O testemunho abaixo é de uma pessoa que deixa o Amor amar. É um dos textos integrantes do livro Ruah – Relatos de um Amor ama. Foi escrito pela fisioterapeuta Rayla Amaral Lemos, participante do GPP Juiz de Fora.

Quero partilhar uma experiência profunda do que o Amor de Deus pode nos levar a fazer: a semana missionária. Agradeço a Deus por me dar a oportunidade de estar viva e ver a primavera chegar e a Boa Nova entrar nos campus e não obstante a tantas coisas “Jerusalém” ficou (está) cheia da doutrina de Jesus! O mundo não é um desconserto. Desconcertante é a forma que arrumamos de consertar o mundo! A mesma que Jesus nos ensinou: amar! Os corredores da universidade ainda estão vermelhos. Coloridos do amor de Deus. Pintados com a cor do esforço dos mártires de um novo tempo! No amor não há temor (cf. 1Jo 4, 18)!

Acho que todo mundo já deve ter imaginado como seria interessante, se fosse possível, conversar com alguém que lutou por uma causa e de alguma forma mudou o curso da história. Digo que tive a oportunidade de conviver nessa semana missionária com pessoas que comigo lutaram de verdade pela causa, a do amor, e já estão gravados na história de tanta gente, que talvez pôde escutar, pela primeira e quem sabe a única vez na vida (tomara que não), que é amada por um amor que não passa. Universitários e profissionais em missão! Somos feitos de fé, de razão, mas, acima de tudo, amor, e queremos mais que um discurso, queremos renovAÇÃO! Não tenho dúvidas que os campus ficaram mexidos com nossa presença.

Muitos momentos me fizeram enxergar e experimentar Deus amando a todos nós… Um momento marcante aconteceu durante uma abordagem, num dos corredores da faculdade de Direito, que inicialmente seria de um grupo de jovens que estavam reunidos e uniformizados com uma camiseta de divulgação.

Estávamos também em grupo de cinco missionárias. O grupo de rapazes se aproximava, no entanto, ficaram parados e somente um rapaz seguiu o trajeto até nossa direção. Ele foi abordado com carinho e iniciamos uma conversa, e ele dizia que estava divulgando uma festa chamada “Samba na veia” e questionou o nosso “uniforme”, a camisa vermelha que todas usavam escrita com caracteres garrafais RUAH seria também uma festa?

Pediu que explicássemos… Lembro-me de dizer “então pode me falar da sua camisa que vou te falar da minha”. Ele referindo-se a sua, disse que se tratava da MAIOR festa com roda de samba que aconteceria na cidade… e fez a promoção. Terminada a sua fala, iniciei dizendo: “vesti essa camisa para te falar do MAIOR amor do mundo! O amor de Deus! Um amor incondicional, inabalável, eterno, que te ama profundamente, independente das quedas e das faltas que, muitas fezes, te assaltam”. E todo o grupo ajudou nas colocações e seguimento da evangelização.

Ele estupefato, de olhos bem arregalados, sorria e falava: “cara, que é isso, nossa, que maneiro… Eu quero uma camisa dessa aí!”. Finalizando a abordagem, falávamos que, mesmo na festa na qual estaria organizando, que ele se sentisse amado e que as atitudes e vivência que tivesse naquele trabalho fossem guiadas por esse Amor! Fizemos juntamente com ele uma oração. E antes que se despedisse, gritou aos amigos: “Aí galera, nossa festa agora precisa se chamar Samba e AMOR na veia!”. Parecendo ainda atônito com o momento, acredito que para ele, no mínimo inusitado, saiu ao encontro dos seus amigos. Despedimo-nos e seguimos com a missão.

Não obstante a isso, seus amigos voltaram e se dirigiram a uma das missionárias e pediram para ouvir tudo o que havíamos dito ao rapaz, que estava admirado e envolvido com o que havia escutado. Não entenderam a alegria e o sorriso do garoto e queriam experimentar também. Dessa forma, duas missionárias partilharam com o grupo desse Amor, desse Deus que nos surpreende e que sacia muitos corações que, muitas vezes, nem percebem o quão estão sedentos.

Percebo que “comungar é tornar-se um perigo, viemos pra incomodar! Com a fé e a união nossos passos um dia vão chegar! O Espírito é vento incessante que nada há de prender, Ele sopra até no absurdo que a gente não quer ver”.

Muitas histórias poderiam ser relatadas, muitas delas simples e das quais nunca teremos como entender em plenitude o que representaram. Pode se que tenham sido vivências para um dia só, mas, de fato, somente Aquele que sonda todos os corações tem a real dimensão de tudo o que foi vivido. E, na simplicidade do povo que caminha e se doa, vamos tecendo com fios de ousadia e coragem o retrato da fé e da esperança, por muitos perdidos nas encruzilhadas do tempo e da vida, alheios e sem conhecimento do amor. “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor” (1Cor 13, 13).

O amor não acabou, esta só começando! Somos responsáveis também por aquilo que juntamente com Deus ajudamos a cativar! Continuemos deixando o Amor amar nos GOUs, GPPs, na sala, no trabalho, onde você e eu devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns anos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado” (1Jo 4, 12).

Caminhamos Unidos de coração! (cf. At 4, 32)

Rayla Amaral Lemos
Fisioterapeuta, integrante do Grupo de Partilha de Profissionais (GPP) Juiz de Fora

Muitos outros jovens partilham como deixam o Amor amar no livro Ruah – Relatos de um Amor que ama. São experiências vividas durante a realização do projeto de mesmo nome nas universidades. Clicando aqui, você acessa a RCCShop, onde pode adquirir a obra e descobrir muitas outras histórias.