Milhares de fiéis se reuniram na Praça São Pedro para ouvir o Papa recitar a oração mariana do Regina Coeli, neste IV Domingo de Páscoa. A alocução de Francisco que precedeu a oração teve como pano de fundo a apresentação de Jesus no Templo, quando Ele se identifica como o Bom Pastor. “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna e elas jamais perecerão, e ninguém as arrebatará de minha mão”, recordou o Papa o Evangelho de São João.

Ouvir como coração

“Estas palavras nos ajudam a compreender que ninguém pode se dizer seguidor de Jesus, se não presta atenção à Sua voz. E este ‘ouvinte’ não deve ser interpretado de maneira superficial, mas envolvente, a ponto de tornar possível um verdadeiro conhecimento recíproco, do qual pode surgir um seguimento generoso, expresso nas palavras ‘e elas me seguem’ . Trata-se de escutar não somente com o ouvido, mas com o coração”, frisou o Pontífice.

Se Cristo é o nosso  Salvador e afirma que ninguém nem nada poderá nos arrebatar das suas mãos – acrescentou o Papa – então “estas palavras nos comunicam um sentido de certeza absoluta de e ternura imensa”.

“A nossa vida é plenamente ao seguro nas mãos de Jesus e do Pai, que são uma coisa só: um único amor, uma única misericórdia, revelados para sempre no sacrifício da cruz. Para salvar as ovelhas perdidas que somos todos nós, o Pastor fez-se cordeiro e se deixou imolar para tomar para si e tirar os pecados do mundo Deste modo Ele nos doou a vida, a vida em abundância!”

Vida eterna

Mistério que se renova “em uma humildade sempre surpreendente”, no altar da eucaristia, afirmou o Papa.

“Por isso não temos mais medo: a nossa vida já foi salva da perdição. Nada e ninguém poderá nos arrebatar das mãos de Jesus, porque nada e ninguém pode vencer o seu amor. O maligno, o grande inimigo de Deus e das suas criaturas, tenta de muitos modos nos arrebatar a vida eterna. Mas o maligno nada pode se não somos nós a abrir-lhe as portas de nossa alma, seguindo suas mentiras enganadoras”.

Drama dos refugiados

Após a oração mariana, Francisco agradeceu a todos que acompanharam em oração a visita a Lesbos junto com o Patriarca Bartolomeu e o Arcebispo Hieronymos: a viagem, disse o Papa, foi um “sinal da unidade na caridade de todos os discípulos do Senhor”. Visivelmente emocionado, o Pontífice compartilhou com os presentes um dos encontros que teve com os refugiados.

“Gostaria de contar-lhes uma das histórias que vivi. Era a de um homem muçulmano, não tinha nem 40 anos, estava com seus filhos. Ele me contou, chorando, que a sua mulher, que era cristã, foi degolada pelos extremistas por não ter renunciado a sua fé em Cristo. É uma mártir”.

Terremotos

O Pontífice ainda recordou o terremoto que atingiu o Equador e pediu orações ainda para o Japão, onde sismos também foram registrados.  

Por fim, o Papa recordou que este domingo marca o Dia Mundial de Oração pelas Vocações e convocou sacerdotes e seminaristas a participarem do seu Jubileu, nos três primeiros dias de junho. Na conclusão, o Papa recordou a presença de fiéis de São Paulo presentes na Praça São Pedro.

Fonte: Rádio Vaticana