Em outubro, o Portal da Renovação Carismática Católica do Brasil vai apresentar alguns artigos que explanam assuntos relacionados aos valores da família, especialmente no que se refere à educação dos filhos. O assunto será abordado por membros do Ministério para as Famílias e do Ministério para Crianças e Adolescentes da RCCBRASIL.

Serão reflexões sobre a temática à luz de um dos últimos documentos que a Igreja abordou isso, a exortação apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco.

Nesta série de textos, será tratado o capítulo sétimo da exortação que trata exclusivamente dos filhos. Sete temas serão abordados:

1.         Onde estão os filhos?

2.         A formação ética dos filhos

3.         O valor da sanção como estímulo

4.         Realismo paciente

5.         A vida familiar como contexto educativo

6.         Sim à educação sexual

7.         Transmitir a fé

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Confira o sexto texto:

 

Sim à Educação Sexual

Explicar às crianças de onde vêm os bebês. Orientar adolescentes quanto ao conhecimento do próprio corpo. Namoro. A busca de alguém para a vida inteira. Planejamento familiar. Violência doméstica. Comportamento homem e mulher. Consagração total a Deus. Podemos refletir sobre estes temas e outros quando o assunto é sexualidade. Mas, o que é sexualidade?

Bom, vamos começar sobre o que o Senhor nos diz hoje: “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes do teu nascimento, eu já te conhecia” (Jer 1, 4-5b). Deus já sonhava conosco mesmo antes de habitarmos o ventre materno. Ele já nos amava e já pensava em um plano de amor para cada um de nós. O plano de amor de Deus para homem e mulher inclui a vivência de uma sexualidade integrada a um projeto de vida. Por isso, a Igreja se preocupa em incentivar a Educação Sexual ou Educação em Sexualidade. A sexualidade não se resume somente a aspectos biológicos, nem tão somente a aspectos sociológicos. Como nos aponta a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris laetittia “É preciso não esquecer que ‘sexo biológico (sex) e função sociocultural do sexo (gender) podem-se distinguir, mas não separar” (n.56). A sexualidade engloba todas as dimensões do ser humano, incluindo as biológicas, psicológicas e espirituais.

O documento Amoris laetittia, que significa “a alegria do amor”, possui uma parte intitulada “Sim à Educação Sexual”. Ela aponta sobre importância de propiciar a crianças e adolescentes uma Educação Sexual no contexto do amor, respeitando-se as características próprias de cada idade. Ou seja, devemos tomar cuidado para não “despejar” muitas informações desnecessárias ou inadequadas, mas, também, não omitir o necessário. Os adultos precisam orientar os mais jovens quanto aos “bombardeios” de informações impróprias e destrutivas que aparecem por aí… O devido conhecimento dos aparelhos sexuais reprodutores humanos feminino e masculino é muito importante. Para cada idade um avanço neste conhecimento.

O documento aponta, ainda, a importância de proporcionar reflexões sobre autovalorização e valorização do outro, como uma forma de crescer no amor e auxiliar na autodefesa diante de situações de abuso e utilitarismo do corpo e de pessoas. Não devemos brincar com os sentimentos de ninguém, não é mesmo?

Uma das propostas do Amoris laetittia e de outros documentos da Igreja é a vivência da castidade. Castidade não é sinônimo de virgindade e nem se limita à abstinência sexual. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), a castidade envolve um processo de aprendizagem, um esforço para o autodomínio global, independente do estado de vida, seja no matrimônio ou em outra condição na qual o ser humano é chamado. A busca pela castidade só tem sentido se realizado a partir da livre escolha. Favorece relações saudáveis de amizade entre pessoas do mesmo sexo e de sexo oposto. E, assim, à maturidade do amor para uma consagração total a Deus ou para o matrimônio. No caso do matrimônio, favorece, no tempo apropriado, a doação mútua dos corpos, num contexto de amor.

Associando Educação Sexual a um projeto de vida, entende-se que filhos são uma bênção divina, ao invés de grandes problemas. A abertura à vida vai se dando de forma mais tranquila, aumentando a compreensão de que mulher e homem são convidados à generosidade em gerar filhos no amor. De forma gradual e constante, vai se adquirindo maturidade para a constituição de um lar saudável e feliz, apesar das dificuldades da vida.

Seguindo as orientações propostas do Amoris latettia, homem e mulher não estão em lados opostos. Mas, com suas diferenças e semelhanças se complementam: complementariedade entre feminilidade e masculinidade. O ser humano é valorizado como pessoa. Então, não há espaço para preconceitos ou violências. E, podemos chegar à mesma conclusão que chegou o Senhor “tudo muito bom”. Sim à Educação Sexual no contexto do amor, considerando todas as dimensões do ser humano. Vinde Espírito Santo, em nosso auxílio!

 

Iacy Batista Garcia

Casada, mãe, farmacêutica, pedagoga, Pós-graduada em Educação em Sexualidade

GOU São João Batista – Arquidiocese de São Paulo (SP)

 

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Leia mais!

Leia  o documento completo que fala sobre o amor na família, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Amoris Lætitia, do Papa Francisco. Leia já!

 

Oração à Sagrada Família

Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.

Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.

Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém!