Mais uma vez o calendário litúrgico nos prepara para celebrar as “Epifanias”, as manifestações de Deus no meio da humanidade. Depois do anúncio do nascimento do próprio Deus no meio de nós, encontramo-nos dentro das comemorações da Paixão, Morte e Ressurreição deste mesmo Jesus, cujo corpo não conheceu a corrupção (Cf. At 2, 27) e este anúncio quebra os grilhões da morte e do pecado. Percebamos, contudo, que o Natal, a Páscoa, o Ano Novo, a Festa de Aniversário, o Carnaval, o Amigo Secreto do seu local de trabalho ou de estudo, enfim, todas estas festas foram praticamente niveladas com o mesmo grau de importância. O que você, homem ou mulher batizada com Espírito Santo tem a dizer com relação a isso?

A Cultura Globalizada, ou Cultura da Morte, deseja uma religião acomodada e relativista; o Natal do Senhor foi ofuscado pelo Papai Noel, a Páscoa da Ressurreição foi apagada por um coelhinho que bota ovos de chocolate, por uma mesa farta, pela troca de presentes e pela filantropia. Mascarar, ofuscar o sentido do Natal e da Páscoa é uma questão de subsistência para a Cultura da Morte.

Se o Homem for convencido de que, no Natal, revivemos o fato de que “Deus amou o mundo de tal maneira que lhe deu seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna, pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Cf. Jo 3,16-17) e de que na Páscoa se celebra a vitória definitiva de Cristo sobre a Morte, pois os grilhões infernais não foram capazes de detê-lo, e “Cristo Ressuscitou dentre os mortos como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão” (I Cor 15, 20-22). Desta forma, o Reino de Deus se estabeleceria sobre esta terra dando sentença de morte a esta cultura.

A Igreja tem passado por muitas dificuldades por estar inserida dentro desta sociedade. Existem católicos que só faltam pedir desculpas ao mundo por serem Católicos! No nosso meio, se fala de conscientização social, liberdade de pensamento e por aí vai. Pronunciar o nome de Jesus? É muito! Falar, então, que Ele está vivo… É demais! Para compactuar com a sociedade na qual vivemos, podamos e ocultamos a verdade mais sublime da nossa fé: Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente, Aleluia, e “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também vã a nossa fé [ ] e somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima” (Cf. ICor 15, 13; 19).

Parece ser interessante recordar que somente cinqüenta dias após a ressurreição de Jesus foi que os Apóstolos tiveram a coragem de gritar que “a este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas”(At 2,32); não o fizeram antes porque estavam com medo da Cultura da Morte! Estavam com medo da Sociedade e das conseqüências deste anúncio. Mas quando o Espírito Santo de Deus veio com ruídos e poder no meio deles, Pedro teve que escancarar as portas do Cenáculo e soltar um grito incontido na sua garganta: “Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo”(At 2, 36).

É por isso que os Bispos da América Latina e do Caribe nos impulsionaram a orar por um derramamento do Espírito Santo semelhante ao de Pentecostes: para que tenhamos a coragem de anunciar e de sermos testemunhas da Ressurreição! Saiamos, pois, e escancaremos as portas dos nossos cenáculos, dos nossos grupos de orações e comunidades paroquiais para anunciar que Deus tem vitória para os seus, em Cristo Jesus! Aleluia!

Por Fernando Nascimento
Equipe Nacional Ministério Jovem