Pentecostes, em simples definição, trata-se da descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos (Atos 2,1-4), que vem plenificar a alma, segundo as palavras de Jesus: se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco (Jo 14,15-16), o que se realiza efetivamente no batismo sacramental.

Quando essa Presença se torna notável à consciência, a alma se percebe habitada por Deus. Não apenas isso, mas se sente amada, querida, salva, redimida por Deus. Experiência que lhe transforma por completo, nascendo nela uma incrível fome de Deus que acaba de descobrir. A alma deseja ardentemente um contato vivo e pessoal com Deus, que não a deixará descansar enquanto não o obtiver.

Essa experiência é compatível com aquela dos sujeitos da parábola de Mateus 13,44-46, que encontraram algo de muito valioso. O primeiro, um tesouro, o segundo, uma pérola de grande valor, e por esses bens preciosos entregaram tudo o que tinham para possuí-los. Esses bens, o tesouro e a pérola, são essa Presença Divina, escondida pelo batismo no campo da alma. Quando uma pessoa descobre essa Presença, logo percebe que por Ela vale o sacrifício de mil vidas. Na Renovação Carismática Católica nominamos uma experiência assim de batismo no Espírito Santo.

O Batismo no Espírito Santo se coloca como uma medida de graça pentecostal que vai promovendo o crescimento espiritual até o cume do amor, o ponto mais alto da vida cristã na terra, ou seja, a santidade a que somos chamados pelo Senhor quando diz no imperativo: sede perfeitos como o Pai do céu é perfeito (Mt 5, 48).

Deus quer tanto que os homens vivam tais graças pentecostais que, a qualquer momento do dia ou da noite, em qualquer lugar que se esteja, em grupo ou sozinho, se pedir com desejo sincero, sendo esta a única condição, Ele dá o Espírito Santo. É Ele quem promete, com a pronúncia das sagradas palavras: “se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que pedirem” (Lucas 11, 13).

Irmãos, tenhamos por certo, podemos viver um Pentecostes todos os dias. Mais, podemos vivê-lo de forma perene “porque é fiel aquele cuja promessa aguardamos” (Hebreus 10, 23). Para melhor beber dessa fonte viva de amor, o perene Pentecostes, seria imprescindível conservar na alma um vivo desejo de união com Deus, que nada mais é que a fome da alma. É para todos!

Busquemos em Pentecostes, portanto, uma experiência viva com Deus, que se deve passar naquele lugar mais fundo da alma, onde as emoções não determinam, apenas obedecem aos comandos luminosos que de lá fluem. Com sincero desejo de Deus, peçamos um novo Pentecostes sobre nós, sobretudo neste ano jubilar cuja vontade de Deus parece mais viva do que nunca em querer almas cheias do Espírito Santo.

Para isso, temos o caríssimo auxílio de nossa Mãe Santíssima, a Mulher de Pentecostes. A Virgem Maria pode nos ensinar a receber e a viver bem as graças de Pentecostes, dado que esperamos todos em nossas vidas o cumprimento da promessa divina dita pelo anjo a Ela, descerá sobre ti o Espírito Santo (Lc 1, 35).

 

Pedro Ferreira do Nascimento

Grupo de Oração Magnificat

Arquidiocese de Cuiabá (MT)