O Papa Francisco anunciou hoje (08), o “Ano de São José” por meio da Carta Apostólica “Patris corde – Com coração de Pai”. Essa convocação também tem o objetivo de celebrar os 150 anos da declaração do Esposo de Maria como Padroeiro da Igreja Católica.

 

O Santo Padre inicia a carta afirmando: “Com coração de pai: assim José amou a Jesus, designado nos quatro Evangelhos como ‘o filho de José’”. Em sete tópicos são meditadas características de São José como pai.

 

Confira um breve resumo:

 

1 – Pai amado

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São Paulo VI faz notar que a sua paternidade se exprimiu, concretamente, “em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora; em ter usado da autoridade legal que detinha sobre a Sagrada Família para lhe fazer dom total de si mesmo, da sua vida, do seu trabalho; em ter convertido a sua vocação humana ao amor doméstico na oblação sobre-humana de si mesmo, do seu coração e de todas as capacidades no amor colocado ao serviço do Messias nascido na sua casa”.

 

2 – Pai na ternura

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Dia após dia, José via Jesus crescer “em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52). Como o Senhor fez com Israel, assim ele ensinou Jesus a andar, segurando-O pela mão: era para Ele como o pai que levanta o filho contra o seu rosto, inclinava-se para Ele a fim de Lhe dar de comer (cf. Os 11, 3-4).

 

3 – Pai na obediência

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José sente uma angústia imensa com a gravidez incompreensível de Maria: mas não quer “difamá-la”, e decide “deixá-la secretamente” (Mt 1, 19). No primeiro sonho, o anjo ajuda-o a resolver o seu grave dilema: “Não temas receber Maria, tua esposa, pois o que Ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1, 20-21). A sua resposta foi imediata: “Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo” (Mt 1, 24). Com a obediência, superou o seu drama e salvou Maria.


 

4 – Pai no acolhimento

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José acolhe Maria, sem colocar condições prévias. Confia nas palavras do anjo. “A nobreza do seu coração fá-lo subordinar à caridade aquilo que aprendera com a lei; e hoje, neste mundo onde é patente a violência psicológica, verbal e física contra a mulher, José apresenta-se como figura de homem respeitoso, delicado que, mesmo não dispondo de todas as informações, se decide pela honra, dignidade e vida de Maria. E, na sua dúvida sobre o melhor a fazer, Deus ajudou-o a escolher iluminando o seu discernimento”.

 

5 – Pai com coragem criativa

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Frequentemente, ao ler os “Evangelhos da Infância”, apetece-nos perguntar por que motivo Deus não interveio de forma direta e clara. Porque Deus intervém por meio de acontecimentos e pessoas: José é o homem por meio de quem Deus cuida dos primórdios da história da redenção; é o verdadeiro “milagre”, pelo qual Deus salva o Menino e sua mãe. O Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem que, tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria possa dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo (cf. Lc 2, 6-7). Face ao perigo iminente de Herodes, que quer matar o Menino, de novo em sonhos José é alertado para O defender e, no coração da noite, organiza a fuga para o Egito (cf. Mt 2, 13-14).

 

6 – Pai trabalhador

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Um aspeto que caracteriza São José – e tem sido evidenciado desde os dias da primeira encíclica social, a Rerum novarum de Leão XIII – é a sua relação com o trabalho. São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho.

 

7 – Pai na sombra

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O escritor polaco Jan Dobraczyński, no seu livro A Sombra do Pai, narrou a vida de São José em forma de romance. Com a sugestiva imagem da sombra, apresenta a figura de José, que é, para Jesus, a sombra na terra do Pai celeste: guarda-O, protege-O, segue os seus passos sem nunca se afastar d’Ele. Lembra o que Moisés dizia a Israel: “Neste deserto (…) vistes o Senhor, vosso Deus, conduzir-vos como um pai conduz o seu filho, durante toda a caminhada que fizeste até chegar a este lugar” (Dt 1, 31). Assim José exerceu a paternidade durante toda a sua vida.

 

Leia a Carta “Patris corde – Com coração de Pai” na íntegra clicando aqui.