Nesta quinta, 15 de junho, após o domingo da Santíssima Trindade, celebraremos a festa de Corpus Christi. Pelo seu corpo e sangue dado a nós no Sacramento da Eucaristia, a Trindade faz comunhão conosco, nos comunica seus bens e sua Paz. Por isso, se faz necessário bem vivenciar esse dia. Não há maior tesouro que nos tenha sido deixado por Cristo.

Mas, porque uma solenidade separada para a eucaristia, mesmo após celebrarmos a Quinta-Feira Santa? Primeiro: a espiritualidade da semana santa não é tão propícia para a meditação do mistério Eucarístico; segundo, surgiu em resposta às heresias contra a Eucaristia do século XI e foi oficialmente instituída em 1264 pelo Papa Urbano IV, com os textos de autoria de Santo Tomás de Aquino, o Panis Angelicus, rezado ainda hoje. Neste dia, inspirados também pelas nossas tradições enfeitamos nossas ruas com belos tapetes para que o Santíssimo Sacramento passe, derramando bênçãos e sendo publicamente adorado.

 A Eucaristia (ação de graças, em grego) nos foi dada pelo próprio Senhor Jesus na última ceia, na noite em que Ele foi entregue, como também o mandato aos apóstolos para perpetuarem o sacrifício eucarístico pelos séculos até que o Senhor novamente venha (cf. Lc 22, 14-20). Desta forma, por esse Sacramento, memória incruenta da morte cruenta na cruz e ressurreição de Jesus, presentifica e se atualiza em nossas vidas a cada Missa esses eventos salvíficos e dele recebemos muitas graças.

A Eucaristia o próprio corpo de Cristo, nossa Páscoa é a “fonte e ápice de toda a vida cristã” (Lumen Gentium, 11). De modo que a vida de comunhão eucarística reflete nossa comunhão com Deus e os irmãos, “pois quem não ama seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar. E este é o mandamento que recebemos de Jesus: aquele que ama a Deus, ame também seu irmão.” (1Jo 4, 20-21).

Aumentou significativamente o número dos que não creem na eucaristia e estão blasfemando e cometendo sacrilégios contra Nosso Senhor presente nas espécies eucarísticas, bem como induzindo outros a esse grande pecado, aproveitando-se de sua ignorância. Portanto, neste ano nossa adoração e comunhão na solenidade de Corpus Christi também toma o sentido de reparação às ofensas destes contra o Santíssimo Sacramento, pois não há melhor defesa da presença de Cristo nas espécies eucarísticas do que uma eficaz vida de comunhão com Deus, com os irmãos e consigo mesmo, comprovando sua ação e eficácia salvífica neste mundo já, efeitos da sua presença real no mesmo.

Que neste Corpus Christi decoremos não somente as ruas de nossas cidades com temas até do Jubileu de Ouro da RCC, mas antes as ruas da nossa vida, nosso coração, para que aí Jesus, no Santíssimo Sacramento, possa ser dignamente recebido, não só passe, mas permaneça, e pela força do Espírito Santo, também recebido na Eucaristia, produza frutos abundantes em nós e através de nós na vida de outros.

 

Fábio Vieira Junges

Coordenador estadual do Ministério para Seminaristas- RENASEM (Alagoas)