“Haverá, com efeito, nação tão grande, cujos deuses estejam tão próximos de si como está de nós o Senhor, nosso Deus, cada vez que o invocamos?” (Dt 4, 7).
Quão maravilhosa é a constatação do autor sagrado nesse versículo: um Deus que se dispõe a ouvir e a responder seu povo em todo tempo! Aí se encontra uma das características da Renovação Carismática Católica, ou seja, estar continuamente à escuta do Espírito Santo e atentar-se às suas moções. Este entrar no “mover do Espírito” para extrair dEle a direção a ser seguida deve ser uma atitude costumeira, habitual a todo homem e a toda mulher que deseja uma vida santa e rendida ao Senhor. No entanto, para uma acolhida genuína da direção do Senhor, importa despir-se de ideias e ideaispessoais, de pensamentos carregados de emoções, de projetos e decisões já assentadas no coração, numa atitude humilde de quem se achega Àquele que tem a verdade plena a respeito de tudo e de todos, pois Ele mesmo é a Verdade (Jo 14, 6). Só a partir da Kenosis (esvaziamento da vontade própria de uma pessoa, autorrenúncia) do discípulo, este pode se aproximar do coração de seu Mestre para ouvi-lo.
Essa direção apontada pelo Senhor chamamos de Moção,cuja raiz vem do latim movere, que significa ‘ação de mover’. Encontramos variadas definições para a palavra moção, como deslocar-se; impulso para movimentar-se e, numa linguagem figurativa, pode-se ver a moção acontecendo na imagem de um barco a vela que em alto mar se move na direção dada pelo vento. Na linguagem espiritual, o Espírito Santo nos move, nos impele, colocando em nós uma disposição para uma ação, como por exemplo, um forte impulso para visitar um enfermo, ou telefonar para alguém (e ao fazê-lo se deparar com a pessoa necessitando de ajuda), ou ainda para convidar determinada pessoa para uma atividade específica na Igreja.
As moções nos abrem para o novo de Deus e são dadas pelo Espírito no íntimo do homem e da mulher, lugar da verdade onde Deus habita e se revela. Lugar onde Deus se comunica conosco, revelando seu querer, seu amor, sua orientação e motivação. Por certo, uma relação de intimidade e amizade com o Senhor faz com que seu discípulo reconheça sua voz no “lugar do encontro”, lugar onde o “eu” humano desce para se encontrar com o EU SOU. Ali é possível escutar a voz de Deus.
No Ministério de Intercessão, cabe ao intercessor abrir-se às manifestações do Espírito Santo em nossa oração para receber uma moção, sabendo que uma autêntica moção do Espírito Santo não depende do nosso querer, mas vem de Deus, é o querer de Deus para aquele momento ou período de tempo. Normalmente, uma moção nasce quando, durante a oração, o servo intercessor silencia para ouvir o Espírito Santo que deseja revelar a vontade e os planos de Deus (Jr 33, 3). Por isso, é preciso cultivar o silêncio em nossa oração pessoal e em nossas reuniões de intercessão, a fim de se ouvir as intenções que estão no coração de Deus. “Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus. Pois quem conhece as coisas que há no homem, senão o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito Santo de Deus” (I Cor 2, 10-11).
No Ministério de Intercessão, as moções nos chegam a partir dos dons carismáticos ou dons efusos. Os carismas nos permitem captar as moções do Senhor, os carismas mais utilizados para uma moção se manifestar são: Profecia, Palavra de Ciência e Palavra de Sabedoria. Para se propiciar uma moção do Espírito Santo, utiliza-se o ciclo carismático (sequência de louvores; cantos; oração em línguas; silêncio; a chegada da moção – através de profecia, palavra de ciência ou de sabedoria; e a resposta que se dá ao Senhor).
