Hoje, a Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Vamos conhecer as práticas dessa devoção que é tão popular entre os brasileiros, para que elas possam ensinar, a partir do exemplo de Santa Margarida Maria Alacoque, a uma verdadeira entrega por amor ao coração de Jesus.

 

Imagem do Sagrado Coração – Consagração

A imagem ocupa um grande lugar nas visões de Margarida Maria, nos desejos e nas promessas do Sagrado Coração. É simultaneamente um meio de propagar esta devoção e uma prática especial desejada por Jesus e à qual prometeu ligar grandes graças. Assim como Margarida Maria insiste! Como ela é feliz por propagar estas imagens! Não tem ela promessas do Sagrado Coração para aqueles que as levarem, e a garantia de bênçãos especiais para as casas onde ela estiver exposta e honrada? Não quer Jesus que ela tenha o seu lugar de honra no palácio dos reis e mesmo na bandeira nacional?

Nas visões de Margarida Maria, é ora o Coração sozinho que lhe é mostrado com as insígnias da Paixão, ora é Jesus mesmo mostrando o seu Coração sobre o seu peito.

A consagração que Margarida Maria nos pede ao Sagrado Coração é um dom de si mesmo, que é preciso renovar muitas vezes, a fim de não mais vivermos senão para o Sagrado Coração, para os seus interesses e para o seu amor.

 

A comunhão e a pública retratação

Um dos pedidos de Jesus a Margarida Maria é de comungar tão frequentemente quanto ela possa. Este é o verdadeiro espírito do Evangelho, reposto em honra por Pio X.

Na vida de Margarida Maria, a devoção ao Santíssimo Sacramento está estreitamente unida à devoção ao Sagrado Coração. É diante do Santíssimo Sacramento que ela tem as suas principais revelações. É no altar que ela vê Jesus ultrajado, que ela lhe faz pública retratação e lhe oferece as suas homenagens e as suas reparações. Ela ama e recomenda a adoração do Santíssimo Sacramento; deseja consumir-se como um círio que arde diante do altar.

A pública retratação ocupa um grande lugar na vida de Margarida Maria e nas suas recomendações. É a melhor forma de reparação amorosa pelo amor ultrajado. É assim que Nosso Senhor a apresenta na grande aparição. Pede que no dia da festa futura o seu Coração seja honrado “comungando neste dia e fazendo-lhe reparação com uma pública retratação para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares”.

A pública retratação é um ato preciso, determinado, mas é ao mesmo tempo uma tendência geral da alma devota, ciumenta pela honra daquele que ama. Este espírito de reparação está por toda a parte na vida de Margarida Maria e nos seus escritos. Ela pedia também a comunhão reparadora. Aos padres, teria pedido a missa reparadora. “Vós fareis, dizia às suas noviças, uma comunhão para fazer pública retratação ao Sagrado Coração de Jesus e implorar-lhe misericórdia por todas as más comunhões que se fazem e que foram feitas por nós e pelos maus cristãos”.

 

Hora Santa e união a Jesus sofredor

Pode dizer-se da Paixão, como da Eucaristia: é uma devoção inseparável, para Margarida Maria, da devoção ao Sagrado Coração. A Hora Santa que Jesus pediu a Margarida Maria, não é outra coisa senão o exercício de união a Jesus sofredor.

Ela passava no coro a noite de Quinta-feira Santa e uma vez passou lá toda a noite de joelhos, sem apoio e com as mãos juntas, em união mística com os mistérios da agonia. A imagem do Sagrado Coração que ela nos revelou está toda impregnada da Paixão: chaga, cruz, coroa de espinhos.

Os seus escritos dão-nos a impressão de uma alma toda unida a Jesus sofredor, sem outra alegria senão a alegria mesma “de sofrer amando”.

Conhecemos a famosa visão na qual Nosso Senhor lhe apresentou um duplo quadro, o de uma via “toda na paz e na consolação” e o de uma vida toda crucificada; e como ele mesmo escolheu para ela a segunda.

Nosso Senhor tinha-lhe ensinado, por ocasião do jubileu, a oferecer muitas vezes ao Pai eterno as amplas satisfações que fez à sua justiça pelos pecadores na árvore da cruz, pedindo-lhe para tornar eficaz o mérito do seu sangue precioso a todas as almas criminosas.

 

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Fonte: Dehonianos