No dia 1º de outubro, a comunidade católica celebra a memória litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus. Reverenciada como a padroeira das missões, a Santa das rosas, como também é conhecida, é um exemplo vivo de como enfrentar as dificuldades com amor e paciência.
Nascida em Alençon, França, em 2 de janeiro de 1873, Teresinha viveu apenas 24 anos, mas sua devoção e espiritualidade deixaram um legado que transcende o tempo. Ela nasceu em uma família abastada e muito religiosa, tanto que seus pais, Luiz e Zélia, recentemente se tornaram santos. Teresa é a filha caçula de nove irmãos, sendo que quatro deles morreram com pouca idade e as outras quatro irmãs também se tornaram freiras – Maria, Paulina, Leônia e Celina.
Uma das experiências mais significativas na vida de Santa Teresinha foi um encontro com Nossa Senhora aos dez anos, episódio que fortaleceu sua fé e sua devoção à Virgem Maria. Mais tarde, aos treze anos, Teresinha teve um encontro com o Menino Jesus no Natal de 1883, que a convenceu a uma conversão espiritual total. A partir deste momento, ela atualizou o nome “Teresinha do Menino Jesus” e se dedicou ao amor e à entrega total a Deus.
Diante dessas experiências, assim como suas irmãs, Teresinha sentiu um forte desejo de abraçar a vida religiosa e aos 15 anos, com a autorização do Papa Leão XIII, entrou para o mosteiro das carmelitas, em Lisieux. Seu lema de vida era rezar pela conversão dos pecadores e dos sacerdotes, embora seu desejo inicial fosse missionário, com o intuito de levar a mensagem do Evangelho a todos os cantos do mundo. Por fim, ela descobriu que sua missão era rezar do Carmelo pela Igreja e suas necessidades, o que levou a ser declarada padroeira das missões pelo Papa Pio XI após sua morte.
Uma das contribuições mais marcantes de Santa Teresinha para a espiritualidade cristã é a sua “Pequena Via”, também conhecida como “Infância Espiritual”. Numa época em que ideias anticlericais e ateístas se espalhavam, sua espiritualidade enfatizava a importância dos pequenos atos diários de amor a Deus, mesmo que parecessem insignificantes. Ela acreditava que, oferecendo a Deus os “pequenos sacrifícios”, imaginava alcançar a santidade.
Santa Teresinha enfrentou desafios e sofrimentos, incluindo a perda de familiares e problemas de saúde, com resiliência e confiança na misericórdia divina. Ela nos ensinou a ser humildes, a aceitar o próximo como ele é e a amar sem reservas. Após sua morte em 3 de setembro de 1897, os escritos deixados por Santa Teresinha foram publicados e se tornaram conhecidos em todo o mundo. Sua beatificação ocorreu em 1923, seguida de sua canonização em 1925 pelo Papa Pio XI, que a chamou de “uma palavra de Deus”. Posteriormente, o Papa João Paulo II proclamou doutora da Igreja em 1997.
Hoje, as carmelitas continuam a seguir o carisma de Santa Teresinha, rezando pela conversão dos pecadores, pelos sacerdotes e pela missão da Igreja. Elas são madrinhas de oração dos sacerdotes, religiosos e seminaristas, intercedendo por todas as vocações.
A festa litúrgica de Santa Teresinha é uma oportunidade para celebrar sua vida de devoção, simplicidade e amor a Deus. Em um mundo sedento de esperança e fé, Santa Teresinha do Menino Jesus continua a ser uma inspiração e modelo de santidade para todos.