Unidade! Rhema que norteará os trabalhos da RCCBRASIL em 2014. Mas, não há como falar do tema proposto para ser vivido por todo o Movimento sem antes falarmos de seu lançamento oficial, que, neste caso, acontece sempre no Encontro Nacional de Formação da RCCBRASIL, o ENF. Este ano, em especial, foi marcado por muitas novidades. Algumas delas podem ser citadas como, por exemplo, a presença marcante do Monsenhor Jonas Abib, as noites carismáticas, ou ainda, a transmissão de quase 40 horas de conteúdo ao vivo para quem não pôde estar presente. Todavia, a maior novidade do ENF 2014 e o maior desafio também estão em seu tema: “Conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”.

Se for possível resumir, o tema pode ser enxugado em uma única palavra: “Unidade”. E é esta palavra curta, mas complexa, que torna o ENF 2014 o mais desafiador da história. Por quê? Pelo simples fato de não terminar quando acaba, mas começar quando termina. Primeiramente, é desafiador olhar para si próprio, reconhecer quando se está errado. E é isto que o tema deste ano nos propõe: um olhar reflexivo e verdadeiro sobre nós mesmos, a RCC. Até que ponto temos nos esforçado pela unidade no Espírito? Até que ponto eu e você, enquanto Movimento, estamos dispostos a nos consumir pela unidade verdadeira? O tema nos convida a um questionamento pessoal, intransferível e urgente. Se não faço, não posso cobrar que façam meus irmãos.

altEmbora pessoal, a unidade é, ainda, uma graça a ser vivida em comunidade, por todos, e para isso, necessita de todos. A palavra unidade tem origem no termo latim unitas e designa, dentre outros significados, a união de componentes com uma determinada homogeneidade ou identidade. E isso faz do tema de 2014 e de seu marco de lançamento, o ENF, algo muito mais difícil. Na prática, diferente do tema “Fé”, por exemplo, que convida a um esforço pessoal para crer em Jesus, o tema Unidade não se constrói sozinho. E nem se afixa no coração apenas com cânticos e orações. A unidade não é um mantra para ser repetido em diversos encontros. É um desafio. E não fará sentido se não houver uma decisão.

Para quem achou que faltou alguma resposta a ser dada durante o ENF, ou que uma ou outra coisa não se encaixou bem, uma resposta: a unidade requer um esforço que não se encerra num encontro de quatro dias. A unidade é o exercício de todos os dias, em busca do crescimento do corpo de Cristo. Requer mãos na massa, trabalho duro. Este ENF não teve fórmulas prontas, nem respostas cantadas. “Sejam um”, na verdade, é um pedido, um clamor pela Unidade sem falsidades ou máscaras; é um clamor pela verdade. A continuação do ENF, esta sim, será uma resposta. E o que responderemos? É impossível dialogar com este, ou aquele irmão, ou comunidade; meu grupo já é unido, e isto me basta?

A proposta do ENF precisa continuar em nossas realidades. Porque não pode haver encontro maior do que o sair de si e ir ao encontro do outro, haja vista os discursos do Papa Francisco sobre a “Cultura do Encontro”. A busca pela unidade não deve acabar nunca, pois é uma condição para que o mundo creia.

Jersey Simon Ferreira
Grupo de Oração Sagrados Corações

Coordenador Estadual Ministério de Comunicação Social Rio de Janeiro