Hoje, 23 de Setembro, dia em que toda Igreja celebra a memória festiva de sua páscoa, isto é, a passagem de um grande santo de nossos tempos desta vida presente à vida eterna no céu. São Padre Pio de Pietrelcina, que tinha por nome de batismo Francesco Forgione, filho de Grazio e Joséfa, feito aos 15 anos de idade um dos discípulos de São Francisco de Assis, na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, tornou-se na Itália e boa parte do mundo um dos santos mais venerados do século XX. Fato que se comprova, pois sua canonização, celebrada em 16 de Junho de 2002, pelo Papa São João Paulo II, obteve o maior número de fiéis registrado na Praça de São Pedro. Tão grande devoção nasce do testemunho de um homem carismático, que amou incondicionalmente a Deus, a Virgem Maria e serviu incansavelmente seus irmãos em todos seus sofrimentos.

Das suas características mais divulgadas e, por conseguinte, conhecidas, são os diversos carismas extraordinários, que em sua vida se manifestaram, como por exemplo, ciência infusa e discernimento dos espíritos, que o possibilitava ajudar seus penitentes a fazer frutuosos exames de consciência; dom de línguas; curas milagrosas; bilocação, isto é, estar em dois lugares ao mesmo tempo para socorrer a seus filhos espirituais; e os estigmas de Cristo, presentes em seu próprio corpo, feridas que vertiam sangue constantemente, e de seu fluxo exalava um abundante perfume de rosas. Após a sua morte, muitas das pessoas que receberam graças de curas milagrosas, por intercessão de São Pio, testemunharam que tal perfume também exalou nestas ocasiões.

Todos estes carismas extraordinários são frutos de uma vida de intimidade com Nosso Senhor Jesus, tal que o levou a um dia diante de um crucifixo, a vivenciar uma raríssima experiência mística, chamada transverberação, que é ter o coração transpassado por uma flecha de amor. Tais fenômenos extraordinários podem levar a pensar que a santidade é algo distante de nós e que somente alguns poucos escolhidos podem chegar a essa experiência de união íntima com Deus.

Em uma entrevista, foi perguntado o que ele faria para acabar com tantos sofrimentos vindos do pós-guerra. Ele respondeu: “Tento através das missas que celebro, das confissões que atendo, consolar os sofrimentos que Cristo padece nos muitos filhos que aqui buscam alento”. Com isso, o santo Frade em seu exercício cotidiano do ministério sacerdotal encarnou em sua vida a seguinte passagem da Escritura: “Me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a igreja” (Cl 1,24).

São Padre Pio nos ensina, com seu testemunho, que a vida de santidade é transformar o seu ordinário em extraordinário. Em meio à Segunda Guerra, o Papa Pio XII pedia: “Rezem, rezem mais e sempre com maior fervor”. Ouvindo este clamor, fundou os Grupos de Oração do Padre Pio, nos quais ensinava seus filhos espirituais a conversarem com Deus, interceder pela Igreja e pelo mundo por meio da oração do Santo Rosário. Impulsionado por esse amor às almas sofredoras, no fim de sua vida, afirmou: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos espirituais entrar”.

Diante do testemunho deste santo tão próximo, o que nós, que fomos também transpassados pelo Amor de Deus pela experiência do Batismo no Espírito Santo, temos feito para que em nossa vida cotidiana as pessoas contemplem o extraordinário de Deus e desejem o céu?

Que São Padre Pio interceda por nós.

 

 

Guilherme Rangel

Ministério para Seminaristas

Brasília (DF)