Rede Nacional de Intercessão – Março/2025

O combate pessoal e a missão de anunciar!

“Portanto, permitir que a natureza humana controle a mente resulta em morte, mas permitir que o Espírito controle a mente resulta em vida e paz” Rm 8,6.

 Amados intercessores, neste ano de 2025 seguimos o caminho do anúncio como força motivadora da vida de todo aquele que é batizado no Espírito Santo. Iniciamos com o chamado do Senhor para nós neste tempo nos dizendo: Intercessor, vai e anuncia-lhes o que te ordeno. É certo que diante do chamado do Senhor para anunciarmos, o primeiro impulso de um coração apaixonado é simplesmente ir…, mas entendedores que somos sobre sermos soldados de um grande exército e que está em constante batalha, é preciso olhar em volta e identificar quem são os nossos adversários, contudo, antes de olharmos em volta, de lançarmos os nossos olhos para fora, é preciso direcionar o nosso olhar para dentro, estabelecendo, assim, o conhecimento necessário sobre nós mesmos para nos estabelecermos em um combate, pois ainda que eu conheça todos os meus inimigos exteriores, seus pontos fracos e suas estratégias, se eu não conhecer a mim mesmo, jamais poderei derrotá-lo. 

Nesta viagem para dentro de nós, nos subsidiamos na intercessão e nos ensinamentos de Santa Teresa D’ Ávila, doutora da Igreja, que nos descreve que o caminho trilhado durante toda a vida, e que buscamos caminhando para fora, se faz, na verdade, caminhando para dentro de nós. É lá onde encontraremos um verdadeiro castelo, onde mora um Rei, e cujo caminho para chegar até Ele, nos ensina Santa Teresa D’Ávila, é a oração:  Até onde sei, a porta de entrada desse castelo é a oração e a reflexão. Cap. 1, 7.  Através da oração, vamos adentrando as primeiras moradas destes castelos interiores da nossa alma.

12. Destes primeiros aposentos, por experiência, posso dar-vos boas informações. Ninguém imagine que sejam poucas salas. São milhares. E as almas entram aqui de muitas maneiras. Todas têm boa intenção. Mas é tão mal intencionado o demônio, que guarnece cada aposento de muitas legiões de seus emissários, a fim de impedirem a passagem de umas peças para as outras. Como a pobre alma não o entende, ele a engana de mil maneiras. Á medida que ela vai entrando nas salas mais próximas de onde está o Rei, o maligno vai perdendo força, conseguindo menos.

Castelo Interior ou Moradas, capítulo 2. p. 27

O caminho que Santa Teresa nos ensina para vencer o nosso combate pessoal chama-se autoconhecimento. A partir dele nós podemos saber quem somos, como está o nosso arsenal bélico, quais são as armas que temos, como está o nosso treinamento para bem usá-las e em que ponto está o nosso combate pessoal, se ele já avançou a ponto de chegar mais perto do Rei, do nosso General, do Senhor dos exércitos. É quando vamos adentrando morada pós morada, que nos encontramos mais conosco mesmos e, por consequência, nos aproximamos mais de Deus. A partir dessa busca por um conhecimento maior de si mesmo, vamos trabalhar os pontos a seguir como palavras-chave para realizar essa viagem para dentro de nós:

Autoconhecimento – conhecimento que a pessoa tem sobre si mesmo;

Autodomínio – domínio de si mesmo; controle dos próprios sentimentos, paixões, ações.

Livre vontade – é a capacidade de escolher e agir de acordo com a própria vontade, sem ser forçado.

Trabalhar essas palavras e seus conceitos apresentados anteriormente demandam muito de nós, e entramos aí em um verdadeiro combate pessoal, pois para nos aproximarmos do Senhor existe, de fato, uma grande batalha, porque o inimigo de Deus não quer que estejamos unidos a Ele. Recordamos, assim, que o campo de batalha onde acontece esse combate é a nossa mente, conforme nos exorta a palavra de São Paulo aos romanos: “Portanto, permitir que a natureza humana controle a mente resulta em morte, mas permitir que o Espírito controle a mente resulta em vida e paz” Rm 8,6. É nesse caminho que, ao percorrermos cada uma daquelas que Santa Teresa chama de “As sete moradas”, vamos descobrindo que os nossos maiores adversários não são aqueles encontrados, por exemplo, nas primeiras moradas, como os animais ferozes e peçonhentos, mas vamos descobrindo que o primeiro adversário que encontramos somos nós mesmos, e que é preciso deixar que o Espírito Santo venha domar a nossa mente submetendo-a em tudo a vontade de Deus.

Quando conseguimos que o nosso campo de batalha esteja conquistado e governado pelo Espírito Santo, é hora de deixar que o nosso cérebro, o mesmo que envia os comandos para nosso corpo, envie comandos espirituais, comandos de santidade, comandos que façam tudo em nós almejar pelo eterno, pela busca pelo alto, pela busca pelo Céu. Esses comandos enviados por uma mente, um cérebro batizado no Espírito Santo, vão sendo executados através da coerência e retidão da nossa vida ofertada para Deus. Somente, irmãos, quando o Espírito Santo tem o comando e o controle de nossas vidas, quando aprendemos a combater aquilo que existe dentro de nós, é que estaremos verdadeiramente prontos para os combates externos, e que vão para além daquilo que está fora, pois é um combate em espírito, onde é o Espírito de Deus em nós que trava esse combate contra o espírito maligno.

Quase sempre lhe ficam novos proveitos. Não dá valor às obras que faziam em outros tempos, quando era verme e tecia, pouco a pouco, seu casulo. Nasceram-lhe asas. Como se contentará de ir passo a passo, se pode voar? Para ela, tudo quanto lhe é dado fazer por Deus é ninharia, tão grande são os seus desejos… Com efeito, a fraqueza que sentia, quando se tratava de fazer penitência, tornou-se uma força.

Castelo Interior ou Moradas, Quintas Moradas, capítulo 2. p. 8

À medida que vamos trabalhando a nossa pessoalidade e progredindo no nosso relacionamento com Deus, nos apropriamos desses proveitos mencionados por Santa Teresa D’Ávila, nos desapegando das coisas do mundo, deixando-nos ser podados em nossos excessos que, por fim, farão nascer verdadeiras asas nos tornando inconformados em permanecer na terra, porque teremos a certeza de que nascemos para o Céu, e buscá-lo a cada dia se tornará o maior objetivo de nossas vidas. Assim, à medida que vamos vencendo os combates, recebemos os frutos do aperfeiçoamento, conforme os mencionados a seguir:

Gosto pela vida de oração;

Fortalecimento das práticas de jejuns e penitências;

Necessidade de estar a presença de Jesus;

Desapego das coisas do mundo;

Busca incessante pelo alto;

Força para o anúncio.

Desta forma, vencendo os combates interiores de cada um de nós, o anúncio se torna indissociável de nossa vida de servos intercessores, porque teremos o desejo, a palavra e a força para anunciar que Jesus é o Senhor e que o Seu Santo Espírito precisa ser mais conhecido e amado para renovar a face da terra. E isso se estabelece em nosso ministério, em nossa intercessão, e em cada oração que nós fizermos com a força e a unção de um combate que vence primeiro em nós, para depois vencer o mundo! 

Equipe de Apoio

Ministério de Intercessão RCCBRASIL