O Segredo de como receber a bênção através da leitura da Palavra de Deus está em, sobretudo, “tomar posse”, “apropriar-se” das promessas nela contidas e na imitação das virtudes dos homens e mulheres da Bíblia que agradaram a Deus. Assim, aprendemos que tipo de postura devemos ter ante o Senhor.
O Capítulo sexto do livro do Profeta Isaías narra um dos Encontros com Deus mais fortes descritos pela Bíblia: Isaías se depara com o peso da glória de Deus e estremece de temor e tremor. São muitas as lições deste capítulo, mas eu gostaria de me ater ao versículo quinto, onde o Profeta, depois de ver a glória de Deus e ouvir os anjos declarando Sua Santidade, diz: “Ai de mim, gritava eu. Estou perdido porque sou um homem de lábios impuros, e habito com um povo também de lábios impuros, e, entretanto, meus olhos viram o Rei, o Senhor dos exércitos.” Isa 6,5.
A primeira reação de um homem que teve um encontro com Deus é deparar-se com a sua própria realidade (“sou um homem de lábios impuros”) e com a realidade ao seu redor (“habito com um povo também de lábios impuros”). O Encontro com Deus autêntico tem como fruto o “confronto” com a nossa própria realidade, assim como o confronto com a realidade que nos circunda.
Certa vez, em sala de aula, um professor de filosofia disse: “A Religião é uma fuga do ser humano que se sente fraco e cria um refúgio no ‘sobrenatural’ para não se deparar com suas fraquezas”. Ele continuou afirmando que a Religião é uma fuga, é uma alienação e por aí vai. Eu levantei meu dedo e só depois de todo aquele discurso, o professor me deu a palavra e eu lhe disse: “Professor, com todo o respeito, o senhor acabou de falar uma grande besteira! Talvez não em sua totalidade, porque, infelizmente, existem muitas ‘religiões’ que fazem jus ao que o senhor disse, mas o verdadeiro encontro com o Evangelho de Jesus Cristo tem, justamente, o efeito contrário! A pessoa que se encontra com Jesus Cristo tem, como primeira reação, o ‘confronto’ com a sua própria realidade, assim como com a realidade que a circunda. A pessoa, então, assume seu papel na família e na sociedade, se torna um profissional honesto e competente, um estudante exemplar, uma pessoal moralmente correta! A fuga da realidade, a fuga da vida e das circunstâncias da mesma se dá, com muita freqüência, entre esses homens e mulheres que se aclamam ‘sem religião’ e que, diante da dureza da vida, fogem para o alcoolismo, para as drogas, para o adultério, para a prostituição e para todo o tipo de orgia e imoralidade. E eu desafio o senhor, professor, a fazer a experiência!” Ao término das minhas palavras, ouve um silêncio. O professor resmungou algumas poucas palavras e terminou a aula.
Não há nada mais contrário a uma experiência com Deus que a fuga da realidade e a duplicidade de vida. Essa total “abstração da realidade” que muitos vivem, onde a Igreja é um pretexto para fugir dos compromissos profissionais, familiares e acadêmicos, é totalmente contrária à experiência com Jesus Cristo! Uma busca de Deus que se resume a pedir curas, onde Deus é tão somente um “solucionador de problemas”, é totalmente imatura e revela que ainda “se conhece um Deus só de ouvir falar e não de com Ele andar” (Cf. Jo 42,5). A variação de comportamento nos diversos ambientes, onde, na Igreja se vive de um modo e em casa, ou no trabalho, ou em outros ambientes, se vive de outro, é um sinal claro de que o Evangelho ainda não surtiu seu efeito. Eis a prova real que divide “experiência de Deus” e “erupção sentimental”: A mudança de vida.
Quero louvar a Deus porque o número de mulheres e homens batizados no Espírito Santo e transformados no seu modo de pensar e agir é incontável! Levemos o batismo no Espírito até os confins da Terra. Vivamos sob o senhorio de Jesus!
Texto retirado da Revista Renovação edição 54 Para receber a revista torne-se um fiel colaborador. Por Fernando Nascimento
Servo Escritório Nacional da RCC Brasil