Hoje, 21 de abril, a Igreja Católica e o mundo amanheceram em luto com a notícia do falecimento do Santo Padre, Papa Francisco. Deixando um legado que tem como marca a humildade, Francisco é reconhecido como um pastor que serviu e amou incondicionalmente a Igreja.
Muitas são as contribuições deixadas pelo pontífice durante sua missão apostólica, entre elas o carinho e o reconhecimento que sempre demonstrou à Renovação Carismática Católica (RCC), a qual definiu como “uma corrente de graça na Igreja e para a Igreja”.
Momentos marcantes dessa relação
· 2014 – Desde os primeiros anos de seu pontificado, Francisco demonstrou grande proximidade com a Renovação Carismática Católica. Um dos momentos mais emblemáticos da relação do Santo Padre com a Renovação Carismática Católica aconteceu em junho de 2014, quando, no primeiro dia do mês Francisco se reuniu com cerca de 50 mil membros da RCC no Estádio Olímpico de Roma. Na oportunidade, marcada por cantos, oração espontânea e em línguas, alegria e muito fervor, Francisco dirigiu palavras de incentivo e exortação aos carismáticos: “Retornem ao primeiro amor!”, como forma de apelo para que o Movimento não perdesse sua essência espiritual.
Reforçar a identidade da Renovação Carismática sempre foi uma preocupação do Santo Padre, na tentativa de alertar as lideranças sobre os perigos da excessiva estruturação organizacional e do ímpeto de “controlar” a graça de Deus, afinal os carismáticos devem ser, na verdade, dispensadores deste dom. “O fundamento da RCC é a adoração a Deus”, declarou.
· 2017 – No ano de 2017, mais especificamente durante as comemorações do Jubileu de Ouro da RCC no mundo, aconteceu um dos momentos mais emblemáticos dessa relação entre a Corrente de Graça e o Papa. Na oportunidade Francisco reconheceu publicamente a importância da RCC para a evangelização e a unidade dos cristãos. Durante a condução da Vigília Ecumênica de Pentecostes no Circo Máximo, com fiéis carismáticos de diversas partes do mundo, o Santo Padre proclamou: “Estamos aqui como em um Cenáculo a céu aberto”, momento em que, mais uma vez, afirmou a necessidade de unidade e evangelização. Outro aspecto importante deste momento, foi o fato de Francisco reafirmar que a Renovação Carismática nasceu com um chamado ecumênico, destacando seu importante papel na aproximação entre os cristãos.
· 2019 – O amor de Francisco pela Corrente de Graça o levou a instituir, em 2019, o CHARIS (Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica), com o objetivo de unificar todas as expressões carismáticas, mais um esforço em busca pela comunhão entre suas lideranças. A iniciativa fortaleceu ainda mais a missão da RCC dentro da Igreja, reforçando seu chamado ao serviço, à evangelização e ao compromisso com os mais pobres.
· 2024 – Em uma de suas últimas mensagens à RCC, em janeiro de 2024, exortando os membros da Corrente de Graça a serem “construtores de comunhão”, enfatizando que a Renovação Carismática deve ser um testemunho de unidade na diversidade e serviço aos mais necessitados. “Do que adianta fazer longas orações e cantar lindas canções se não tivermos paciência com o próximo?”, alertou o Pontífice. Na oportunidade, Francisco também insistiu mais uma vez sobre a necessidade de um cristianismo autêntico, pautado na oração, no louvor e na caridade.
O Papa Francisco partiu, mas sua voz continuará ecoando para sempre na memória dos carismáticos e todos cristão católico do mundo. Seu testemunho de fé, seu amor pelo Espírito Santo e sua dedicação à missão evangelizadora permanecerão como uma bússola, guiando a Renovação Carismática Católica e toda a Igreja. Hoje, o céu recebe um pastor que não apenas compreendeu, mas também viveu e testemunhou esse impulsionar do Espírito.
Trajetória até o pontificado
O argentino Jorge Mario Bergoglio, de origem jesuíta, foi o primeiro papa latino-americano da história, sucedendo Bento XVI após sua renúncia. Ele foi eleito pontífice em 13 de março de 2013, após dois dias de conclave, adotando o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, o santo italiano conhecido por sua vida de simplicidade e dedicação aos pobres e à natureza.
Bergoglio nasceu no bairro de Flores, em Buenos Aires, filho do contador Mário Bergoglio e da dona de casa Regina, ambos italianos originários do Piemonte que emigraram para a Argentina. Antes de ingressar no sacerdócio, formou-se em química, mas, aos 20 anos, em 1957, optou pelo caminho religioso. Ingressou no seminário de Villa Devoto e, no ano seguinte, iniciou seu noviciado na Companhia de Jesus, sendo ordenado sacerdote em 1969. Em 1992, tornou-se bispo auxiliar de Buenos Aires, assumindo o cargo de arcebispo em 1998, e, em 2001, foi nomeado cardeal pelo papa João Paulo II.
Obrigado, Papa Francisco, pelo seu sim ao Espírito Santo e pelo seu amor incondicional à Igreja!
Descanse nos braços do Pai, amado e Santo Padre!