Percebidas as moções que nos chegam à consciência, deve-se submetê-las ao discernimento para que se possa averiguar sua origem: se foram inspiradas pelo Espírito Santo de Deus; ou pela própria pessoa (influenciada por suas emoções e estado interior); ou pelo maligno (com suas tentações e insídias), o que se configuraria numa falsa moção. Discernir e perceber a veracidade de uma moção é próprio de quem vive com coração em Deus, que mantém um constante diálogo com o Senhor e se deixa submeter à ação do Espírito Santo. A veracidade da moção gera frutos que permanecem e provocam uma ação libertadora na pessoa que assume a moção do Espírito de Deus. É certo que o que vem do Espírito Santo de Deus traz paz, mesmo que seja uma correção do Senhor; contudo o que provém do maligno chega trazendo inquietude e confusão. Este contraste é bem exemplificado pelo apóstolo Paulo ao escrever para a comunidade de Gálatas sobre os frutos do Espírito e os frutos da carne (Gal 5, 19-22).
Portanto, podemos considerar critérios como forma de discernir se uma moção é genuína ou não. A moção genuína, verdadeira, gera bons frutos, está sempre em conformidade com as Sagradas Escrituras e Doutrina da Igreja; exorta; consola; edifica; encoraja; traz paz e não medo; honra Deus e a Ele dá glórias. Já uma moção humanaou pseudo moção, chega sem unção do Espírito, carregada de sentimentos e pensamentos próprios da pessoa. Pode acontecer que uma moção verdadeira venha misturada com sentimentos da pessoa, o que irá exigir que os servos presentes ajudem a purificar a moção, ou seja, separem o que realmente veio da parte de Deus da parte que veio influenciada pelo humano da pessoa. A falsa moção, menos frequente, influenciada pelo maligno, chega contradizendo os ensinamentos da bíblia e da Igreja e produzindo efeitos negativos. Divisões entre os servos e pessoas da comunidade, situações de pecado, ligação com ocultismo podem ser brechas para a manifestação de falsas moções.
Para evitar as falsas moções é necessário julgar a veracidade da moção, para isso, deve-se considerar que uma moção, pode vir acompanhada pelo dom do discernimento dos espíritos ou pode ser examinada através do discernimento reflexivo, que é a dimensão comunitária do discernimento. Sendo a moção confirmada, é importante que seja registrada como direção dada por Deus para o Ministério de Intercessão. Portanto, é necessário julgar o que tem nos movido, ou o que tem movido nossa intercessão, nossas emoções ou as genuínas moçõesdo Espírito Santo?
Núcleo Nacional do Ministério de Intercessão – RCCBRASIL
INTENÇÕES PERMANENTES
1. Pela Santa Igreja, pelo Santo Padre, o Papa Francisco, pelos Bispos, pelos Sacerdotes, Diáconos, Religiosos (as) e pelos Seminaristas;
2. Por todas as vocações, para que o chamado de Deus seja assumido com amor e fidelidade.
3. Pelo Novo Serviço Internacional – CHARIS e seus membros;
4. Pelo CONCCLAT (Conselho Católico Carismático Latino Americano) e seus membros;
5. Pela Presidência do Conselho Nacional, Katia Roldi Zavaris e sua família, e todos os membros do Conselho Nacional;
6. Pelas reuniões dos Conselhos Estaduais e Diocesanos;
7. Por todos os grupos de oração do Brasil;
8. Por todos os Ministérios da RCC em nível nacional, estadual, diocesano e de grupo de oração;
9. Pelas necessidades espirituais e financeiras dos escritórios diocesanos, estaduais e nacional da RCC;
10. Pela casa de missão da RCCBRASIL no Marajó e pelos missionários e missionárias;
11. Pela construção da Sede Nacional da RCC do Brasil e pelos seus colaboradores;
12. Pelos eventos de evangelização da RCC no Brasil;
13. Pela missão de Gilberto Gomes Barbosa à frente da Presidência Internacional da Fraternidade Católica – FRATER (Novas Comunidades);
14. Pela missão de Aluísio Nóbrega à frente da Presidência Nacional da Fraternidade Católica;
15. Pela situação política, econômica e moral em nosso País;
16. Para que cesse a violência no Brasil e no mundo;
17. Pela erradicação dos vírus causadores da Febre Amarela, Dengue, Zika e Chikungunya.
INTENÇÕES DO MÊS
Pelos Congressos Estaduais da RCC que acontecerão no mês de maio: Alagoas 04 e 05, Goiás 17 a 19, Ceará 18 e 19 e Rio Grande do Sul, dia 26;
Pelo Retiro Latino-americano de Sacerdotes da Renovação Carismática Católica de 19 a 22 de agosto em Aparecida – SP.