“Eu vos dou este novo Mandamento, nova ordem, agora, vos dou, que, também, vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor.”

 (Jo 13,34)

Com a Celebração da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, a Igreja inicia o Santo Tríduo Pascal. Esta celebração eucarística, carregada de uma extraordinária intensidade de sentimentos e pensamentos, nos faz reviver a noite quando Cristo, rodeado pelos Apóstolos no Cenáculo, instituiu a Eucaristia e o sacerdócio, nos confiando o mandamento do amor fraterno.                 

“Amou-os até o fim”: Esta frase tão profunda significa que Jesus os amou até a sua morte, na cruz. Significa um amor ao extremo, ou seja, ao grau supremo e insuperável da capacidade de amar.

Nesta Celebração, existem três momentos muito importantes para nossa fé:

1.   Instituição da Eucaristia: O Senhor, para que tenhamos a força de amar como Ele amou, de confiar amorosamente no Pai como Ele, de amar aos irmãos como Ele, instituiu o Sacramento do amor: a Eucaristia. “O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até voltar, o sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória futura” (Catecismo da Igreja Católica, § 1323).

2.   Instituição do Sacerdócio: Para presidir à Eucaristia e ser um sinal do Senhor, mestre e servidor, Cristo, na Última Ceia, instituiu o sacerdócio ministerial: aqueles que, em seu nome e por sua ordem, deverão presidir à Celebração eucarística até que ele volte. O Sacramento da Ordem é um sinal vivo e eficaz da graça de Deus: os fiéis que o recebem são configurados a Cristo, Sacerdote e Pastor, que alimenta, guia e santifica o seu povo. O sagrado ministério, portanto, não é exercido em nome de outros, mas em nome de Cristo, como um alter Christus.

 

3.   Lição de humildade no gesto do lava-pés: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim,” até o extremo de entregar a vida, pois “não há maior prova de amor que entregar a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Lavando os pés dos discípulos, Cristo revelou, de modo admirável, o desejo de servir, dando Sua vida por nossa salvação. Ele nos deu o novo mandamento: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.

Vivamos nossa fé, de um modo particular na celebração do Tríduo Pascal, em profunda fé e compromisso com a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Pe. Heldeir Gomes Carneiro

Arquidiocese de Palmas/TO,

Assessor do Brasil no CONCCLAT 

e da Secretaria Latinoamericana de Jovens