No dia 1º de maio, feriado nacional que se comemora o dia do trabalho, também é um dia de reflexão sobre o tema. Neste dia a igreja aponta-nos São José que é um exemplo para nós em muitos aspectos. Inclusive no assunto trabalho, pois além de ser considerado “Padroeiro dos trabalhadores” foi um homem sincero e fiel a sua esposa, teve sua dedicação paternal ao filho de Deus. Por isso, neste dia tão especial iremos meditar sobre esse assunto a partir do exemplo do pai de Jesus.

Hoje, enfrentamos muitas dificuldades dentro deste contexto: desemprego, injustiças, escravidão, desumanização e leis que não beneficiam os trabalhadores. O trabalho faz parte da evolução cultural do homem, no decorrer da história. A maior parte da nossa vida e do tempo do nosso dia a dia estamos dedicados ao trabalho, no qual foi colocado por Deus como um meio de santificação e de salvação em nossa caminhada.

Infelizmente, a maioria dos cristãos, tem uma visão distorcida sobre o assunto, e por isso, fazem de tudo para se verem livres dele. Santificar o nosso trabalho é missão de todos os cristãos.

São José, que na bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que Deus que trabalha sem cessar na santificação de suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados: “Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebeis do senhor a herança como recompensa. O Senhor é Cristo” (Col 3, 23-24).

Quando vamos além, e pensamos de modo especial em Jesus através da pessoa de São José homem de família nobre, da descendência de Davi, mas foi um simples trabalhador, conforme ensina a própria tradição e retirou, do seu trabalho de carpinteiro, o sustento da Sagrada Família, isso mostra mais uma vez a importância, grandeza e a dignidade do trabalho.

O nosso Catecismo nos ensina que: “O trabalho não é uma penalidade, mas sim a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível” (CIC § 378).

Podemos assim dizer que o trabalho não é apenas um dos mais altos valores humanos e meio com que os homens devem contribuir para o progresso da sociedade; é também caminho de santificação.

Mesmo vivendo numa sociedade materialista, que divide as pessoas pelo tipo de trabalho e que valoriza o ser humano pelo que ele recebe, a Igreja quer lembrar, no dia 1º de maio, o valor humano e cristão do trabalhador.

Por isso, mesmo o nosso país enfrentando problemas com desemprego, precisamos continuar confiando em Deus e lutando, com todos nossos esforços, para que a justiça social e trabalhista aconteça em nosso país. Somos cidadãos e precisamos exercer nosso direito de viver numa sociedade mais justa. Vamos usar os meios que temos para mostrar aos nossos governantes que estamos já cansados de tanta desigualdade e injustiça.

Portanto, procuremos descobrir hoje e sempre, continuadamente, a presença de São José em nossas famílias, no mistério de nossa fé. E ele sem dúvida continuará sendo, como sempre foi, o nosso protetor, o nosso modelo. Que ele rogue a Deus por nós e por todos os desempregados, pelos recebem salários injustos, pelos aposentados com rendimentos indignos, pelos que vivem na instabilidade da economia informal, pelos que vivem no relento, sem sequer uma moradia e especialmente os mais necessitados.

São José Operário, rogai por nós!

 

Fraternalmente

Comissão Nacional de Profissionais – CNP