A Igreja festeja hoje São João XXIII, conhecido como o Papa bom, o Papa do carinho às crianças, mas sobretudo, o Papa do Concílio. Justamente por isso, a data escolhida para a sua memória litúrgica remete à abertura do Vaticano II, em 11 de outubro de 1962. Foi ele também quem beatificou a Beata Elena Guerra, intitulando-a como apóstola do Espírito Santo
Concílio Vaticano II
O início do século XX testemunhou grandes transformações sociais, culturais e políticas em todo o mundo, e nossa Igreja, sempre atenta a necessidade dos seus filhos, busca com o Concilio revelar-se como uma “mãe amorosa, cheia de misericórdia com todos”, utilizando as palavras do próprio Santo Padre, para que o anúncio do Evangelho chegue a toda a criatura, pois é assim que Jesus deseja, a partir de uma Nova Evangelização.
São João XXIII, ao assumir o papado em 1958, foi inspirado por Deus a enfrentar essas transformações e desafios de frente. A decisão de convocar o Concílio Vaticano II em 1962 foi um marco importante nesse sentido. O Concílio Vaticano II, também conhecido como Vaticano II, foi uma assembleia que reuniu bispos e líderes da Igreja Católica de todo o mundo para discutir e deliberar sobre questões cruciais para a Igreja. Foi um evento histórico que resultou em mudanças significativas na liturgia, na relação da Igreja com o mundo moderno e na ênfase na importância do Espírito Santo na vida da Igreja.
A Renovação Carismática Católica
Uma grande resposta ao Concílio Vaticano II foi a Renovação Carismática Católica. A RCC surgiu a partir dessa abertura da Igreja a Terceira pessoa da Santíssima Trindade. Como afirmou o Papa Bento XVI: “Quem olha para a história da época pós-conciliar pode reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que muitas vezes assumiu formas inesperadas em movimentos cheios de vida e que torna quase palpáveis a vivacidade inesgotável da Santa Igreja, a presença e a ação eficaz do Espírito Santo” (Missa Crismal, 2012).
É importante mencionar o papel da Beata Elena Guerra, na vida e nas ações de São João XXIII. Ela fez um apelo fervoroso para a Igreja para um “retorno ao Espírito Santo” e enfatizou a necessidade de uma renovação espiritual na Igreja. Foi a partir dos escritos dela que São João XXIII, convoca o Conciílio Vaticano II
Oração do Santo Padre na abertura do Concílio
“Repita-se no povo cristão o espetáculo dos Apóstolos reunidos em Jerusalém, depois da Ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de pensamento e de oração com Pedro e em torno de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes e conceda que a santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o reino do divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino de amor e de paz. Amém.”
O legado de São João XXIII continua a inspirar a busca por uma vida de fé mais profunda e uma relação pessoal com o Espírito Santo, que é essencial para a Renovação Carismática e para a vivência da fé católica.