Chamam-me a Irmã dos bairros miseráveis, e eu estou satisfeita de ser precisamente isso por Seu amor e por Sua glória.

Em 26 de agosto de 1910, nasceu Agnes Gonxha Bojaxhiu, em Skopje (Macedônia). De família católica, fez sua Primeira Comunhão com apenas cinco anos e meio e recebeu a Crisma em 1916. Foi educada numa escola pública da atual Croácia.

Aos 18 anos, em 29 de Setembro de 1928, entrou para a ordem religiosa das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, em Dublin, Irlanda. Em 1931 vai para a Índia, ali faz seu noviciado e sua profissão religiosa, emite os votos temporários de pobreza, castidade e obediência, assumindo o nome de Teresa, porque queria parecer-se com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux. Foi enviada para Darjeeling, local onde as Irmãs de Loreto possuíam um colégio. Daí Irmã Teresa vai para “Calcutá” onde passa a ensinar História e Geografia no Colégio de Santa Maria, da Congregação de Nossa Senhora de Loreto.

Em 10 de setembro de 1946, durante uma viagem a Darjeeling para seu retiro anual, Madre Teresa recebeu “chamado dentro do chamado”, como ela mesma denominava. Naquele dia, a sede de amor e de almas invadiu seu coração. “Vêm ser minha luz. Não posso estar sozinho”, disse-lhe Jesus.

…Naquele trem, aos meus trinta e seis anos, percebi no meu interior uma chamada para que renunciasse a tudo e seguisse Cristo nos subúrbios, a fim de servi-Lo entre os mais pobres dos pobres. Compreendi que Deus desejava isso de mim…

Depois de apresentar seu plano, recebeu a autorização do Papa Pio XII, no dia 12 de Abril de 1948. Embora deixando a congregação de Nossa Senhora de Loreto, a Irmã Teresa continuava religiosa sob a obediência do arcebispo de Calcutá. Só em 08 de Agosto de 1948 ela deixou o colégio de Santa Maria.

Madre Teresa dirigiu-se a Patna, para fazer um breve curso de enfermagem. Em 21 de dezembro obtém a nacionalidade indiana. Nessa mesma ocasião reuniu um grupo de cinco crianças, num bairro pobre e começou a dar aula. Dez dias depois eram cerca de cinquenta crianças.

Em 1949 funda a Ordem das “Missionárias da Caridade”.
Uma a uma, a partir de 1949, vi chegar jovens que tinham sido minhas alunas. Vinham com o desejo de dar tudo a Deus e tinham pressa em fazê-lo. Despojavam-se, com íntima satisfação, dos seus saris luxuosos para revestir-se do nosso humilde sari de algodão. Vinham sabendo que se tratava de algo difícil. Quando uma filha das velhas castas se coloca ao serviço dos párias, trata-se de uma revolução. A maior, a mais difícil de todas: a revolução do amor! Uma vida mais regular começou então para a nossa pequena comunidade. Abrimos escolas enquanto continuávamos a visita aos bairros pobres. As vocações afluíam e a nossa casa tornou-se muito pequena (Madre Teresa de Calcutá).

A Congregação de Madre Teresa foi aprovada pela Santa Sé em 7 de outubro de 1950. Em agosto de 1952, abriu o lar infantil “Sishi Bavan” – Casa da Esperança – e inaugurou o seu famoso “Lar para Moribundos”, em Kalighat. A partir dessa data, a sua Congregação começou a expandir-se, surpreendentemente, pela Índia e por todo o mundo. Não que fosse algo planejado. Vivia o milagre de cada dia. Suas obras sociais, atualmente, as Missionárias da Caridade estão presentes em mais de 133 países e somam 4500 membros em todo mundo.

Madre Teresa morreu em 5 de setembro de 1997, vítima de ataque cardíaco, em Calcutá. Tinha 87 anos e foi sepultada na Índia.

Sua beatificação aconteceu em decorrência do reconhecimento do seu primeiro milagre. Em 2002 a indiana Monika Besra foi curada de um tumor abdominal. O segundo milagre, que promoveu a sua canonização, aconteceu no Brasil. Em 2008, o brasileiro Marcílio Haddad Andrino, foi curado de tumores no cérebro.

Durante a Missa de Beatificação, no dia 19 de outubro de 2003, São João Paulo II disse: “Veneremos esta pequena mulher apaixonada por Deus, humilde mensageira do Evangelho e infatigável benfeitora da humanidade. Honremos nela uma das personalidades mais relevantes de nossa época. Acolhamos sua mensagem e sigamos seu exemplo”.

Foi canonizada em 4 de setembro de 2016 pelo Papa Francisco.

Sheila Ferraz Damaceno
Grupo de Oração “Jesus Eucarístico” – Diocese de Almenara (MG)
Coordenadora Estadual do Ministério de Promoção Humana