“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura[…] Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam” (Mc 16, 15-20)

 

Os versículos finais do Evangelho de São Marcos nos apresentam um mandato de Jesus inicialmente àqueles que, após experimentarem a graça do discipulado, fazem-se missionários chamados a percorrer ‘toda a parte’ ao encontro de ‘toda criatura’. Essa repetição do pronome “todos(as)” transforma-se um indicativo concreto de que este mandato se estenderia e, por consequência, chegaria até nós.

A V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, acontecida em Aparecida no ano de 2007 nos dá essa certeza quando os bispos convidam a Igreja a “confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito” (Doc. De Aparecida, nº 11).

Presença das palavras ‘confirmar’, ‘renovar’ e ‘revitalizar’, é perceptível o chamado que a Igreja faz a cada um de nós que, ao assumirmos o nosso ser “discípulo e missionário”, nos coloquemos em um estado de missão. Ora se vivemos em um mundo marcado pela rápida transformação social e no qual os valores evangélicos parecem sucumbir diante das dificuldades, esse estado de missão pode conformar-se com eventos esporádicos ou ocasionais; o mundo espera uma resposta continua e permanente, mostrando a cada um de nós a necessidade de um estado permanente de missão. Isso significa que nós somos chamados a assumir, pela força do Espírito Santo, todas as situações, tempos, locais e interlocutores como um campo missionário, pois “Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja se pode esquivar deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos” (R.M., nº 3).

O próprio Documento de Aparecida nos convida a esse despertar missionário que tem por objetivo “colocar a Igreja em estado permanente de missão” (Doc. De Aparecida, §551, pág. 245). E para nós, Renovação Carismática Católica, esse chamado assume um caráter bastante especial, já que o próprio Papa Francisco nos convida a abandonar o “cômodo critério pastoral: «fez-se sempre assim.»” para sermos “ousados e criativos” (E.G., nº 33). Para isso, precisamos depender do Espírito Santo que “é o protagonista de toda a missão eclesial” (R.M., nº 21).

O nosso Grupo de Oração precisa estar em estado permanente de missão, pois o próprio Senhor nos disse isso em uma moção profética no ano de 2007 que ainda precisa ser concretizada: “Eu derramo sobre vós uma nova unção do meu Espírito. Eu vos liberto do desânimo, da frieza espiritual e lhes dou uma nova unção do meu Espírito. Eu faço arder em vossos corações o espírito missionário. Eu renovo a alegria e o amor em vossos grupos de oração. E vos chamo para um tempo novo. Portas novas de missão se abrirão para vós, desde que sejais dóceis ao meu Espírito. Eu inauguro no meio de vós, a partir deste momento, um tempo novo, um tempo de bênção, um tempo de graça, onde o meu Espírito se moverá com poder para renovar a face da terra”.

Eis a nossa missão!

 

Fabiano Donizeti Idem

Grupo de Oração Rainha da Paz

Descalvado/SP – Diocese de Limeira