“Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne” (Gálatas 5, 16). Esse é o desejo de Deus para as nossas vidas, Ele nos convida a sermos totalmente conduzidos pelo Seu Espírito Santo e, ao permitirmos que isso aconteça, é previsível que os Seus frutos recaiam sobre nós.
Os frutos do Espírito são caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade,brandura, temperança. Paulo continua proferindo que contra essas coisas não há Lei. Diante dessa verdade, ansiamos que a alegria possa integrar o nosso ser, assim como os demais frutos. Para tanto, submetamos a nossa vontade ao Espírito Santo, para que Ele se faça presente em todas as circunstâncias da nossa vida. E de fato, essa é uma promessa de Deus e, como todas as outras, faz-se concreta a partir do momento em que a deixamos acontecer.
O mundo hoje nos oferece “alegrias”, contudo, superficiais. Não é raro nos contentarmos com esse pouco, tal a necessidade humana de experienciar, que seja por um curto momento, a alegria que nos retira das amarguras. São sentimentos que vêm e que vão como num piscar de olhos, como ondas vibratórias, com picos de altos e baixos, e em meio a isso, nos habituamos. A cada queda abrimos uma fenda ou orifício ao nosso redor, em que a dificuldade de soerguimento é maior, pois, ficamos presos há um sentimento afetivo, diferentemente do que temos ao conseguirmos experimentar o Senhor que nos levanta, o que podemos denominar amor efetivo, que nos recompensa com a verdadeira alegria. Como aconteceu com os discípulos de Emaús, muitas vezes estamos perto do Senhor, mas não O reconhecemos. Ser uma pessoa que serve ao Senhor não nos exime de vivenciarmos isso. Quantas vezes nós nos encontramos diante de Deus, mas a nossa falta de intimidade nos deixa tristes e abalados na fé. Essa situação nos leva a uma tristeza profunda e tendemos a nos afastar da oração, ocasionando em alguns casos a desistência da fé. É necessário compreender o grau de importância da oração, bem como a busca do Amor de Deus. Não é á toa que a Palavra nos diz: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor.Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 9-11), ou seja, podemos dizer que a alegria é um sentimento de satisfação plena, consequente do Amor de Deus por nós e nosso pelo próximo.
Conforme a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Santo Padre o Papa Francisco, “O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado”.
Concluindo, é necessário clamar todos os dias o Espírito Santo para que também sejam derramados os frutos desse mesmo Espírito sobre cada um de nós, nos fortalecendo e nos preenchendo de uma Alegria plena que só Ele pode nos oferecer.
Vem, Espírito Santo!
Denise Santos Andrade Araújo
Grupo de Oração O Caminho pra Jesus
Coordenadora Estadual do Ministério de Oração por Cura e Libertação do Piauí