Outubro é um mês especial para a Igreja. Em 2019, a pedido do Papa Francisco, iremos celebrar um tempo extraordinário de missionariedade, para comemorar o centenário da promulgação da Carta apostólica Maximum illud, do Papa Bento XV (30 de novembro de 1919). Segundo o papa Francisco, essa carta ainda é uma grande inspiração para a vida missionária: “A clarividência profética em sua proposta apostólica confirmou-me como é importante, ainda hoje, renovar o compromisso missionário da Igreja, potenciar evangelicamente a sua missão de anunciar e levar ao mundo a salvação de Jesus Cristo, morto e ressuscitado.

Líderes carismáticos do país oferecem esse mês uma reflexão sobre a importância da missão e seus desafios. Confira o texto de hoje “Quem ama põe-se em movimento”, escrito por Cathia Regina S. Pizzinatto, da Diocese de Piracicaba (SP).

 

Quem ama põe-se em movimento

Pois a Promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe, o apelo do Senhor, Nosso Deus! (At 2,39)

Imagine a alegria de receber o comunicado da “promessa de que está como herdeiro do maior tesouro que existe”. E a alegria de saber que seus queridos estão no testamento também. O ser humano tem necessidade de comunicar-se. Vivemos em comunicação o tempo todo, de muitas formas: falando, silenciando, com gestos ou cruzando os braços, sorrindo ou franzindo a testa, usando este ou aquele traje, escrevendo, lendo. Muitas vezes, se transmite coisas boas, outras vezes coisas ruins, mas a principal comunicação que somos chamados a fazer é aquela que obedece a ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura!” (Mc16,15). Evangelho é boa nova, boa notícia, e boa notícia sempre alegra aquele que dá e quem recebe. Você já teve a experiência de comunicar uma boa notícia pra alguém? Principalmente quando aquele alguém tinha urgência em saber aquilo? O coração se alegra, a alma se alegra. Quando anunciamos a Misericórdia e o Amor de Deus para alguém que já não tem mais esperança, o coração se alegra, a alma glorifica o Senhor e o espírito exulta de alegria! Quando meditamos na Anunciação, não conseguimos “parar, estacionar” no anúncio, mas logo vemos que Aquela que foi envolvida pela Sombra do Altíssimo, imediatamente colocou-se a caminho para ir evangelizar e não se trata de dar somente uma notícia, mas de comunicar… ela levou o Autor do Evangelho em seu  ventre e Isabel, a prima idosa, ficou cheia do Espírito Santo e o filho em seu ventre, estremeceu de alegria, só em  ter ouvido a voz de Maria, que carregava o evangelho Vivo dentro de si. Que momento profundo foi aquele!

Todo cristão é chamado a evangelizar. A partir do momento em que toma consciência de ser filho amado de Deus e Templo do Espírito Santo, não consegue ficar parado. O desejo de anunciar o Amor Incondicional do Pai Eterno por Seus filhinhos pecadores e sem merecimento, é consequência na vida daquele que experimentou a Misericórdia de Deus em si próprio. Nasce no coração um profundo anseio e uma indescritível disposição para anunciar que Deus é Amor, em casa, no escritório, supermercado, universidade, locais de trabalho e além-mar, com gestos, trajes, palavras como Santo Antônio de Pádua ou muitas vezes, como São Francisco de Assis, no silêncio.

O Amor se comunica. Não consegue ficar estático nem indiferente. Amar é uma resposta daquele que se sente amado. Amor não dá sossego, não estabelece limites e é sempre acompanhado do discernimento, bom senso e equilíbrio. Somos todos chamados a experimentar o Verdadeiro Amor e enviados a leva-Lo “até os confins do mundo” (At1,8b).

Cathia Regina S. Pizzinatto
Grupo de Oração Deus é Amor – Diocese de Piracicaba (SP)
Coordenadora Diocesana RCC Piracicaba e membro do núcleo estadual do Ministério de Promoção Humana

 

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Leia a carta completa que tem como título “batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo” – mesmo título do mês de outubro missionário.

 

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“A celebração deste mês ajudar-nos-á, em primeiro lugar, a reencontrar o sentido missionário da nossa adesão de fé a Jesus Cristo, fé recebida como dom gratuito no Batismo.” (Papa Francisco)