A Igreja Católica comemora a Santíssima Trindade, celebrar a Santíssima Trindade é celebrar o mistério de um Deus que é Amor.  É importante ater-se ao fato de que “não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas: A Trindade consubstancial (II Conc. Constantinopla, DS 421)”. O mistério da Santíssima Trindade é central na vida de fé do povo cristão. Deus se revelou ao longo do tempo como Pai, Filho e Espírito Santo. E o próprio Jesus Cristo nos ensinou sobre este mistério (Jo 16,12-15), logo, não é uma verdade inventada pela Igreja.

“Ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem!” (AGOSTINHO, A Trindade. 2008) Esta foi a resposta singela dada poruma criança a Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja quando questionada sobre colocar toda a água do mar em um buraco.

Para Santo Agostinho: “O Espírito Santo procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação eterna deste último ao Filho, do Pai e do Filho em comunhão”(AGOSTINHO, A Trindade. 2008). Santo Irineu diz que “a Igreja, espalhada pelos Apóstolos até os confins do universo, crê em Deus Pai todo-poderoso, em Jesus Cristo, seu Filho, encarnado por nossa salvação e no Espírito Santo que falou pelos profetas (AGOSTINHO, A Trindade. 2008). Santo Inácio de Antioquia fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo como sendo três pessoas às quais devemos respeito igual. Claríssimas são, também, as palavras de Tertuliano: “O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus e Deus é cada um deles”(AGOSTINHO, A Trindade. 2008).

Podemos neste tempo de grandes festas na Liturgia da Igreja aprender com Santa Elisabete da Trindade, uma jovem canonizada em outubro de 2016, pelo Papa Francisco, que nos ensina verdadeiramente aquilo que é mais importante na vida de oração, essa presença interior. Santa Elisabete tem muito a nos ensinar com sua vida e doutrina, breve, mas sólida. Ela exerce grande influência na espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária.

Ela diz em um de seus escritos que “crer que um ser que se chama Amor habita em nós a todo instante do dia e da noite, e nos pede que vivamos em sociedade com Ele, eis aqui, garanto-vos, o que tem feito de minha vida um céu antecipado, ómeus Três, meu Tudo, minha beatitude, Solidão infinita, Imensidade onde me perco, entrego-me a vós qual uma presa. Sepultai-vos em mim para que eu me sepulte em vós, atéque eu vá contemplar em vossa luz o abismo de vossas grandezas”. (SCIADINI, Patrício. 2006)

Que Santa Elisabete da Trindade nos ajude, por seus méritos e preces, a recordar frequentemente que somos templos de Deus, e que para falarmos à tão doce Majestade, basta fechar-se na câmara do próprio coração, porque é lá que habitam aqueles que, sendo um só Deus, estão acima da terra e de todos os céus. Que assim como Santa Elisabete possamos assumir a missão de “levar as pessoas a viver a vida interior, viverem mergulhadas em Deus no mais íntimo de si” (HILTON, Lisa. Elizabeth – Uma Biografia, 2016).

Gustavo Saucedo Campos
Seminarista da Diocese de Dourados
Coord. Estadual do Ministério para Seminaristas (MS)