Chegou o Mês Mariano, em que a Igreja, no Brasil, celebra devotamente a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa! Mês em que todo seminarista, como futuro sacerdote – filho dileto da Virgem Maria – é convidado a refletir como anda a sua devoção para com aquela que Deus se utilizou para fazer-Se Homem e habitar em nosso meio.

Pensando nesta devoção, recordemos o mais recente santo canonizado pela Igreja, João Paulo II, que desde a juventude já tinha como lema de vida e que veio a tornar-se o lema de seu ministério sacerdotal, episcopal e petrino: Totus Tuus – Todo teu, Maria – demonstrando a guarda total de sua vida à Mãe de Jesus. Assim o fez durante toda a sua existência. E como o ser de Maria é cristocêntrico, João Paulo II sabia que o seu amor à Maria tinha um fundamento: o amor e a entrega total a Deus.

O ser de Maria está em relação dependente do ser de Deus. Nada fez Maria sem o lançar-se à vontade do Altíssimo. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra” (Lc 1,38); “Minha alma glorifica ao Senhor” (Lc 1,46); “Porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é Santo” (Lc 1,49); “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5); Tais passagens bíblicas evidenciam que toda a vida de Maria está para a vida de Deus. Maria não é a luz, mas portadora da Luz; Não é a palavra, mas portadora da Palavra; Não é deusa, mas portadora de Deus.

São Luís Maria Grignion de Montfort, em quem João Paulo II se inspirou para o seu lema, afirma: “Toda a nossa perfeição consiste em sermos configurados, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Portanto, a mais perfeita de todas as devoções é incontestavelmente aquela que nos configura, une e consagra mais perfeitamente a Jesus Cristo. Ora, sendo Maria, entre todas as criaturas, a mais configurada a Jesus Cristo, daí se conclui que, de todas as devoções, a que melhor consagra e configura uma alma a Nosso Senhor é a devoção à Maria, sua santa Mãe; e quanto mais uma alma for consagrada a Maria, tanto mais será a Jesus Cristo” (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 120).

Diante de tais constatações, devemos ter um amor filial à Virgem Maria. Um dos instrumentos que proporciona o estreitamento deste amor é o Santo Rosário – ressalte-se, uma oração cristocêntrica – que nos auxilia, por Maria, a também “cristificarmos” nossa vida e fazermos sempre a vontade de Deus. Na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, João Paulo II assim se expressa: “nunca como no Rosário o caminho de Cristo e o de Maria aparecem unidos tão profundamente. Maria só vive em Cristo e em função de Cristo!”.

Não é a ela que recorremos quando falta o vinho para perseverarmos na vocação a que fomos chamados e ela nos diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser”? Ora, irmão, quem de nós nunca sentiu a presença atuante desta Mãe em nosso itinerário formativo, durante a récita diária do Santo Rosário; nas celebrações litúrgicas em sua memória; nos estudos mariológicos… Maria é, pois, presença constante em nossa vida vocacional.

Assim sendo, aproveite este mês para analisar como anda a sua devoção à Virgem Maria. Ela é a Mãe que nos orienta e nos conduz ao verdadeiro Amor e para o qual tem razão de ser a nossa vocação: Jesus Cristo!

Tenha um santo e frutuoso Mês Mariano!

Luiz Antônio de A. Guimarães

Seminarista da Arquidiocese de Maceió

Secretário Nacional do Ministério para Seminaristas RCCBRASIL