Domingo celebraremos uma data linda, o vermelho de muitos corações ganha destaque, no entanto, a beleza de ser namorado (a) não pode ser limitada e comemorada em um único dia, faz-se necessário entender que iniciar um relacionamento é deixar-se conhecer pelo outro, e conhecendo-se, viver o plano divino na experiência do verdadeiro amor. Assim o melhor presente pra ser trocado por um casal no dia de hoje começa alicerçado na fonte de todo Amor: a Cruz. Esses presentes são um convite feito por simples palavras: Oração, Santidade e Caridade, ambas contêm um profundo significado para todos os que escolheram alguém para levar ao céu e possuem uma enorme capacidade de gerar vínculos eternos entre homem, mulher e seu Criador! 

O casal precisa colocar essas palavras como alicerce da relação e principalmente as colocar em prática. Quando algo dificulta o casal de estarem juntos fisicamente, nada pode impedir a oração, como rezar juntos pelo telefone, mas também quando sentir saudades, mesmo de longe, pode-se rezar um pelo outro. A oração aproxima o casal e os deixa mais perto de Deus.

A santidade é algo que tem sido trabalhado frequentemente com a juventude cristã, fazemos parte da Renovação Carismática Católica, e não só o nosso Movimento, mas toda a Igreja em si já nos faz esse convite, a sermos santos como nosso Pai do céu é Santo (Cf. Mt 5, 48), de fato,  a santidade é sim complexa mas não é complicada, nem impossível. Complexa porque se estende em todas as áreas de nossas vidas, e não se faz diferente nos relacionamentos, seja namoro, noivado ou casamento.

O mundo atual tem se sustentado em muitas ideologias e tantos outros contextos que distorcem e desfigura a magnitude da família, porém, todos nós cristãos ou não, precisamos enxergar o valor e a sua fundamentação inicial, que se constitui na união do homem e da mulher que, chamados ao amor, alegram o coração de Deus, “Completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento” (Fl. 2,2). Assim o namoro não poder ser visto como algo superficial, que se limita simplesmente ao corpo e a um capricho da carne, nem o casamento pode ser subentendido como uma obrigação ou fardo, mas ambos, do namoro á constituição de uma família, é preciso ser enxergado como um trajeto de amor e santificação feito a dois, rumo ao céu.

Essa frase precisa ser real: “O namoro deve ser olhado sob a ótica da vocação, ou seja, é um tempo de preparação para se assumir uma vocação específica que é o matrimônio”. O que por vezes se confunde no conceito de relação dos dias atuais é que muitos tentam conhecer o outro para ver se realmente é isto que querem, e devem conhecer-se, porém, há um detalhe que a maioria não percebe, e por isso, depois de um tempo começam a perguntar por que um namoro que tinha tudo para dar certo está se acabando aos poucos? Mesmo com os dois muitas vezes caminhando na presença do Senhor, passamos tanto tempo tentando descobrir o outro, que nos esquecemos de se deixar encontrar pela pessoa que está ao nosso lado, na tentativa de perceber se aquela pessoa é quem sonhamos e/ou idealizamos. Esquecemos de mostrar quem somos e deixar transparecer a essência de pessoa humana gerada por mãos divinas, e assim, é fundamental entender que a vocação não se descobre no outro, mas em Deus, pois uma vocação descoberta não só encontra o próximo, mas o santifica e o completa.

Porém, a maior delas é a caridade (cf. Cor 13), a maior prova de amor em um relacionamento está no ato de ser caridoso, ter tudo, e não ter caridade de nada adianta; dar um bom presente e não dar respeito, de nada adianta; fazer uma declaração e não ter companheirismo e atenção, também de nada serve. Namorando há muito ou pouco tempo, noivos ou casados, é preciso entender que o Senhor nos convoca a sermos eternos namorados, e no ato de sermos caridosos vamos sendo compreensivos com as limitações, sendo fortaleza nos momentos de fraqueza, se tornando bom no ato de fazer o bem ao outro, pacientes e mansos nas provações, castos nos momentos de desejos…. Sendo fiéis um ao outro, e bem mais ao plano de Amor que Deus escreve quando traça o caminho de duas pessoas em um único propósito, que não poderá ser o tempo, nem a distância e nem as difíceis circunstâncias que o podem desfazer, afinal, a Caridade jamais acabará (I Cor 13,8).

Unidos no Amor, e não dono do amado (a). Por isso um conselho: a palavra ciúme não pode existir no vocabulário de um casal cristão, dê lugar ao cuidado e a prudência, afinal um relacionamento bem sucedido nos remete a missão de cuidar um do outro, sendo presença de Deus neste ‘dia dos namorados’ mas, principalmente em todos os outros 364 dias, ou seja, em todos os momentos e acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (Cl 3:14).

 

Maria Juliana Letícia & Radamés Carvalho

Católicos, Carismáticos e Noivos

Membros do Ministério Jovem da RCC AL.