Na manhã deste domingo, o Santo Padre, presidiu a missa de Pentecostes na Basílica de São Pedro. Na homília o Pontífice refletiu sobre a ação do Espírito Santo em três momentos: na criação do mundo, na Igreja e nos nossos corações. A celebrante foi conduzida pelo cardeal brasileiro João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

Sobre a ação do Espírito Santo no momento da criação, o Papa explicou que sua função foi dar harmonia ao mundo, conferindo ordem e coesão. Fazendo uma reflexão sobre os dias atuais com a incidência da “discórdia e da divisão. De tantas guerras e conflitos, tudo alimentado pelo espírito da divisão”, Francisco faz uma alusão ao momento da criação quando “Deus derrama sobre o mundo criado o seu Espírito bom, Espírito Santo, que Se opõe ao espírito divisor, porque é harmonia, Espírito de unidade que traz a paz”. Diante dessa constatação o Santo Padre faz um pedido aos presentes, “Invoquemo-Lo todos os dias sobre o nosso mundo, sobre a nossa vida e diante de todo tipo de divisão”.

Em seguida, o Papa reflete sobre a ação do Espírito Santo na Igreja, a partir de Pentecostes, quando desce sobre cada um dos Apóstolos. Num contexto plural de “graças particulares e carismas diversos”, em vez da confusão, o Espírito cria harmonia, “sem homogeneizar nem uniformizar”.

Refletindo sobre a igreja nos dias de hoje, o Pontífice explica que o caminho é a sinodalidade conduzido pelo poder do Espírito Santo. “Sem Ele, a Igreja fica inerte; a fé não passa duma doutrina, a moral dum dever, a pastoral dum trabalho. Com Ele, pelo contrário, a fé é vida, o amor do Senhor conquista-nos e a esperança renasce. Coloquemos de novo o Espírito Santo no centro da Igreja; caso contrário, o nosso coração não arderá de amor por Jesus, mas por nós mesmos. Ponhamos o Espírito no início e no coração dos trabalhos sinodais, exortou o Papa.

O último ponto abordado sobre o Espírito Santo foi a sua ação nos corações dos fiéis. Ao finalizar a sua homília na missa de Pentecostes, Francisco faz um convite a todos para que invoquem o Espírito Santo diariamente. “E hoje, na sua festa, questionemo-nos: Sou dócil à harmonia do Espírito? Ou corro atrás dos meus projetos, das minhas ideias sem me deixar moldar, sem me fazer mudar por Ele? O meu modo de viver a fé é dócil ao Espírito ou é teimoso? Teimoso com as letras, teimoso com as chamadas doutrinas que são apenas expressões frias de uma vida? Sou precipitado em julgar, acuso e bato a porta na cara aos outros, considerando-me vítima de tudo e de todos? Ou acolho a harmoniosa força criadora do Espírito, acolho a «graça de estar juntos» que Ele inspira, o seu perdão que dá paz? E, por minha vez, perdoo?”.  E finalizou dizendo, “se o mundo está dividido, se a Igreja se polariza, se o coração se fragmenta, não percamos tempo a criticar os outros e a zangar-nos com nós mesmos, mas invoquemos o Espírito: Ele é capaz de resolver essas coisas.”