O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 1704: “A pessoa participa da luz e da força do Espírito divino. Pela razão é capaz de compreender a ordem das coisas estabelecida pelo Criador. Por sua vontade, ela é capaz de ir ao encontro de seu verdadeiro bem. Encontra sua perfeição na busca e no amor da verdade e do bem”.
Nesses últimos anos, são muitas as exortações do Senhor para que pratiquemos diligentemente o bem. Deve ser porque viver neste mundo dando testemunho coerente da nossa fé está cada vez mais difícil: tantas tragédias naturais, tanta violência e ataques à Igreja de Cristo e seus seguidores.
Uma das passagens que recebemos como direcionamento nos ensina que se fizermos o bem e, só o bem, quando estivermos passando por tribulações, sairemos delas sem marcas na alma, sem cicatrizes emocionais, continuaremos firmes na fé. A passagem é o salmo 36, do qual destaco alguns versículos: “Espera no Senhor e faze o bem; habitarás a terra em plena segurança; os justos o Senhor sustenta. O Senhor vela pela vida do justo, não será confundido no tempo da desgraça e nos dias de fome será saciado, ainda que caia não ficará prostrado, porque o Senhor o sustenta pela mão. Vem do Senhor a salvação dos justos, que é seu refúgio no tempo da provação. O Senhor os ajuda e liberta; arranca-os dos ímpios e os salva, porque se refugiam nele.” Segundo o texto, portanto, fazer o bem nos alcança o favor de Deus.
O Catecismo da Igreja Católica nos diz, nos números 1730 e seguintes: “Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e domínio de seus atos. A liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, portanto de praticar atos deliberados. A liberdade é no homem uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na bondade.” Quanto mais praticar o bem, mais a pessoa se torna livre. Não há verdadeira liberdade a não ser a serviço do bem, da verdade e da justiça. A escolha da desobediência e do mal é um abuso e conduz à escravidão do pecado.
Lemos no livro do Eclesiástico (Eclo 15, 17-18): “Ele pôs diante de ti a água e o fogo: estende a mão para aquilo que desejares. A vida e a morte, o bem e o mal estão diante do homem; o que ele escolher lhe será dado.”
Do exercício consciente de sua liberdade de filho de Deus decorre a virtude da pessoa. A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Aquele que se exercita na prática do bem encontra cada vez mais facilidade nisso. Experimenta facilidade em ser justo, verdadeiro e amável. Além disso, sempre que nos empenhamos em fazer o bem, Deus vem em nosso auxílio.
Recebemos uma profecia que dizia: “Faço hoje uma promessa: sempre que lembrares de perguntar ‘Senhor, o que queres que eu faça?’, Eu te indicarei o caminho a seguir, colocarei palavras na tua boca, te darei o entendimento da minha vontade. Porém, terás de parar um instante e de todo coração querer me obedecer. Se fizeres assim, Eu colocarei sobre tuas qualidades pessoais a luz do meu Espírito para aumentá-las, para levá-las à perfeição, à estatura do homem feito e te darei o dom da mansidão e da bondade. Terás que confiar na minha promessa. Se creres, tudo se fará como estou te dizendo. Começa a partir de agora com a ajuda que te dou.”
Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária-Geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL