça de nos encontrarmos com o Senhor da vida, que faz novas todas as coisas, em especial a essência de Sua vontade para nós.
A partir dessa experiência com o Cristo vivo, todos os sonhos dEle para nós foram resgatados, o primeiro deles o de constituir uma família, agora, santa, pura e fiel aos planos de Deus, inteiramente diferente daquilo que havíamos visto ou conhecido. Desejávamos algo que fosse durável, eterno, que nos conduzisse ao céu.
Por meio das reuniões de oração pudemos nos aproximar, conversar mais, se conhecer de verdade, até em um determinado dia olhar um para outro como aqueles que desejam trilhar um caminho seguro, rumo ao altar. Iniciamos o namoro, desejosos de experienciar em especial a castidade, jamais experimentados por nós antes.
Em meio ao que já havíamos vivenciado em nossa sexualidade, tivemos uma grande crise vocacional, que nos empurrava para longe um do outro, acima de tudo dos planos de Deus. Será o sacerdócio minha vocação? Ela: será vida religiosa? Ou ainda vida consagrada? Tudo nos vinha a mente, devido em nosso meio ainda haver pessoas com a mentalidade que o matrimônio é a última vocação a ser discernida quando se está buscando arduamente a vontade de Deus, estávamos nós dessa maneira, colocando em última caso a nossa verdadeira vocação.
Caminhamos, lutamos, amamos, adentramos um processo de discernimento vocacional, ainda no namoro, e foi nesse percurso que conseguimos compreender que a vocação deve ser entendida num caminho de escuta e vida em Deus, onde Ele mesmo vai conduzindo, retirando os obstáculos, curando as feridas, nos dando a capacidade de escolher o melhor para nós, nos tornando felizes.
Sentíamos impelidos de corresponder a vontade de Deus, de ser inteiramente dEle, de sermos missionários, de fazermos a diferença no mundo, foi então que em um retiro de fim de semana Ele nos fez olhar para nossas vidas e compreender que nós tínhamos sido feitos para o matrimônio, aí estava a nossa felicidade.
“O sacramento do matrimónio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo dum compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar”. (Exortação Apostólica Amoris Laetitia § 72)
No dia 22 de dezembro do ano passado, resolvemos dar o sim eterno, o quanto foi maravilhoso, olhar e falar: “SIM”. O compromisso de uma vida entregue ao outro, aos filhos (nosso primeiro está a caminho), e acima de tudo a Deus que nos chamou. O nosso matrimônio surgiu através da corrente de graça, Renovação Carismática Católica, o quanto somos gratos.
Que São Luís Martin e Santa Zélia Guérin, modelo de casal santo nos ensine através de suas vidas a corresponder ao chamado de Deus, e no tempo presente interceda para que surjam vocações matrimoniais capazes de construir a civilização do amor.